quinta-feira, 28 de maio de 2015

AUDIÊNCIA PÚBLICA... MAS PARA QUAL PÚBLICO?

Foto: Daniel Filho
A audiência pública é um encontro feito na comunidade com a participação da população a fim de esclarecimentos ou soluções para demandas.
Em Petrolândia as audiências públicas se assemelham a uma partida de futebol entre dois clubes com rivalidade acirrada. Espaço onde deveria ser dividido por igual, precisa ter o quantitativo de “rivais” diminuído para evitar conflitos. Portanto a resposta à pergunta do título sobre qual o público esperado é: depende de quem for o “mandante” do jogo.
Se a oposição convoca a audiência, recentemente tivemos uma sobre educação, logo mais teremos sobre a situação do perímetro, o resultado é derrota do povo por W.O., pois a “equipe adversária” não comparece. Se a situação convoca, o horário do mando impossibilita a participação popular e os poucos representantes da oposição, quando comparecem, saem massacrados do caldeirão hostil programado não para ouvir, mas vaiar sua atuação.
Foto: Daniel Filho
Entre os dias 26 e 27 tivemos o exemplo do esvaziamento do formato. Dia 26, audiência pública para prestação de contas quadrimestral dos trabalhos da secretaria de saúde. Aberta e amplamente divulgada à população, mas em um dia e horário em que o povo está trabalhando (terça-feira, 8:00hrs da manhã?). Infelizmente a licença trabalhista para se exercer cidadania só é concedida aos que recebem para defender e nada cobrar.
Resultado: um público majoritariamente formado por funcionários contratados do governo a clamarem, poética e falsamente, que estão ali como cidadãos, e não como “torcedores” a vaiar todos os que se voltarem contra “seu time”. Interessante seria se víssemos os mesmos prestando seu papel político e democrático de cidadão EM TODAS as audiências públicas e reuniões convocadas, mas o que percebemos são participações pontuais orquestradas para o batuque.
Foto: Daniel Filho
Na audiência pela manhã de terça (26) as perguntas (restritas ao número pífio de três participações) voltadas para a plateia foram ocupadas por funcionários que lançaram perguntas prontas. Os únicos representantes da oposição presentes, Jorge Viana e José Luiz (Zé pezão) estavam claramente nervosos e não conseguiam levantar questionamentos fundamentados que servissem de explanação ou resolução de problemas aos usuários do serviço de saúde pública. Suas participações, que deveriam ser de cobrança, foram engolidas por uma torcida adversária preparada para hostilizar a ensaiar sua participação para "a próxima partida". No primeiro jogo o time da oposição saiu derrotado.
Ontem (27) tivemos MAIS DO MESMO. Sabatina com as mesmas perguntas e respostas de sempre.
Plateia convertida em ARQUIBANCADA. Gritos, palavras chulas, vaias e aplausos engoliam os anseios dos poucos que tinham a oportunidade de ver respostas onde só há dúvidas.
Foto: Daniel Filho
Infelizmente a plateia não estava tomada plenamente pelos que pagam impostos, mas pelos que recebem o INGRESSO para dar espetáculo. A maioria não se preocupa em omitir o escândalo de que recebe “seu dinheirinho” para gritar, vaiar e aplaudir conforme o “cartola” mandar. Os que deviam fiscalizar, averiguar e punir, nada fazem, pois a torcida organizada já é culturalmente aceita.

No clássico das multidões: SITUAÇÃO X OPOSIÇÃO, na fase que tratava do tema SAÚDE, a sensação ao fim do jogo é que o empate está bom para os dois lados. Torcida organizada paga e comissão técnica aguardam com risos, abraços e elogios o oponente que sai de campo com o semblante do dever cumprido. Mas o resultado verdadeiramente esperado pelos que pagam impostos, e não ingresso, ficou para uma próxima rodada.
Foto: Daniel Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário