quinta-feira, 29 de outubro de 2015

VIOLÊNCIA MOBILIZA LEGISLATIVO DE PETROLÂNDIA E COMANDO DA 4ªCIPM/PMPE

Fotos e texto: George Novaes

 Devido aos últimos ocorridos violentos, onde 4 pessoas foram assassinadas em uma única semana, os vereadores cobrados pela população e para entender como anda a segurança pública em Petrolândia, convidaram para uma reunião o comandante da 4ª CIPM/PMPE, o major Lenildo Maurício da Silva, na Câmara de Vereadores de Petrolândia-Pe, na tarde desta quarta-feira (28).
Estiveram presentes todos os vereadores, o Major PM Lenildo, a imprensa local e população.
O presidente da Câmara de Vereadores Fabiano Marques ao apresentar todos perguntou: 
"O que podemos fazer pela segurança em nossa cidade? Vimos recentemente a violência imperar na cidade e por isso, temos que colaborar com as polícias militar e civil. Pois, somos abordados todos os dias e esperamos soluções para os recentes crimes".
Na tentativa de compreender o atual contexto foram abordados outros temas que podem estar diretamente ligado ao crescimento da violência. Como disse o vereador Sílvio Rogério, “a gente sempre espera e sonha com dias melhores” e foi neste tom de otimismo que aconteceu este encontro.
Assuntos como logística e infraestrutura dos órgãos públicos, falta de emprego e renda, desenvolvimento desordenado de frações da cidade, crescimento populacional e policiamento ostensivo, foram a base da reunião. Todos também concordaram que os 4 assassinatos ocorridos nesta última semana são casos isolados e não devem se repetir.
O Bairro Nova Esperança foi assunto também na reunião, devido a forma como se expande desordenadamente e a ausência de serviços de necessidades básicas, podem gerar o que se conhece por “violência urbana”, um fenômeno presente em várias cidades brasileiras, portanto, esse é um tema comum a todos nós, sendo de extrema importância sua abordagem. Segundo o sociólogo Luís Antônio Francisco de Souza, “a pobreza não é causa da violência. Mas quando aliada à dificuldade dos governos em oferecer melhor distribuição dos serviços públicos, torna os bairros mais pobres mais atraentes para a criminalidade e a ilegalidade.”
O Major PM Lenildo Maurício da Silva trouxe dados locais sobre as ações da Polícia Militar na região. A 4ª CIMP está bem assistida, são 7 viaturas, 94 policiais, sendo que dessas viaturas 4 ficam prestando serviço a Petrolândia.
Com experiência e conhecimento das problemáticas da região do sertão pernambucano, uma vez que foi comandante das Companhias de Polícia Militar em Santa Maria da Boa Vista, Cabrobó e no Batalhão em Petrolina, veio tranquilizar a todos com informações da Secretária de Desenvolvimento Social de Pernambuco (SDS). Num diálogo claro, disse que temos que encontrar alternativas, referindo-se aos momentos de crise que vez por outra assola as cidades e elogiou a atitude dos vereadores de convidá-lo para essa conversa. “Quando morre alguém sempre impacta a população, mas têm casos que tem gente que busca a morte, todos sabem dos riscos”, disse o major. Lembrou ainda que o povo da cidade tem um nível de confiabilidade grande, basta observar as pessoas à vontade nas ruas e calçadas.
O major complementou dizendo que no estado de PE são 26 áreas de segurança, Petrolândia se situa na área 22, isso é feito para que se integrem as polícias e alcancem metas. A meta do Núcleo de Redução de Homicídios da SDS é de 12% em relação ao ano anterior, Petrolândia está com 30% em redução de homicídios atualmente, portanto mais que o dobro da meta para o estado. No quesito apreensão de arma de fogo temos na cidade o maior índice do estado entre as cidades, foram 22 apreensões este ano.
Vale lembrar que a elucidação de crimes não compete a Polícia Militar. A 4ª CIPM cobre 8 municípios e Petrolândia e Tacaratu estão no verde (dentro das metas). Outro número é de que em 2015 tivemos até aqui 7 homicídios (em 2014 foram registrados 10).
O comandante tem buscado parcerias já tendo solucionados pontos importantes para o trabalho da PM. “O trabalho está sendo realizado e vamos conseguir atingir as metas de segurança para este ano. O trabalho que fazemos aqui é de muita seriedade. Estamos reunindo comandantes de região, planejando e estimulando os policiais. Esta é uma causa de todos nós!”, finalizou o Major PM Lenildo.
Diante do que foi falado no encontro a Câmara de Vereadores de Petrolândia se disponibilizou a dar total apoio ao comandante e toda a PM. Serão encaminhadas as autoridades um convite para que de forma conjunta, a Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Câmara e Prefeitura de Petrolândia, possam se integrar nesta caminhada por segurança e que possa discutir assuntos de interesses de todos ficando alguns pré-estabelecidos (logística, ocorrências em fins de semanas e feriados, comunicação e turma do apito).
Para um enfrentamento das causas, a participação de toda a sociedade – tanto cobrando soluções do Poder Público como se organizando em redes comunitárias de proteção e apoio, de desenvolvimento social e mesmo de questões de segurança pública – é um caminho apontado pelos especialistas. Não significa substituir as funções do Estado, mas trabalhar em conjunto. E é importante não transformar o diagnóstico, a identificação das causas, em motivo para mais violência. Afirmar que as áreas urbanas mais desprovidas de recurso facilitam a criminalidade não significa dizer que os moradores dessas áreas sejam culpados.

Na verdade, além de enfrentar condições precárias de subsistência, essa população ainda é a principal vítima. É preciso haver integração entre políticas urbanas e políticas de segurança pública.


MARCHA PELA PAZ

Amanhã, sexta (30), acontecerá uma marcha pela paz em nosso município. A partir das 17:00hrs. Concentração na Academia das Cidades.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

CURSO DE DIRIGENTE SINDICAL

 

Cumprindo mais uma das promessas de campanha, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE), junto à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e Central Única dos Trabalhadores (CUT) promovem o curso de formação de dirigentes sindicais voltados a todos os profissionais em educação filiados à entidade.

Fotos: Daniel Filho

O programa de formação vai além do conhecimento sobre os conteúdos políticos, sociais e históricos da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, visa possibilitar uma visão crítica da realidade concreta das nossas relações sociais.
Em tempos de discursos conservadores e rasos de argumentos predeterminados ao retrocesso de importantes avanços e conquistas sociais se faz importante o posicionamento político do educador, formador de opinião, se apropriar desse material que estará disposto em quatro grandes eixos:

1 - Concepção Política Sindical;
2 - Formação de Dirigentes Sindicais;
3 - Planejamento e Administração Sindical;
4 - Temas Transversais.

O curso terá duração de três anos. Com cinco encontros anuais no primeiro e segundo ano e quatro encontros no último.
O primeiro eixo contém os seguintes fascículos:

1 - Introdução à Sociologia;
2 - Teoria Política;
3 - Economia Política;
4 - Introdução à História do Movimento Sindical;
5 - Movimento Sindical de Trabalhadores (as) em Educação.

Os temas proporcionarão fundamentação teórica e metodológica para o enfrentamento político popular qualificado frente ao conservadorismo que ronda direitos e conquistas alcançadas após anos de luta, além de garantir formação continuada com carga horária significativa para o plano de carreira.

QUEM PODE PARTICIPAR?

Todos os segmentos da rede estadual de ensino, ou seja, professores(as) (efetivos ou contratados); funcionários(as) administrativos(as) e aposentados(as) desde que associados ao SINTEPE. Caso não seja, poderá preencher a ficha de filiação ao sindicato no ato da inscrição do curso.
Os interessados deverão procurar os coordenadores sindicais de sua região.

REGIÃO DO SUBMÉDIO DO SÃO FRANCISCO

 Há quarenta vagas (40) para a região composta pelas cidades de: Belém do São Francisco, Carnaubeira da Penha, Floresta, Itacuruba, Jatobá, Petrolândia, Tacaratu.
A proposta é que o curso se inicie junto ao ano letivo 2016 em uma das datas destinadas a planejamento escolar e formação continuada, visto que esse é um curso de extensão importante para o professor. As outras datas serão definidas em conjunto junto à avaliação e discussão.
O sindicato disponibilizará material de estudo e ajuda de custo relacionado a transporte e alimentação.
Interessados entrarem em contato com a sede regional em Floresta:

Rua Antônio de Souza Jota – 122 – A – Caraibeiras - Floresta – PE
CEP – 56.400-000 – (87) 3877-2613


Os coordenadores do núcleo regional são José Edson Vilarim de Souza, Ana Maria de Souza (Floresta) e Daniel Filho (Petrolândia). 




segunda-feira, 26 de outubro de 2015

CONSOLIDAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL É MISSÃO... É DIREITO!

Fotos: Daniel Filho e Josilda Marques

Eu, Daniel Filho, representando o município de Petrolândia através da ARBIO enquanto sociedade civil e Josilda Marques, assistente social representante governamental, participamos da XI Conferência Estadual de Assistência Social de Pernambuco sob o tema Consolidar o SUAS de vez rumo a 2026.
O papel da conferência era analisar o quanto se avançou na última década e implementar novas metas e objetivos até 2026 para a consolidação do SUAS.
O primeiro dia do evento contou com palestras e falas fortes acerca do teor político que discorre sobre o campo da assistência social. Assistencialismo ganha contorno pejorativo e distribuição de renda vira esmola. Tais conceitos acabam caindo no senso comum e viram mote para fala dos sociólogos de botequim atravancarem a consolidação não somente desse, mas de diversas políticas sociais importantes que foram determinantes para a retirada de cinquenta (50) milhões de brasileiros da pobreza na última década.

“A conferência tem o papel e a tarefa de fazer a discussão política de tudo que conquistamos e o que devemos fazer para avançar e consolidar o SUAS (...) Querem nos deixar, enquanto militantes de esquerda, cabisbaixos, calados, mas a palavra de ordem a esses é RESISTÊNCIA. Resistência contra essa fala conservadora”.

Isaltino Nascimento, secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude – SDSCJ

O secretário, ao fim de sua fala de abertura da conferência, entregou à presidente do CEAS-PE e secretária executiva de Assistência Social – SEAS da SDSCJ, Ana Célia Farias, o Anteprojeto de Lei do SUAS Estadual que representa uma grande conquista para o setor. Os conselheiros do CEAS-PE têm 15 dias para fazer sugestões e ajustes no documento. Depois desse prazo a proposta será encaminhada para o governador Paulo Câmara, que a enviará para votação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Isaltino aproveitou ainda para apresentar o novo portal do Sistema de Informação e Gestão da Assistência Social (Sigas), que armazena informações e indicadores sociais da Secretaria Executiva de Assistência Social (SEAS), dos 184 municípios pernambucanos e dos conselhos municipais:


Participaram da mesa de abertura a ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Governo Federal, Márcia Helena Carvalho e a atual ministra da pasta, Tereza Campello. O discurso político ganhou um tom ainda mais forte:

“Para consolidar o SUAS é preciso um gestor que compreenda a função da assistência social para trabalhar e buscar profissionais da área comprometidos, pois assistência social é direito e não clientelismo. (...) Ninguém questiona uma bolsa de estudos do CAPES, mas questionam o BOLSA FAMÍLIA. É preciso entender e fazer entender que transferência de renda é direito e não clientelismo”

Márcia Helena Carvalho

“Custos com assistência social foram garantidos para 2015 e estão garantidos para 2016. Esses constantes debates sobre cortes na assistência social, como o programa BOLSA FAMÍLIA não é debate do governo federal, nem de Dilma ou de vocês. Essa pauta é de alguns deputados. E essa garantia não é favor de nenhum governo, mas garantia de direitos ao cidadão.”
Tereza Campello

Contando com a participação de 786 delegados eleitos nas conferências municipais a representar todos os 184 municípios presentes além da participação de diversos usuários, fomos divididos em dez (10) grupos a discutir acerca de cinco (5) temas:
“Dignidade humana e justiça social: princípios fundamentais para a consolidação do SUAS”; “Participação social como fundamento do SUAS”; “Primazia da responsabilidade do Estado: por um SUAS público e republicano”; “Qualificação do trabalho no SUAS” e “Assistência social é direito”.
Dessas discussões vinte (20) propostas prioritárias foram escolhidas para serem implementadas no SUAS Estadual e quinze (15) propostas que serão levadas à Conferência Nacional, como sugestão para implantação no âmbito da União. Houve ainda a plenária de deliberações e a eleição dos 52 delegados que irão representar Pernambuco na 10ª Conferência Nacional de Assistência Social, que acontecerá no período de 07 e 10 de dezembro, em Brasília (DF).

PETROLÂNDIA REPRESENTADA


Josilda Marques ao lado da
ex-ministra Márcia Helena Carvalho

A assistente social Josilda Marques, representação do governo, garantiu vaga para a Conferência Nacional em Brasília. Representando a sociedade civil fiquei como suplente de Almeri de Souza, da cidade de Tacaratu que se comprometeu a socializar os resultados das discussões em âmbito nacional, além de representar e se fazer votar as prioridades estabelecidas pelo estado. 

Ao lado da ministra Teresa Campello


Em canto e poesia. Marinho e irmãos
dão um espetáculo à parte


Trabalhos em grupos




segunda-feira, 19 de outubro de 2015

... E OS SERVIDORES MUNICIPAIS DE PETROLÂNDIA DISSERAM SIM!

Fotos: George Novaes

No último sábado (17) foi realizada com sucesso a primeira assembeia geral para fundação do Sindicato dos Servidores Municipais de Petrolândia (SINSEMP). Conduzido pelo professor Isac, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a assembleia deliberou, de forma positiva e unânime, eleição da primeira diretoria da entidade, seu estatuto, filiação à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Serviço Público Municipal no Estado de Pernambuco (FETAMPE) e à CUT.
A diretoria é formada ao todo por dezesseis (16) membros e terão como sede provisória um anexo, sala A, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) gentilmente cedido pelo presidente da entidade, senhor José Maurício.
Sua fundação é um marco histórico e carrega diversos pesos.
Aos que sempre se acostumaram a fazer “política” do “toma lá dá cá!” e negociavam favores em vez de direitos trabalhistas, o peso é o da desconfiança e temor. A partir de agora deverá aprender a negociar com uma representação de todas as categorias e não mais individualmente, a calar uns poucos com “agrados” (desvio de função, portaria, hora extra...) e, assim, esmagar a planos de carreira e arrochar salários dos servidores.
Às dezenas de trabalhadores e trabalhadoras presentes na assembleia o peso é o da serenidade. Unificados a protagonizar parte da história de seu município.
A primeira página dessa história está escrita, novos feitos e desafios virão. No que depender dos movimentos sociais e sindicais envolvidos a caminhada do SINSEMP não será solitária. A CUT além de fornecer material de divulgação se compromete em realizar cursos e conferências de formação sindical continuada.
O Blog Gota D’Água parabeniza os membros dessa primeira direção. São eles:
1. Adriana Gomes de Araújo – Professora
2. Roberto Martins Cardoso – Guarda Municipal
3. Maria Helena Gomes de Souza - Auxiliar Administrativo
4. Raimundo Júlio Aureliano – Guarda Municipal
5- Josilda Gomes De O. Pereira -  Aux. Administrativo
6- Alexandre  Honório Monteiro -  Guarda Municipal
7- Fabiane Kelly Silva – Professora
8- Lisímaco Ibrahim Lira Filho – Guarda Municipal
9-Francisco Pedro da Silva – Operador de Máquinas
10- Francisco Ferreira de Souza – Motorista
11- Maria da Saúde – Merendeira
12- Manoel Conceição Gomes - Vigilante
13- Austergilio Martins Pereira da Silva - Tratorista
14- Marcos Rogério Viana – Vigilante
15- Carlos Albertoda Silva – Guarda Municipal
16- Pedro Ribeiro da S. Junior – Gari.

Bem vindo à luta, SINSEMP.  




 

sábado, 17 de outubro de 2015

É HOJE... ASSEMBLEIA DE FUNDAÇÃO DO SINSEMP

Foto: acervo

Logo mais, a partir das 19:00hrs no auditório da sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolândia (STR), acontece a assembleia geral de fundação da entidade.
A assembleia irá deliberar:

1) Fundação do Sindicato dos Servidores Municipais de Petrolândia (SINSEMP);

2) Leitura e aprovação do Estatuto Social;

3) Eleição, apuração e posse da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal;

4) Filiação à Federação e Confederação Cutistas;

5) Filiação à Central Única dos Trabalhadores (CUT);

6) Assuntos Gerais das categorias presentes.


Você, servidor municipal, compareça.


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

MESTRADO DA UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECNOLOGIA (PORTUGAL) MINISTRADO EM PETROLÂNDIA É IRREGULAR

Foto: Daniel Filho


A informação foi dada pela Associação Nacional dos Pós-Graduados em Instituições Estrangeiras de Ensino Superior (ANPGIEES) e o Programa Educa Legal na audiência do dia 13 na EREM Maria Cavalcanti Nunes.
Segundo o presidente da associação, Vicente Celestino, com base em nota de esclarecimento da Associação Brasileira de Pós-graduandos no Mercosul (ABPÓS MERCOSUL) tais cursos são ILEGAIS, não encontrando amparo na legislação brasileira.

“Mesmo as universidades estrangeiras que atuam em convênio com outras
empresas, institutos ou organizações brasileiras infringem a legislação vigente, já que para ministrarem aulas em território brasileiro esses cursos de mestrados e doutorados deveriam, obrigatoriamente, ter autorização do Ministério da Educação do Brasil.
Os cursos de mestrados ou doutorados de universidades estrangeiras devem ter todas as atividades acadêmicas comprovadamente realizadas em outro país. Mesmo nos estados e municípios onde existe legislação para admissão de títulos estrangeiros, os títulos devem ter sido obtidos com todas as atividades acadêmicas realizadas presencialmente no país onde está situada a universidade.
São LEGAIS, porém, respeitada a legislação educacional de cada país, os cursos oferecidos para brasileiros com todas as aulas e defesa de tese realizadas em outro país do Mercosul ou em Portugal, por exemplo. Se for o seu caso, guarde os comprovantes de entrada e saída no outro país e o VISTO DE RESIDÊNCIA TEMPORÁRIO.”
Informa a nota.

Foto: Daniel Filho

Em Petrolândia o curso custa o valor de R$500,00 (quinhentos reais) a mensalidade mais os custos de viagem e hospedagem em Portugal para defesa da dissertação. O custo de viagem pode chegar a custar em torno de R$10.000,00 (dez mil reais).
Alguns estudantes já concluíram outros estão prestes a concluir o curso de Mestrado em Ciências da Educação. A recomendação do professor Vicente Celestino aos cursistas em fase de conclusão é que analisem a viabilidade do investimento final em um curso que está irregular.  Lembra que os créditos, artigos e dissertação produzidos até aqui podem ser aproveitados em outro curso nacional regular com viabilidade de custo mais em conta.

Abaixo anexo com lista de algumas instituições que oferecem cursos de mestrado e doutorado irregulares ou incompatíveis com a legislação brasileira. Segue ainda link da ABPOSMERCOSUL:






quarta-feira, 14 de outubro de 2015

AUDIÊNCIA SOBRE OS CURSOS IRREGULARES: MAIS DO MESMO

Foto: Daniel Filho

Na noite de ontem (13), na Biblioteca da EREM Maria Cavalcanti Nunes, aconteceu uma audiência entre ex-estudantes de cursos de extensão oferecidos pela Funeso/Faexpe/Parapanema,  a Associação Nacional dos Pós-Graduados em Instituições Estrangeiras de Ensino Superior (ANPGIEES) junto ao Projeto Educa Legal  e Ana Gleide, representando o Centro Ensino Superior do Vale do São Francisco (CESVASF) veio trazer informações, mas poucas novidades.

PROJETO EDUCA LEGAL – PE

Esse projeto tomou por objetivo informar a todos estudantes, educadores e comunidades em geral do estado de Pernambuco os instrumentos para identificar os cursos de Graduação e pós-graduação autorizados pelo MEC que podem funcionar  nos municípios do estado.
Eis a sensação do pequeno público presente de “mais do mesmo”. Como já publicado em matérias anteriores de nosso Blog e exposto por advogados em diversas reuniões não houve muita novidade no discurso. Os estudantes de Petrolândia, com aval do poder executivo e inoperância do poder legislativo, contrataram cursos de extensão como superior.

O QUE SÃO CURSOS DE EXTENSÃO?

Segundo o parecer do presidente da ANPGIEES, Vicente Celestino, cursos de extensão não podem conferir grau ou emitir diplomas estando limitada a expedir apenas certificados de participação. De acordo com o artigo 44, inciso IV da Lei n°9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB) esses cursos são modalidades extensivas do nível superior, e não seu substituto. Tais certificados não têm valor de grau superior para o exercício da função a qual o estudante tenha concluído ou esteja a concluir. Significa dizer que, caso exerça a função ao ter concluído em uma desses falsos cursos, o estudante pode responder por porte de diploma falso (com pena de dois a seis anos de reclusão e multa) além de exonerado, ainda que concursado, se estiver exercendo a função a qual crê ter titulação necessária.
Como podemos ver na imagem ao lado o prefeito Lourival Simões autorizou a vinda dos cursos (ainda FUNESO) a partir da cedência de prédio público, Escola Municipal 1°de Julho, para suas realizações. No documento podemos ler que se trata de CURSO DE EXTENSÃO, no entanto o que foi ofertado ao município, através da mídia e publicidade, foram cursos de graduação. Como podemos conferir abaixo em texto publicado num blog local:
 

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“A Funeso/Unesf vai oferecer graduação de Licenciatura em Letras, Biologia, Matemática e Pedagogia, e Bacharelado em Administração. Os cursos têm aulas presenciais uma vez por semana e estão sendo implantados nesta cidade com apoio da Prefeitura Municipal de Petrolândia, através da Secretaria de Educação”.

O CAMINHO MAIS CURTO E BARATO SE TORNOU O MAIS LONGO E CARO

Petrolândia dispunha do campus do Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco (CESVASF) com graduação que oferecia graduação de licenciatura em Letras e Matemática, além de ofertar diversas bolsas de estudos pelo Programa Universidade para Todos (PROUPE). O programa, lançado em 2011 através do governo do estado de Pernambuco, oferecia bolsas que custeavam a mensalidade dos estudantes em 100%, 50% e 25%, valendo, respectivamente, descontos de até R$ 245, R$ 135 e R$ 95 (valores máximos relativos às 13 autarquias que recebiam o auxílio do governo, variando a depender do valor da mensalidade). A prioridade era financiar licenciaturas e beneficiava diversos estudantes do campus Petrolândia.
A prefeitura, acreditando estar fazendo uma jogada de mestre, optou por não investir nas condições estruturais mínimas para manter o campus e apostou suas fichas na alternativa mais barata que surgiu: FUNESO/UNESF (futura FAEXPE, PARANAPANEMA... presente problema):

“Os cursos têm aulas presenciais uma vez por semana e estão sendo implantados nesta cidade com apoio da Prefeitura Municipal de Petrolândia, através da Secretaria de Educação. A Funeso-Fundação de Ensino Superior de Olinda tem 40 anos de tradição em ensino superior e os cursos são reconhecidos pelo MEC. FUNESO/UNESF: Tradição e qualidade ao seu alcance”.

Noticiava a oferta. Hoje problema sem tamanho aos estudantes com prejuízos que dificilmente serão revertidos.
Se o município tivesse dado o investimento necessário ao campus que já existia, hoje Petrolândia poderia ter oferta de cursos de licenciatura em Física, História, Ciências Biológicas, Geografia e Educação do Campo.

MAS HÁ SOLUÇÃO?

Publicamos aqui qual seria a única alternativa possível, repetida ontem (13) na audiência pelos membros da associação a realizar a audiência, para amenizar os problemas. Trazer de volta a única instituição credenciada pelo MEC, a CESVASF. Releia a matéria:


A diretora e professora Ana Gleide foi procurada pelo prefeito para o retorno que será possível mediante a renovação de autorização junto ao MEC. Segundo Ana Gleide esse processo depende apenas de vontade política e não vê com dificuldades essa possibilidade.
No entanto Ana Gleide percebe pouca procura por parte dos estudantes e, hoje, não viabilizaria a implantação dos cursos superiores no município. Afinal as condições da instituição atende a poucos dos que foram vítimas do golpe:

A modalidade será presencial com carga horária de 40hrs semanais e não mais semanal ou quinzena, como era ofertado;

Os valores da mensalidade são maiores;

Os estudantes deverão passar por processo seletivo (vestibular) a preencher até quarenta (40) vagas por curso. Em cursos que o número de matriculados era acima das quarenta, alguns ficariam excluídos do processo precisando aguardar novo vestibular;

Abaixo de vinte e cinco (25), aprovados ou que optarem pela migração, se torna inviável implementar o curso;

Pode haver aproveitamento das horas já cursadas mediante comparação de matrizes curriculares, mas não há dispensa total de cadeiras cursadas. Portanto estudantes que já cursaram dois anos ou mais teriam que refazer o curso do início complementando as horas já cursadas;

O antigo campus ficava na Escola Francisco Simões, distante para muitos estudantes que moram no centro e não dispõe de transporte público.

Muitos se agarraram ao sonho do curso superior pela oportunidade surgida de conciliar sua vida de trabalhador à academia, mas viram tornar pesadelo. Essa e outras reuniões apresentam pouca participação não por desinteresse, mas por desilusão.
Petrolândia se une aos mais de trinta mil alunos lesados pelas falsas faculdades em Pernambuco cujos representantes políticos municipais assistiram, de forma conivente ou negligente (talvez ambos?), a implantação da pirataria dos diplomas. Agora só resta às vítimas cobrar na justiça o ressarcimento dos danos financeiros e morais causados.

Para ler ou reler matérias do BLOG GOTA D’ÁGUA referentes ao tema, seguem os links:






terça-feira, 13 de outubro de 2015

POR ESCOLA, TERRA E DIGNIDADE - RONALD TORRES

Foto: Acervo

O mês de outubro para muitas crianças é um mês muito especial. Não importa em que dia da semana será comemorado o tradicional Dia das Crianças, a data é sempre motivo de muita festa e de diversão. Certo? Mas não é só isso. Para as crianças Sem Terrinha, filhos de acampados e assentados do MST, o Dia das Crianças é muito mais que ganhar presentes. O mês de outubro é, principalmente, referência de luta das crianças, quando fortalecem a identidade da criança Sem Terra e realizam uma grande festa, é o mês do Encontro Estadual dos Sem Terrinhas.
Com o lema “Sem Terrinha: por escola, terra e dignidade”, cerca de 600 crianças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – cinquenta (50) só de Petrolândia ­–, se reuniram em Caruaru (PE). O XII Encontro Estadual dos Sem Terrinhas aconteceu entre os dias 8 e 10 de Outubro no Centro de Formação Paulo Freire, no assentamento Normandia com muita festa, palhaços, debates sobre reforma agrária, além de oficinas de agroecologia, arte e educação.
Entre plenárias, estudos, atividades lúdicas e desportivas, durante os três dias de encontro as crianças do MST reivindicaram seu direito à educação e escolas nos assentamentos e acampamentos que sejam voltadas para a sua realidade. Porque a “escola no campo é direito e não esmola”, exigem a qualificação e ampliação das escolas do campo no estado e municípios e a construção de escolas de ensino médio nos assentamentos. Além disso, políticas públicas para a produção de alimentos saudáveis estão também entre as principais reivindicações dos Sem Terrinha.
O encontro além de um momento de muita diversão, festa e confraternização é também um momento de estudo para as crianças Sem Terra. Em tempos em que a ofensiva a educação tem se tornado mais evidente, é extremamente importante manter a mística em torno da Educação do Campo acesa e fazer uma leitura atenta do momento político em que vivem as famílias Sem Terra. Entender o porquê da escola da cidade ter quadro e carteira nova e a do campo não, ou o porquê do transporte escolar no campo geralmente ser de má qualidade, faz com que os Sem Terrinhas reflitam sobre sua condição de sujeito e desde pequenos saibam que é preciso lutar para que as políticas públicas para o campo não continuem relegadas a segundo plano.
Com bandeiras do Brasil, do MST e de Pernambuco e um alto nível de organização, no último dia de encontro (10), os 600 Sem Terrinhas marcharam pelas ruas de Caruaru até o marco zero, denunciando o fechamento de mais de 37 mil escolas do campo nos últimos anos e as péssimas condições das escolas do campo no estado e em muitos municípios de Pernambuco. Com palavras de ordem como “Educação do Campo: direito nosso dever do Estado” distribuíram mudas de árvores durante a marcha a pessoas que acompanhavam o ato. Cerca de quinhentas mudas de árvores nativas foram distribuídas a população durante a marcha no dia 10 de outubro.
As crianças Sem Terra participam das lutas, caminhadas, marchas, ocupações, e apresentam também suas próprias reivindicações, principalmente no campo da educação. Sabendo que os pequenos participam junto com os adultos dos momentos da luta pela terra, desde as mobilizações, ocupações, marchas, acampamentos e sabendo também que para o MST uma escola em um assentamento se constitui como uma grande conquista é nesse contexto que as crianças vão se tornando Sem Terrinha. Vão se tornando Sem Terrinha na escola, mas também na rotina de luta que se constitui para as famílias Sem Terra desde o acampamento. As canções, as histórias, as primeiras leituras de cartilhas específicas, a observação e participação na encenação da mística tudo isso pode contribuir para que as crianças do MST afirmem como identidade social e política, o ser um Sem Terrinha.
Ao final do encontro nos perguntamos: o que temos a aprender com os Sem Terrinhas? E logo nos vem a resposta: ao contrário do sentimento de ódio que tem se tornado comum por parte de uma parcela da sociedade, em que quem usa roupa vermelha “é comunista e merece morrer”, aquelas crianças Sem Terra mostraram que estão do lado da vida, da tolerância, do direito de reivindicarem seus direitos sem agredirem, incitarem o ódio ou maltratarem o outro. Aquelas 600 crianças são a prova viva que é possível fazer luta e pedir mudanças de uma maneira organizada, ativa e sobretudo humana. Provaram que quem mora no campo não é jeca tatu, pé rachado ou burro, quem mora no campo é gente, têm direitos e querem ser tratados como gente! Parabéns aos Sem Terrinhas!