quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ESCOLAS DE ARTES FAZEM REVOLUÇÃO CULTURAL EM SERTÂNIA


Cento e vinte crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos aprendem arte num Centro de formação artística.

                                                                                  Por Gilberto Sousa

Aprender uma arte traz muitas vantagens na vida de um ser humano. Desde o desenvolvimento sensorial até a melhora do convívio, proporcionando mais harmonia e melhor comunicação em suas relações, entre muitos outros benefícios. Foi pensando nisto que a Prefeitura de Sertânia, através da Secretaria de Juventude, Esporte, Cultura e Turismo (SEJECT) vem fazendo um belo trabalho através das Escolas de Artes, que juntas formam um espécie de Centro de Formação Artística, instalado no Prédio da Antiga Estação ferroviária, que também sedia a secretaria. A iniciativa vem obtendo aplausos da comunidade e despertando os olhos de admiração da região do sertão.
De acordo com Secretário João Henrique Lúcio, um jovem de 30 anos, que é músico saxofonista e professor universitário, no local funcionam a Escola de Sanfona, a Escola de Teatro, a Escola de Dança, a Escola de Violão, a  Escola de bateria e a Escola de Música. Ao todo 120 alunos, entre crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, assistem aulas teóricas e práticas. “Aqui temos alunos de 8 a 80 anos”, diz entusiasmado João Lúcio. Muitos deles são aproveitados nos grupos que foram criados pela Secretaria, para realizarem apresentações na cidade e outras localidades circunvizinhas, arrancando aplausos por onde passam, projetando o nome de Sertânia lá fora.
Para o escritor Luiz Pinheiro Filho, presidente da ACORDES- Associação Cultural de Sertânia, as escolas de artes de Sertânia estão promovendo uma revolução cultural na cidade, uma vez que ocupam as pessoas de comunidades carentes com arte, melhorando a autoestima, evitando que sejam alvos fáceis do contato com drogas, desenvolvendo talentos, revelando vocações e formando novos artistas. “Tudo isto aqui promove inclusão social através da cultura. É Um lazer sadio e significativo para quem frequenta aqui”, define Luiz Pinheiro.
Já para o poeta e compositor Josessandro Andrade, Coordenador da SAPECAS- Sociedade dos Poetas, Escritores, Compositores e Artistas de Sertânia, as Escolas de Arte também promovem o resgate da identidade cultural e artística dos sertanienses como povo. “Aqui tem vasto material sobre a obra de Francisquinho, como grande compositor e maestro que foi, além dos artistas que passaram por suas mãos e a história da Orquestra Marajoara. Ambos são na verdade a gênese de nossa formação musical. Também tem muita coisa de Elisabeth Freire e informalmente de nossos escritores cujo conhecimento de professores aqui é compartilhado com os alunos”. Explica Josessandro.

ESCOLA DE SANFONA LULA SANFONEIRO

A Escola de Sanfona
É do povo uma conquista
Nas teclas do acordeon
Se lapida o artista
E os novos sanfoneiros
Fazem da terra viveiros
Prá vida encher nossa vista

A música encanta, transmite confiança e segurança emocional e ajuda a criança e o ser humano em geral a ganhar mais independência em suas atividades
A Escola de Sanfona Lula Sanfoneiro fundada em 2013, possui trinta alunos que assistem as aulas ministradas pelo diretor –professor Lula Sanfoneiro, Luiz Neves, que já foi conhecido também como Lula do Acordeon. Além das aulas, há o grupo de alunos que realiza apresentações, sob a batuta de Luiz. Entre inúmeras apresentações realizadas destacam-se a do Festival de Sanfona Viva Dominguinhos , em Garanhuns-PE, da Caminhada do Forró em Arcoverde -PE, da Semana Estudantil de Artes de Sertânia, do Lançamento do Livro “O Pasmoso e astuto Cão do Piutá”, do escritor sertaniense Marcos Cordeiro. “Recentemente fomos convidados por Joquinha Gonzaga, sobrinho do Rei do Baião Luiz Gonzaga, para tocarmos no Parque Asa Branca, em Exu, no Festival Luiz Gonzaga. Nós íamos, pena que o festival foi cancelado”. Disse Luiz Sanfoneiro.
Um outro grande acontecimento foi a apresentação no Desfile de 7 de setembro de 2015 em Sertânia. “Inovamos o desfile colocando a escola de Sanfona. Foram cerca de trinta sanfoneiros na avenida tocando em harmonia, um espetáculo que encheu os olhos de quem assistiu”, afirma com orgulho João Lúcio, o músico que é o secretário de cultura da cidade.  Alguns alunos já rumam à profissionalização. É o caso de Lucas Cordeiro, que já toca em algumas bandas da cidade como Aquarela do Sertão (criada por ele, com nome em homeagem ao seu avô - o poeta e compositor Waldemar Cordeiro) e Forró Pathouly, além de acompanhar o cantor Chico Arruda. Recentemente Lucas foi aprovado para estudar no Conservatório Pernambucano de Música. Outra é Jeisiane Almeida, uma adolescente, que costuma receber convites para apresentações solo em escolas, eventos culturais e arraiais juninos. Há casos especiais que comprovam a valia social da Escola de Sanfona, como os de idosos como o Sr..José Rufino da Silva, de 67 anos, de meninas como Thainá, de 12   anos  e Niel, portador de síndrome de down. “Aqui incluímos e proporcionamos oportunidades a todos”, declarou o Secretário João Lúcio.
     


Os Versos que ilustram esta reportagem são de autoria do Poeta Josessandro Andrade.


Na próxima matéria vamos conhecer a Escola de Dança Elizabeth Freire e a Escola de Teatro Liu Pinheiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário