quinta-feira, 30 de julho de 2015

ENTREVISTA FABIANO MARQUES – ELEIÇÕES 2016 parte 5

Foto: George Novaes

O tema agora olha para o futuro que está próximo. Possíveis nomes para candidatura, alianças, estratégias, plano de governo.
Confira:

Daniel Filho: Fabiano, o que será determinante para que você se lance como candidato a prefeito?
Fabiano Marques: O povo.

DF: Essa resposta é bem subjetiva e todo pré-candidato diz isso. Queremos saber como será feita essa leitura da vontade do povo: debates, conferência, audiência, pesquisa ou mesmo vontade do partido. Objetivamente seria de que forma?
FM: A gente não pode se apegar somente a um fato ou uma opção. Não pode ser candidato só porque acha que está bem na pesquisa ou por achar que tem pessoas apoiando ou mesmo ouvir somente o clamor de mudança. Eu acho que uma candidatura, pra nascer e vigorar, tem que partir lá de trás, como a gente que começou em 2014. Um projeto nosso que, graças a Deus, vem dando certo, com dificuldades, mas dando certo. Por exemplo, esse grupo deu a maior votação a um deputado federal no último pleito, nosso deputado Zeca Cavalcanti foi majoritário. 4.033 (quatro mil e trinta e três) votos sem estrutura, apenas com o grupo formado por várias lideranças e pessoas engajadas.
Tivemos um candidato ao lado do executivo, junto com o prefeito, dois ex-prefeitos, vereadores e toda uma estrutura onde a gente conseguiu se sobressair e nosso candidato ter mais votos que o deles. Enfim, temos muita gente engajada nesse nosso projeto, não sei perder só por “boniteza”. Hoje o deputado Rodrigo Novaes, o deputado Everaldo Cabral, Zeca Cavalcanti, o ministro Armando Monteiro, apoiam nosso nome. Temos a simpatia do secretário das cidades do estado de Pernambuco, André de Paula, enfim, muita gente apoiando nosso nome...
Mas não adianta, Daniel, eu dizer a vocês que posso chegar a qualquer lugar sozinho sem ajuda de políticos ou quem quer que seja. Tem gente que só sabe falar no singular: “Eu vou resolver... Eu posso”, ele não diz “Nós”, não ouve o povo. É muita ambição e autoritarismo. Por exemplo quando vocês afirmam que sou pré-candidato digo que ainda não, é muito cedo...

Foto: George Novaes

DF: Mas a condição de pré-candidato já deixa aberta a possibilidade, não é uma afirmação.
FM: Sim, não estou aqui para mentir e dizer que não quero servir ao meu povo. Sonho em ser prefeito, mas não adianta eu botar a cara só com pesquisa. Hoje eu tenho pesquisa interna que indica estarmos bem, mas acredito que pesquisa não se faz para divulgar, mas para análise interna. Se a pesquisa mostra algo ruim seu, você pode trabalhar a população para tirar aquela impressão. Você faz a pesquisa para você e posso dizer que as minhas têm me deixado muito animado, mas não vou aqui dizer números.

DF: Como você afirma que ainda é cedo para se afirmar como pré-candidato, podemos, então, dizer que Petrolândia só tem um pré-candidato declarado, o senhor João Lopes?
FM: É uma pessoa que, apesar de militarmos politicamente há muito tempo, não tínhamos contato. Ele tem o direito legítimo de quem milita na política que é lançar sua pré-candidatura, porém nós podemos pensar um pouco diferente disso aí. Mas queremos discutir 2016 somente em 2016.

DF: Muitos consideram que os mais de 7.000 (sete mil) votos obtidos por ele, na última eleição para deputado estadual, foram uma vitória de um homem só contra a estrutura da câmara de vereadores e prefeitura. Analisando essa conjuntura há respaldo para o mesmo se lançar a pré-candidato com o discurso de que “não abre pra ninguém” ao cargo majoritário?
FM: É uma pessoa que admiro, tem serviços prestados ao município, mas cada um tem a sua forma de pensar política, né? Mas repito que  é preciso um conjunto de forças. Digo que tenho matado um boi todo dia para provar que podemos fazer o melhor para Petrolândia. Vamos ouvir a população, quadra por quadra, a partir de Setembro. Ouvindo para que o que a gente queira seja o que o povo quer e não algo imposto.
Um exemplo: vejo pessoas respondendo por que querem ser candidato a prefeito: “Quero porque tenho dinheiro!” e quando se pergunta qual o plano de governo ele diz que vai pegar um pronto de 8 (oito) anos atrás, que vai mudar só o ano. Isso é programa de governo? Não é.

Foto: George Novaes

DF: E você já tem um Plano de Governo ou ainda está construindo?
FM: Temos algumas ideias, mas o plano a gente só quer fazer ouvindo o povo. Vamos fazer vários debates com diversas temáticas em várias localidades. Daí que irá nascer um plano de governo.

DF: Vou fazer uma provocação, vereador. No início da entrevista você diz que o povo, por mais que se insista, não gosta de política por não participar de audiências na câmara, não ir às conferências... Como, então, você pretende atrair o povo para a construção desse plano e, principalmente, como confiar na decisão de quem não gosta de política sobre quem será o melhor candidato?
FM: Assim, as pessoas que vamos procurar vão ser as formiguinhas. Nossos olhos e ouvidos junto à sociedade. São pequenos grupos. Um vai atrás do outro. E a gente também tem que ter esperança. Não podemos cair na armadilha de que “todo político é igual”. Todo mundo erra, todo mundo acerta. Tem político honesto como tem o desonesto, o comerciante honesto e o comerciante que sonega, servidor público, enfim, é preciso confiar...

DF: Quando você diz “nosso nome” significa você e Rogério Novaes?
FM: Você quer colocar palavras na minha boca... (risos)

Foto: Daniel Filho

George Novaes: Nós queremos entender e deixar claro...
FM: Não tem só eu e Rogério. Temos hoje um vereador como Noca que tem todas as condições para ir à majoritária, Carlinhos, que é um dos vereadores mais atuantes aqui, é um poço de coerência. Jorge que é do povo, com todo aquele entusiasmo, ele veio ao mundo para servir ao povo. Zé Pezão que tem um coração do tamanho do mundo... Sei os prós e contras de todos os meus colegas aqui, então o grupo não se resume a nós dois. Pode até ser alguém da oposição, quem sabe? Pode ser um ex-vereador, suplente, uma liderança, pode até ser alguém que nunca foi candidato. O povo é quem vai dizer. Até lá iremos ver questão de grupos, partidos, até porque, mesmo que não sejamos candidatos, a gente não vai sair da política, a gente continua militando.

DF: O PT, presidido hoje por Natan Caetano, está se apresentando como a terceira via para as próximas eleições. João Lopes afirma não abrir mão da majoritária, o que aponta para uma quarta... Essa divisão seria ruim para as eleições?
FM: Não acredito muito nesse negócio de terceira ou quarta via. Acredito que cada um tem o seu projeto e todos que se percebem desalinhados com o que está aí, tem algo em comum. Portanto essas diversas correntes de oposição podem se juntar em um único projeto para dar mais musculatura para enfrentar essa estrutura que vem por aí. Quando a gente fala assim fala do Partido dos Trabalhadores dos amigos Natan e seu Maurício, do PCdoB, dos amigos Evaldo e Tião, também não tem como não lembrar de Cícero Moura, pessoa que tenho muito respeito. Diversas correntes que não pensam iguais, mas pensam parecido e podem convergir para um projeto único. Se for assim, ótimo, se não que cada um siga seu caminho.

DF: Com sua experiência política acredita que todas essas correntes podem se alinhar em um projeto só?
FM: Podem e devem, não sei se irá acontecer. Daniel, em política a matemática não é exata. Em política 2+2 pode ser igual a 1 ou 10. Exemplo, se a gente fosse se apegar à quantidade de votos que cada vereador do grupo obteve, estaríamos eleitos ano que vem, mas não é assim, minha gente...

DF: Então, para você, o candidato que pensar assim...
FM: Está fadado ao fracasso.

DF: Os dois últimos vereadores que entrevistamos, Rogério Novaes e Eudes Fonseca, afirmaram que não irão concorrer a um novo mandato de vereador. Você já disse que não deseja, mas faria a mesma afirmação dos colegas?
FM: Todos temos uma missão, adoro ser vereador, no entanto acho que virão pessoas novas com pensamento novo, melhores que eu. Eu não quero concorrer de novo não por não gostar ou por desejar outro cargo. Eu não vou mais porque acho que cumpri minha missão. Amo a política, amo ser vereador e incentivo a renovação, incentivo as pessoas a serem candidatos a vereador. Vamos indicar Niedja para ser uma candidata?

DF: Vou repassar sua sugestão a ela...
FM: É sério, viu?...

Na sexta e penúltima parte Fabiano Marques fala sobre o quanto é real a crise econômica tão reclamada pelo prefeito Lourival Simões. Comenta sobre atraso de obras estruturais importantes, demissões, falta de planejamento...




MERENDA GARANTIDA


A nutricionista da prefeitura de Petrolândia, Paula Roberta, entrou em contato com nosso blog para informar que houve atraso na entrega da merenda escolar por atraso do fornecedor, mas que já houve a distribuição com prioridade de entrega às agrovilas.

Informa ainda que o fornecedor (não revelado) será notificado e multado pelo atraso.

terça-feira, 28 de julho de 2015

ENTREVISTA COM FABIANO MARQUES – O LEITOR PERGUNTA parte 4

Foto: George Novaes

Nesse bloco lançamos questionamentos de leitor que deseja compreender os motivos que conduziram o vereador Fabiano Marques a assumir uma postura independente ao governo executivo. Acompanhe:

Daniel Filho: O que te fez mudar radicalmente sua postura política em relação ao governo do prefeito e, consequentemente, um rompimento com a família Simões?
Fabiano Marques: Primeiro, não falo em nome de famílias. A gente pauta nossa atuação política por meio das necessidades das pessoas que acreditam na gente e que acompanham nosso trabalho e atuação. Todas as cinco eleições que participamos, todos os vestibulares, gosto de chamar assim, vestibular. Da segunda candidatura em diante é um vestibular, o povo aprovou ou não. Então nossas votações vêm sendo ascendentes e eu acredito que quando você tem uma significativa parcela de eleitores confiando em você, você não pode trair os que lhe ajudaram. É preciso agira com o mesmo ideal dessas pessoas que acreditaram em você. Vou evitar falar em nomes, mas não gosto da palavra “rompimento”. Essa palavra é forte, parece que houve um corte. Costumo dizer que a gente começou a ter um pensamento diferente na hora em que viu a coisa andar de outra forma. O governo que a gente fazia parte estava começando a tratar a parte política, as pessoas, a prefeitura, o cidadão de Petrolândia, toda a estrutura de uma forma diferente, de costas para as pessoas. Aí você me pergunta se fui eu que mudei ou se foi eles que mudaram. Acredito que estamos onde sempre estivemos até porque quem nos acompanhava continua acompanhando. Talvez eu tenha desagradado algumas pessoas por termos optado em apoiar um governador e representantes parlamentares diferentes do governo. Armando Monteiro em vez de Paulo Câmara e os deputados Rodrigo Novaes (estadual) e Zeca Cavalcanti (federal). Então talvez seja isso que o leitor quer saber. Fabiano e os vereadores Zé Pezão, Noca, Carlinhos, antes alinhados com o governo municipal, hoje se encontram “desalinhados”, digamos assim, porque entendemos que tínhamos um projeto novo para Petrolândia e isso talvez tenha desagradado.

DF: Então, pra responder mais objetivamente nosso leitor, você diria que não mudou, quem mudou foi o prefeito?
FM: Eu continuo do mesmo jeito, com o mesmo pensamento. Meus colegas também. Estamos com os mesmos ideais fazendo a política da mesma forma que começamos lá atrás. Aí podem entender como quiser.
Outra coisa que quero acrescentar, Daniel, é que nunca houve de nossa parte ambição. Afinal é mais confortável para o parlamentar que ele fique ao lado do governo. Como diria o matuto: “Estar na sombra”. Mas não, um ano depois das eleições optamos em ir para o sol.

DF: Nosso leitor insiste nessa linha e quer saber seu posicionamento, agora não como vereador, mas como possível candidato a prefeito. Sendo candidato hoje, como pretende lidar com a situação de alternativa opositora se sempre esteve ao lado dele?
FM: Eu acho que está havendo até uma arguição aí, mas veja só, a primeira coisa que digo é que a gente tem um projeto. Primeiro, estamos em 2015, vocês dizem que sou pré-candidato a prefeito, mas, na verdade, nós temos um grupo...

DF: Grupo de vereadores...?
FM: Não só de seis vereadores de mandato, mas de vários ex-vereadores, de lideranças, de pessoas que nunca foram candidatas e que acreditam que há uma possibilidade de mudança para o município de Petrolândia. Eu não me apresento como candidato a prefeito. Por que falam em Fabiano? Porque Fabiano é aquela pessoa que se apresenta mais, que tem mais mandato.
Respondendo ao leitor, eu tenho a certeza que nós vamos tentar, se formos candidato, e se o povo nos der a honra de ser prefeito dessa cidade, a gente vai tentar, junto com o povo, fazer o melhor de frente para as pessoas.

Na quinta parte, Fabiano fala sobre as eleições municipais 2016. Lideranças, apoio, possíveis nomes para a disputa.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

VOLTA ÀS AULAS...VOLTA AOS PROBLEMAS

Foto: Paulo Campos

Hoje (27) foi o dia de retorno às aulas em Pernambuco (escolas estaduais e municipais). Em Petrolândia as escolas municipais deveriam ter voltado às atividades escolares normalmente... Deveria.
Leitores informaram ao nosso blog que muitas escolas fizeram “horário corrido”, aulas com meia hora de duração. Motivo: falta de merenda.
Escola municipal 1 de Maio, Monteiro Lobato, Aveloz, Francisco Simões, foram algumas das escolas afetadas pelo problema.
Há queixas também de falta de transporte em alguns pontos das agrovilas.
Mais um ano em que os 200 dias ou 800 horas dos estudantes não foram garantidos (?). Vamos aguardar!

sábado, 25 de julho de 2015

ENTREVISTA COM FABIANO MARQUES - TERCEIRA PARTE

Foto: Daniel Filho

Na continuação de nossa entrevista perguntamos sobre o projeto CÂMARA ITINERANTE, projeto de abastecimento de água no Bairro Nova Esperança e o vereador arriscou fazer algumas “previsões” para 2015/2016. Confiram:

George Novaes: Queríamos que você falasse um pouco sobre o projeto Câmara itinerante.
Fabiano Marques: Nós fomos pioneiros dentro do estado de Pernambuco com esse projeto que busca aproximar o cidadão do vereador. Para que os vereadores escutem os problemas da sociedade. Fizemos várias e tem surtido muito efeito, pois colhemos as reinvindicações nas comunidades e mandamos pra quem, de fato, resolve. Até porque, George, o papel do vereador é reivindicar, fiscalizar e legislar, não é executor. Então nossa parte estamos fazendo. Inclusive outras câmaras estão ligando pra gente, pedindo cópia do projeto.

Foto: George Novaes

Daniel Filho: Você considera que foi o maior feito legislativo sob sua presidência?
FM: Sim, junto à elaboração da Lei Orgânica Municipal e o Regimento Interno. E não atribuo só a mim, mas a todos os meus colegas.
Teve também um outro projeto de minha autoria que considero importante. Em 2009, logo no início do apogeu da informática, onde tinha o auge das lan houses, e qual era a preocupação da sociedade e dos pais de família? Os filhos saíam para as lan houses que não passavam por nenhum controle do que era acessado pela criança ali. Então tinha jovem e criança se envolvendo com problemas de pedofilia, entrando até no campo das drogas, sequestro... Tudo que não presta. Alunos perdendo aula e naquela época havia toda essa preocupação. Então fui autor de um projeto que regulamentava o uso da lan house. Todas elas deveriam ter um resumo de todas as pessoas que acessaram ali. A hora que entrou, que saiu. Então a casa iria ser responsabilizada caso não tivesse esse mapa no momento de uma fiscalização qualquer.
Foi sancionada, só que uma lei pra ser eficaz é preciso que haja fiscalização do poder executivo.

DF: Então ela nunca foi executada...
FM: Não foi nunca executada, mas a nossa parte fizemos...

DF: Pegando essa deixa lembro que participamos da elaboração do PPA (Plano Plurianual), tendo a mim como um dos relatores (cultura) e nenhum daqueles itens aprovados em 2013 foi executado ainda, somado a isso sua fala, de que seu projeto nunca foi executado por falta de ação do executivo, é possível acreditar que vereadores (legislativo) e prefeito (executivo) mantêm mesmo uma relação de diálogo? Afinal a impressão que dá é que o que se parte de vocês não é executado. Você gostaria de rever seu posicionamento sobre considerar boa a relação entre câmara e prefeitura?
FM: Não, veja. Como falei, na parte administrativa, de aprovar um projeto ou não, tudo isso está funcionando mesmo com toda dificuldade que a gente passa. Mas não acho que se deva jogar tudo para o legislativo, a sociedade tem que fiscalizar e cobrar mais. Essa parte que você me diz sobre o PPA aprovado não estar sendo aplicado da forma ideal, isso seria uma atuação em conjunto da sociedade, vereadores e entidades para cobrar. Muitas coisas a gente nota que não tem como chegar muito, por exemplo quando caiu o telhado da escola (biblioteca da escola municipal Primeiro de Julho), há uns dois meses, pedimos uma informação ao prefeito, a resposta chegou, por sinal, agora. Cobramos também de quem entende, que é o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). Sabe qual foi a resposta que ouvimos? “Encaminhamos para o Recife porque o técnico daqui tá de férias”. Então você fica de mãos atadas.
Outro exemplo que vou passar agora em primeira mão pra vocês, estamos encaminhando para o Ministério Público de Pernambuco um pedido. Trazer um promotor para substituir a doutora Sara que saiu daqui há dois meses. Como pode uma cidade como essa sem promotor? Então estou aguardando todos os outros vereadores assinarem para a gente enviar.

Foto: Daniel Filho

GN: Gostaríamos que você falasse sobre como anda o projeto do abastecimento de água do Bairro Nova Esperança.
FM: Vamos lá, antes de Novembro de 2014 havia uma controvérsia aonde os moradores não sabiam a quem procurar. Chegavam na prefeitura, jogavam a responsabilidade para a COMPESA, iam pra COMPESA eles diziam que era na prefeitura. Então em nosso papel de legislador, mediador e representante do povo marcamos uma audiência pública para botar frente a frente todos os envolvidos.
A prefeitura sequer mandou ofício dizendo se vinha ou não. Isso até remete a sua pergunta, Daniel, se nossa relação está boa, fazemos nossa parte.
Então ficou decidido que a COMPESA ia fazer o projeto e que faríamos outra audiência para ver em que pé estaria. O projeto ia custar em torno de R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais), aí qual o problema? Conseguir o dinheiro para executar a obra. Preparamos um ofício e mandamos para Paulo Câmara no seminário que teve em Floresta, no qual ele foi sensível e prometeu que iria analisar.
Enviaram uma proposta de que o mais viável seria o estado fazer uma parceria com o município, mas nós não podíamos garantir que a prefeitura iria querer. Hoje eu diria que está nesse pé: tudo pronto esperando o recurso. Seria muito mais fácil se a prefeitura fizesse, pois tem dinheiro em caixa.

DF: Então se a prefeitura assumisse sozinha ou em parceria com o estado vocês não iriam se opor?
FM: Absolutamente. Seria o ideal. E seria ideal, também, se a prefeitura chegasse e dissesse: “Vamos fazer a parte até a caixa de abastecimento e vocês a distribuição, ou vice-versa”. Daniel, acredito que com coragem e boa vontade se faz tudo.
Mas vou dar uma de vidente aqui. Vou lhe dizer que a prefeitura vai fazer o abastecimento d’água em parceria com o estado. Escute o que estou dizendo. E será daqui para o ano que vem que é eleitoral.

DF Às vésperas da eleição, você acredita que...
FM: Escute o que estou lhe dizendo. Meu sexto sentido me diz, as forças ocultas me dizem (risos) que a obra sai do papel ainda esse ano. Mas vai sair, Daniel, não é por boa vontade de ninguém, é por pressão do povo. Não há como nenhum gestor fugir disso, amigos.

DF: Mas para sair em período eleitoral, ela vai sair por pressão do povo ou por pressão do interesse no voto?
FM: Um conjunto de coisas: povo e eleição.

DF: Sua fala deixa entender, então, que vai sair às pressas. Então faço outro questionamento: essa vai ser uma obra que beneficiará mais ao povo ou aos candidatos políticos ano que vem?
FM: Daniel, tudo que venha para beneficiar o povo, seja por A ou B...

DF: Sim, essa história eu sei, estou falando da obra final. Algo desse porte, feito às pressas por causa do ano eleitoral, vai beneficiar mais a...
FM: Acho que os meios justificam os fins, né?... (SIC)

Na quarta parte Fabiano responde a perguntas dos leitores: O que o fez mudar tão radicalmente de postura em relação ao governo do atual prefeito e com a família Simões? Se fosse candidato a prefeito hoje como lidaria com o fato de que sempre esteve com o atual governo e, agora, se apresentaria como oposição? E mais, planos para as eleições de 2016. Fabiano já se considera candidato? O que acha da decisão de João Lopes em já se definir como o candidato principal a prefeito? Que outros nomes seriam boas surpresas na disputa eleitoral municipal?
Não deixem de ler.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM FABIANO MARQUES

Foto: Daniel Filho

Na segunda parte o vereador analisa sua relação com os colegas parlamentares, com a prefeitura e indica que deseja como último dos seus atos enquanto presidente da câmara aprovar a realização de concurso público para alguns cargos. Acompanhe:

Foto: Daniel Filho

GEORGE NOVAES: Fabiano, você considera que seus colegas parlamentares atendem ás suas expectativas, enquanto presidente, na formação das políticas públicas?
FABIANO MARQUES: Com certeza, George. Estamos chegando a 16 anos de mandato, completos ano que vem, e sempre tivemos uma boa relação. Todos defendem seu ponto de vista, mas, ao final, se cumprimentam civilizadamente. Todos são amigos mesmo sendo oposição ou situação.
Na verdade eu não digo nem oposição, acho uma palavra forte. Hoje não estou do lado do governo, mas não me considero na oposição. Esse termo caiu em desuso. Eu hoje prefiro me considerar independente, participo de um grupo independente. Na hora que chegou um projeto bom aqui, votamos por unanimidade e há outros que fizemos voltar.
Retornando à pergunta estou satisfeito. Tanto com esses como os colegas de outros mandatos. Têm ajudado muito. Quando convocados para uma reunião extraordinária, todos comparecem. Eu só tenho a agradecer a todos, de A a Z. A população foi muito feliz quando os escolheu.

GN: E como se dá a relação entre o executivo (prefeitura) e o legislativo (câmara)? Como é o diálogo entre vocês?
FM: De instituição para instituição não há problema algum. Há problemas normais, que sempre houve. A gente reclamou e não parou. Exemplo: chega um projeto hoje pedindo urgência, urgentíssimo, temos quarenta e cinco (45) dias para analisar e votar, quando não, aí temos noventa (90) dias.
O vereador quer tempo para analisar o projeto. Não é chegar e empurrar goela abaixo fazendo terrorismo aqui. O que a gente sempre pede, e isso é um problema crônico dos prefeitos, não estou aqui criticando A ou B, mas geralmente o que tentamos sanar é essa questão. Falta o planejamento de nos entregar projetos com antecedência.

Foto: George Novaes

DANIEL FILHO: Pretende fazer concurso público para algumas funções da câmara?
FM: Pretendo. Vamos fazer daqui pro ano que vem. Primeiro tem que fazer licitação para o plano básico, um projeto básico do concurso, aí depois desse projeto faz a licitação para ver qual empresa vai fazer. Mas vou logo dizer: não tem uma que preste!

GN: Seu objetivo é fazer até o fim de seu mandato?
FM: Sim. Até o ano que vem. Só não faço se não der certo. Quero deixar tudo organizado porque minha missão de legislador termina em 2016, independente do que aconteça, de projetos ou resultados. Acho que a gente já contribuiu com o que tinha que contribuir.

DF: Então você também afirma que esse é o seu último mandato?
FM: Sim.

Na terceira parte da entrevista, Fabiano fala sobre a CÂMARA ITINERANTE, sobre um projeto de lei seu que nunca foi executado, sobre a atitude tomada pela câmara quando souberam sobre a queda do telhado da biblioteca da escola 1° de Julho, “previsões” sobre obras municipais para o ano que vem e questionamos ainda: O PROJETO DE ABASTECIMENTO D’ÁGUA PARA O BAIRRO NOVA ESPERANÇA É PARA BENEFÍCIO DO SEU POVO OU DOS CANDIDATOS POLÍTICOS A ELEIÇÃO MUNICIPAL?

Até lá!

LEI ORGÂNICA MUNICIPAL À CTRL+C CTRL+V


Após a polêmica fala do vereador e presidente da câmara de vereadores, Fabiano Marques, publicada ontem, na primeira parte de nossa entrevista, sobre a forma como foi elaborada e promulgada a LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PETROLÂNDIA. O vereador afirmou que, mesmo procurado por consultores, procurou, junto a uma assessoria e os demais colegas parlamentares, “elaborar” a própria lei e regimento interno.
Declarou: “Ó o que a gente fez: pegamos a lei velha, pegamos uma nova de um município do interior e a do Recife. Juntamos tudo o que tinha de bom e saímos suprimindo artigos que não interessavam a nossa cidade”.
Pelo percebido não foi tudo devidamente suprimido. Escapou aos olhos dos vereadores constituintes, em 2010, um trecho que comprova ter sido copiada de RECIFE. No artigo 157, parágrafo 2, percebemos (e destacamos ao lado) que, de fato, nossa lei não foi planejada pensando em nossas características e especificidades, mas copiada e colada de outro município. “(...)bairro turístico da Cidade do Recife, de forma a redefinir, na área, as funções urbanas e a vocação econômica...”
Nossa Veneza brasileira tem, de fato, diversos pontos exemplares a serem copiados, mas não precisávamos levar tão ao pé da letra, caros vereadores.
Os links abaixo levam à primeira parte da entrevista com o vereador Fabiano Marques e à “nossa” Lei Orgânica Municipal:





quinta-feira, 23 de julho de 2015

ENTREVISTA COM FABIANO MARQUES

Foto: Daniel Filho

Primeira parte da entrevista com o vereador e presidente da câmara Fabiano Marques. Em sua sala nos atendeu bem em uma conversa descontraída e reveladora. Diversos temas foram levantados: análise dos trabalhos administrativos e legislativos da câmara sob sua presidência, eleições municipais 2016, ausência dos vereadores em conferências municipais, oposição situação, perguntas de leitores...
Nessa primeira parte: análise dos trabalhos da câmara, história (reveladora) de como foi elaborada a LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO e questionamos, ainda, a ausência da maioria dos vereadores, ou representação, nas conferências municipais.
É só o começo. Boa leitura:

Foto: Daniel Filho

George Novaes: Boa tarde, vereador. Para dar início gostaríamos que cite benefícios ou metas atingidas pela câmara em sua presidência.
Fabiano Marques: Em primeiro lugar, boa tarde George, Daniel. A gente agradece a oportunidade de esclarecer a população sobre os trabalhos da câmara. Quero dividir em duas: as ações administrativas e política legislativa. Estamos na presidência desde 2009. De lá para cá foram três biênios. Administrativamente demos ênfase em construir uma melhor estrutura para o vereador fazer seu trabalho dignamente. A plenária, que antes comportava 70 pessoas, foi ampliada para atender cerca de 200 pessoas; climatizamos todo o ambiente; trocamos as cadeiras que antes eram de ferro por cadeiras padronizadas; requalificamos todos os anexos; construímos estacionamento privativo para todos os funcionários da câmara; fizemos a sala de reuniões com espaço para 70 pessoas equipando com TV de 54”, data-show, mobília; uma sala só para arquivos; depósitos; outra recepção para atender o povo. Cada vereador tem em seu gabinete: frigobar, computador, internet, impressora, climatização, mobília. A internet antes era via rádio para três computadores, hoje temos mais de trinta computadores e cabeamos direto do provedor para cá uma internet que atende toda a casa. Adquirimos, ainda, duas motos zero para a câmara; controladoria da câmara, portal da transparência atualizado, site de fácil acesso para a população...

Foto: George Novaes

DANIEL FILHO: E o trabalho legislativo?
FM: No legislativo cito a honra de ter sido vereador constituinte. A última lei orgânica do município havia sido promulgada em 1988, ainda na presidência de Marcos Montila. Em 2010 arregaçamos as mangas...
Muitas câmaras aí afora contratam pessoas para fazer a lei orgânica e regimento. Na época eu fui procurado por consultores que ofereceram o serviço de entregar tudo pronto (Lei Orgânica e Regimento Interno) por R$16.000,00 (dezesseis mil reais).
Então fiz o seguinte: chamei os colegas vereadores, nós resolvemos, de comum acordo, nós mesmos, com nossa equipe jurídica, fazer. A lei estava em desuso, cerca de 80 (oitenta) pontos desatualizados, não existia sequer a original, apenas cópias. Ninguém sabia onde estava a original.
Então considero um marco a todos os vereadores da época e fizemos o óbvio. Ninguém inventou nada. Ó o que a gente fez: pegamos a lei velha, pegamos uma nova de um município do interior e a do Recife. Juntamos tudo o que tinha de bom e saímos suprimindo artigos que não interessavam a nossa cidade.
Daí nasceu a Lei Orgânica do Município. Arregaçamos as mangas, não pagamos nada a ninguém e fizemos. Então tenho muito orgulho de ter sido o presidente da câmara na oportunidade da promulgação da lei e na construção do regimento interno.

DF: Mas, vereador, a lei orgânica não deveria ter sido construída ouvindo representações da sociedade via audiências, conferências?
FM: Não, a lei não dizia isso. Mas a gente procurou dividir. Pegamos setores da sociedade como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entidade muito respeitada, para nos ajudar. Na época lembro que ainda mandamos para as escolas, mas a verdade é que o interesse popular é muito pouco. Na realidade, cá pra nós, vocês que participam das conferências devem perceber que o interesse é muito pequeno da sociedade onde ela é a principal beneficiada e responsável pelo que venha a acarretar uma conferência.
As reuniões da câmara que a gente faz aqui. Quando não tem uma polêmica praticamente são 15, 20 gatos pingados que vêm. Agora quando você diz: “Vai ter um aumento de salário aqui e a câmara não sabe se aprova ou não”, aí, meu amigo, você vê a casa cheia. Denúncia, também, lota.

DF: Seu comentário antecipou um questionamento. De fato percebemos que a participação popular nas conferências é pouca, mas percebemos também que o legislativo não está participando, nem manda representação. A que, então, se deve esse desinteresse visto que é lá que o legislativo pode atacar os grandes problemas da cidade e gestão executiva?
FM: Não, veja, em parte acredito que não está indo os onze vereadores. Nunca na história nem em nenhuma cidade você vê uma câmara totalmente nas conferências. Mas se você observou sempre tem um ou dois. Um de situação, outro de oposição participando que vem a trazer para os outros o conhecimento do que foi debatido.
Na realidade, Daniel, um vereador é como outra pessoa qualquer. Ele tem outros afazeres também. Não dá para os onze estarem em todos os compromissos.

DF: A conferência de Educação foi a gente, do blog, que convocou, em tom de crítica, alguém da oposição. Chegou Jorge. Até então não tinha ninguém do legislativo. Justo a de educação que é fundamental para corrigir tantos problemas, inclusive o da pouca participação política da sociedade.
GN: Depois vimos Eudes. Foram Jorge e Eudes.
FM: Pois é, Jorge e Eudes. Justamente. Um, líder da oposição, o outro que agora é o novo líder do governo (substituindo Sílvio). Então nada mais justo que os líderes irem para repassarem tudo aos seus súditos (risos).


PRÓXIMA PARTE: O que pensa do trabalho de seus colegas parlamentares, como se dá o diálogo entre prefeitura e câmara de vereadores, concurso para a câmara.

terça-feira, 21 de julho de 2015

PRÓXIMA ENTREVISTA: FABIANO MARQUES


Depois de uma longa pausa o BLOG GOTA D'ÁGUA retoma a série de entrevistas com os vereadores. FABIANO foi o da vez.
Em pouco mais de duas horas de conversa falamos sobre:
Papel do legislativo;
Atual gestão;
Seu rompimento com a atual gestão;
Prováveis candidatos à prefeitura;
O papel das pesquisas para definir nomes à candidatura;
Candidatura de João Lopes;
Água no Bairro Nova Esperança;
"Previsões" de obras municipais que serão realizadas em 2016;
E muito mais.
A partir de amanhã iremos publicar a entrevista por partes.

Até lá!

O LEITOR É O REPÓRTER. ORLA FLUVIAL, CARTÃO POSTAL ESQUECIDO

Foto: leitor.

 Apostamos que essa imagem servirá ao batido argumento:

"não há conservação porque o povo depreda"

Nossa campanha, que deu início ao publicar fotos de moradores da Quadra 4 a denunciar o descaso com sua praça pública, vem gerando repercussão. Recebemos fotos de outros exemplos de descaso.
Essa é sobre a ORLA FLUVIAL que deveria ser nosso cartão postal.
As fotos do leitor resgataram nossa lembrança quando na última visita do então governador Eduardo Campos. Dia 20 de Março de 2014, inauguração do posto avançado do Corpo de Bombeiros.
Na época, às vésperas da visita, víamos máquinas e trabalhadores limpando e cuidando de cada detalhe de nossa orla e não perdemos a oportunidade de tecer uma crítica construtiva: “Seria bom que o governador nos visitasse sempre!”
O comentário gerou ataques nervosos de funcionários da prefeitura. “Oportunista! Exibido! Quer aparecer! Só sabe criticar!”
A resposta? Nada melhor que o tempo para responder e a história para absolver uns e condenar outros.
As fotos a seguir mostram que os comentários lançados não foram em vão de alguém que critica por criticar. Foram a percepção de que nossa política ainda é feita de forma cartunesca, caricata, mesquinha com capitães do mato ávidos para defender seus benefícios pessoais em detrimento ao do povo.
Contra fatos e fotos, amigos leitores, há argumentos?

Outrora plano de governo ter praças com brinquedos
adequados às crianças, agora...