quarta-feira, 22 de abril de 2015

NOTA DE REPÚDIO


Hoje, 22 de abril de 2015, eu, Daniel Filho, fui informado que estou proibido de entrar na Escola de Referência em Ensino Médio Maria Cavalcanti Nunes. MOTIVO: Ser sindicalista e lutar pelo direito de todos, inclusive dos que me negam o direito de greve.
Conhecendo o posicionamento da escola em não aderir ao movimento grevista por motivos e causas individualistas, cumpri meu papel de lançar convite, a professores e alunos, para assistir a um curto manifesto cultural em praça pública cujo objetivo era informar motivos e rumos da greve e ouvir música ao ar livre. O ato não duraria mais que 40 minutos e, ao fim, todos poderiam voltar aos seus cárceres “educacionais”, mas o convite foi reprimido e, ao meu conhecimento, foi chegada a fala de estar proibido de pisar na escola que, entre 2009 a 2014, ajudei a formar.
Poderia citar os diversos projetos de intervenção culturais e pedagógicas que mereceram destaque municipal, estadual e nacional: Integrando a Sétima Arte; Chico Buarque em Sala; Jovens Aprendizes; Jovens Deputados; Projeto de Intervenção Urbana; Jovens em Campanha; 3 por 1, 1 por 3; Humor Integral; Cordel em Sala; Rap e Hip Hop; Linha do Tempo – Política Brasileira; Professor Autor entre tantos outros.
Poderia citar participações em eventos regionais, nacionais e internacionais. As diversas premiações. A publicação na edição de domingo do Jornal do Commércio, onde ganharam visibilidade todos os envolvidos da escola. Participação em rádio e Tv.
Mas vou optar por dar ênfase ao suor e sangue que já dei pela escola e a tal titularidade REFERÊNCIA, o que gerou reconhecimento de todos os estudantes que tive a honra e felicidade de conhecer. Às turmas apadrinhadas nas formaturas, aos pais e familiares gratos pelo pouco que fiz. Darei ênfase a essas lembranças para lançar os seguintes questionamentos:

Com a repressão, reproduzida pelos que deveriam se opor a ela
É possível compreender esse espaço escolar como apto a pregar, propor e dizer aplicar a formação de estudantes baseado nos quatro pilares da educação (a se saber: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos(?) e aprender a ser)?
Serão válidas as manifestações de repúdio a atos de opressão, e solidariedade aos companheiros que permanecem firmes na luta, via redes sociais, mas, na “vida real” se omitir?
Quanto custa negar todos os discursos em direitos humanos, sociologia, filosofia, amor ao próximo, tolerância?
Quanto custa rasgar A PEDAGOGIA DO OPRIMIDO e as demais obras de Paulo Freire que juramos estudar, nos emocionar e aplicar?
Custa um cargo ou uma gratificação financeira negar a chance de construir uma aguerrida e honesta biografia?
Aos que me perguntarem se valeu a pena tanto sofrimento por tantos anos, responderei sempre: SIM. Faça o que fizer não espere reconhecimento, mas a consciência tranquila de seus atos.
Encerro agradecendo e expondo o meu profundo respeito ao grande homem que, arriscando seu emprego, se negou a me barrar e abriu o portão para mim. Não citarei seu nome, pois não quero que sofra qualquer represália a mais das que, soube, já sofreu hoje.
Aos demais ex-colegas, que com suas omissões e conivência, alimentam o monstro do assédio moral e repressão, lembro:
ESTAMOS LUTANDO POR VOCÊS TAMBÉM!

Abaixo um pouco do meu retrospecto, entre 2009 e 2014, em imagens:

























A capa é "fake", mas o orgulho da profissão não!





Um comentário:

  1. daniel manda esse povo ligar na globo e dançar lepo-lepo muitos ai sem nem uma graduação como muitos casos quando vc foi meu professor na santo antonio e ouvir aboio.

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