Durante algum tempo fiquei calada como
resposta ao machismo, até conhecer o feminismo. Eu já era forte, mas ele me
fortaleceu ainda mais. A partir dele, encontrei em mim toda a coragem para
reivindicar que eu procurava. Encontrei “abrigo”. Nestes últimos dias, tenho
discutido bastante questões que envolvem igualdade de gênero, junto à colegas e
professoras. Há alguns anos, eu não me imaginava assim. Hoje, olho-me no
espelho com orgulho da pessoa que eu sou (sensação que todas merecem sentir), e
sou grata por ter aprendido desde cedo a reconhecer e lutar pelos meus
direitos.
Foto do projeto Reinventando Frida Kahlo.Organizado pelo ProEmi da Escola Jatobásob coordenação da professora Suemys |
Enquanto eu for julgada pelo meu batom
vermelho, pelo tamanho do meu vestido e pela cor dos meus cabelos, eu não me
calarei. Eu luto por cada mulher, assim como eu, que tem medo de voltar sozinha
para casa, sobretudo, durante a noite, com receio de sofrer qualquer tipo de
violência. Eu luto por cada mulher que é julgada pelo que veste, ou por quantas
pessoas com quem ela fica. Luto por cada mulher que põe sua vida em risco na
tentativa de um aborto clandestino. Eu luto. E falo por cada mulher que não
pode falar pois está sofrendo ameaças do companheiro. Enquanto a mulher
continuar sendo violentada pelo fato de ser mulher, eu não me calarei. Sou
grata ao feminismo, pois ele sim é bom para todos. O machismo mata todos os dias.
Ráylla
Kelly, 17 anos, estudante do ensino médio. Natural de
Petrolândia (PE), cidade onde reside atualmente. Feminista, faz parte do
projeto RFK (Reinventando Frida Kahlo) da escola de jatobá. Poetisa nas horas
vagas.
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