Foto: Marcha Mundial das Mulheres |
Nota
de solidariedade aos povos indígenas e rechaço à violência dos latifundiários
Tem nos causado dor, revolta e tristeza as
notícias vindas do Mato Grosso do Sul: os povos Guarani e Kaiowá de Guryra
Kambi’y são novamente alvos diretos da ação da milícia armada pelo latifúndio.
Quantas
vidas mais serão ceifadas em nome do latifúndio?
500
anos após a chegada dos europeus nessas terras, pouco se alterou na relação com
as populações originárias do Brasil. Povos inteiros seguem sendo exterminados,
roubados e assassinados, seja pela bala do agronegócio, pela expulsão de suas
terras e pela inanição cultural. O preconceito, o racismo e a discriminação têm
causado efeitos profundos sobre a organização de suas vidas.
A Marcha Mundial das Mulheres do Mato Grosso
do Sul e de todo o Brasil vem a público denunciar o genocídio sistemático
praticado pelo agronegócio contra os povos indígenas. Nas últimas décadas, essa
população tem sofrido ataques contínuos dos fazendeiros, a ação violenta dos
Governos Estadual e Federal e a omissão do poder judiciário.
Estamos em uma situação insustentável. Ou o
governo brasileiro DEMARCA - ou seja, devolve aos povos indígenas seus
territórios tradicionais (Tekohas) - ou protagonizará o maior genocídio da
história contemporânea. A demarcação de terras é uma garantia de uma vida plena
de diversidade cultural, sem violências, abusos e mortes, e reconhece que a
terra pertence àqueles que nela vivem.
Transformamos nossa dor em resistência e
luta, fazemos da nossa voz, a voz dos povos Guarani e Kaiowá de Guryra Kambi’y,
e exigimos a imediata demarcação das terras e a garantia da autonomia e
soberania de toda a comunidade.
Chega
da invasão dos latifundiários em terras indígenas! Chega de chacinas! Nenhuma
morte a mais!
Marcha Mundial das
Mulheres
Setembro de 2015
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