segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O RIO AZEDOU


Imagem: Revista Galileu

377 mil nascentes na Bacia do Rio Doce, que é do tamanho de Portugal. O rio tem 850 km de extensão e dele dependem 3,5 milhões de pessoas. Agora, com o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, resta um imenso curso de lama que destrói quase toda forma de vida que encontra pela frente.  E a lama continua descendo todos os dias, sem que as autoridades tomem providências.
As 735 barragens de Minas Gerais são verdadeiras bombas-relógio prestes a detonar a qualquer momento. O maior desastre ambiental da história do Brasil causou 19 mortes. As casas de 254 famílias foram soterradas por 55 milhões de metros cúbicos de lama (o equivalente a 20 mil piscinas olímpicas cheias de lama). Em torno do rio Doce há 300 mil habitantes sem água limpa para beber, 11 toneladas de peixes mortos, 120 nascentes e mangues soterrados.
Já dizia Hugo Werneck, de quem fui vizinho em Belo Horizonte: “A natureza não precisa de nós. Nós é que precisamos da natureza.”
No capitalismo, empresa existe para dar lucros. Mais lucros e menos segurança! Proteção ambiental, investimento em pesquisas e qualidade de vida da população são questões secundárias...
As empresas sofrem pressão dos acionistas para aumentar a produção e vender mais e mais. Foi o que aconteceu com a Samarco/VALE. Já era tempo de aplicar tecnologias de extração de minério a seco, sem utilizar água. Ou reutilizar a água da lavagem, como fazem inúmeras empresas não mineradoras.
Em 2014, a Samarco, controlada pela Vale e a  BHP Billiton, anglo-australiana, obteve um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões.
O governo brasileiro não tem visão estratégica. Tentou, mas fracassou nesse intento. Em 2007, criou a Secretaria de Assuntos Estratégicos, com status de ministério. Fechou-a em outubro de 2015, sem choro, nem vela, nem fita amarela.

Imagem: G1

Ainda que a tragédia de Mariana não houvesse ocorrido, a sentença de pena de morte da Bacia do Rio Doce já havia sido decretada pelos municípios que despejam esgoto em suas águas. Outro grave problema é o desmatamento da Mata Atlântica. Hoje, no vale do Rio Doce, a cobertura é de menos de 0,5% de floresta.
Para os governos (municipal, estadual e federal) e a maioria das empresas, preservação ambiental é mera frase de efeito em discursos demagógicos. Falam maravilhas sobre sustentabilidade e compromisso social! Ora, basta conferir quanto, de fato, gasta-se nessa área.
Em Minas, o SISEMA (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) recebe apenas 0,5% do orçamento público. Depois da Secretaria da Fazenda, quem mais arrecada é a do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD). Mas todo o dinheiro, recolhido pela Secretaria do Planejamento, vai para outros gastos do Estado, resta no final uma ninharia para a Semad.
A fiscalização nas empresas mineradoras ou é feita com olhos de cego, devido à pressão das empresas e a corrupção dos políticos, ou não é feita por causa da falta de pessoal qualificado, equipamentos, viaturas e pagamento de diárias. Embora o financiamento empresarial de campanhas políticas esteja proibido, por baixo do pano os políticos esperam “uma ajudazinha” das empresas e, por isso, temem ser rigorosos na imposição das leis e na apuração e punição de responsabilidades.
Isso explica por que o Sisema, em apenas um ano, analisou e regulamentou mais de 6 mil processos de licenciamentos ambientais!
Enquanto economia e política não forem ecologizadas, outras tragédias semelhantes poderão ocorrer. A menos que a lei obrigue os diretores de mineradoras a erguer seus luxuosos condomínios à sombra das barragens...

Frei Betto é escritor e assessor de movimentos sociais, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.



PETROLÂNDIA: A CIDADE QUE FOMOS, QUE SOMOS E QUE PODEMOS SER

Fotos: Daniel Filho

Eis o tema da palestra que a frente popular política, apresentada como alternativa às pré-candidaturas lançadas até aqui, vem levando semanalmente às comunidades de Petrolândia. Com uma mesa cuja composição se alternará a cada encontro as falas são divididas pela cronologia da cidade: Passado, rememorando as qualidades e estilo de vida da antiga Petrolândia; análise do que foi perdido na última década e suas consequências para nossa situação presente e encerra com um vislumbre do que a cidade pode vir a ser adotando um modelo de gestão política participativa e verdadeiramente democrática.
Moradores da Agrovila 1 do Assentamento Antônio Conselheiro interagiram com o formato. Intervenções com lembranças da cidade que cresceram, desabafos de todo o sofrimento oriundo da transposição de uma cidade para outra, assim como das perdas sociais e econômicas sofridas nos últimos dez anos, além de concordarem que a forma de se fazer política em Petrolândia precisa de um novo rumo.
A abertura foi feita pelo violonista Miguel. Entoando canções que ilustram profundamente a situação política que passamos no município. Paciência, de Lenine, questiona aos presentes se ainda temos tempo a perder:

Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara

Saia do Meu Caminho, de Belchior, avisa aos velhos cacoetes políticos:

Saia do meu caminho
Eu prefiro andar sozinho
Deixem que eu decida
A minha vida

Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho, inspira a revisão de nossa trajetória cidadã até aqui:

É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer

Terminada a bela e simbólica abertura, a professora e presidente do Sindicato dos Servidores de Petrolândia (SINSEMP), Adriana de Araújo, fez um emocionante resgate da antiga Petrolândia. Sua geografia, suas especificidades culturais e econômicas cativaram a memória de parte da comunidade presente que fez parte de toda aquela história: “Discordo quando dizem que Petrolândia não teria evoluído economicamente caso não houvesse a construção da barragem. Sempre tivemos como força nossa agricultura e como fraqueza a ausência de políticas públicas sérias que incentivasse os produtores (...) Em nome do que chamam de progresso vimos ser inundada toda uma história de lutas e conquistas.” 
Deu destaque ao alto índice de suicídio da cidade. De forma poética associou esse triste índice à transição dos moradores à nova cidade: “Quando arrancamos uma muda de planta jovem, ela consegue se adaptar em novo solo e se desenvolve. Uma árvore adulta, com raízes profundas, porém, sofrerá bem mais para conseguir a readaptação. Com nossos idosos aconteceu isso. Na transição da cidade muito vieram a falecer em pouco tempo por desgosto... Por terem perdido suas raízes originais em uma terra que aprenderam a amar.”
Natanael Caetano, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) deu continuidade à explanação mostrando o quanto perdemos em qualidade de vida desde a chegada do chamado “progresso”: “De que adianta progredir economicamente se não podemos usufruir do progresso? Um hectare de terra para cada agricultor voltada a uma produção familiar nos daria sustento e qualidade de vida, mas, temos esse acesso? E quando temos conseguimos apoio da gestão no sentido de nos garantir condições de produção?”
Destacou ainda os diversos retrocessos na última década: “Na cultura tínhamos apresentações de pastoril, uma banda marcial, cinema, biblioteca pública... Hoje não resta nada relacionado a lazer e bem estar para nós.”
Rômulo Pedrosa, presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ficou responsável pelo vislumbrar de um futuro mais justo socialmente e economicamente sustentável: “Defendemos o orçamento participativo como melhor forma de gerir o recurso público. Esse mecanismo permite a setores organizados da sociedade decidir, através do voto, como será aplicada parte das verbas públicas municipais em áreas como transportes, saúde e saneamento, entre outras. Esse modelo não é novidade e vem sendo implantado em diversas cidades com sucesso. Compreendemos que nada mais justo que os usuários dos serviços públicos cuidarem do que é público. E nada mais democrático que apresentar e construir um plano inicial para, somente depois, em conjunto, decidirmos pelos nomes que irão defender uma candidatura de cunho popular (...) A próxima prefeita ou prefeito de Petrolândia pode estar aqui entre nós, pois nesse grupo, a qual faço parte, não há imposição de nomes de cima pra baixo. Aqui a construção é coletiva e convidamos vocês a construírem com a gente.”
A sequência do encontro se deu com as falas dos participantes:
“Já trabalhei como engraxate, vendedor de picolé e não acho indigno. Todo serviço é digno. O que acho indigno é ter dez hectares de terra e ter que vender picolé por não ter condições de produzir. Isso é indigno.” Falou o jovem Auricélio. “Quando conheci esse grupo renovei minha esperança na política por causa da postura de todos eles. Eu acredito e peço a todos vocês que acreditem nesse grupo porque eles não vieram aqui empurrar um candidato, eles vieram nos apresentar uma ideia.”
Foram lembrados ainda os sofrimentos dos residentes oriundos da eterna e inconsequente disputa de territórios entre os gestores dos municípios de Tacaratu e Petrolândia que não aponta para uma resolução. Falta de transporte escolar para as crianças e jovens da área, cobrança indevida de taxa de iluminação pública (alguns chegam a pagar R$15 reais por um serviço inexistente), dificuldades no acesso à água potável, escassez de serviços sociais básicos foram pontos lembrados e discutidos.
A frente política popular, formada pelos partidos PT e PSOL junto a movimentos sociais como o Movimento dos Sem Terra (MST) e presidentes de associações de assentamentos diversos, conduzirá de forma itinerante essa roda de conversa política a percorrer as principais comunidades da cidade para materialização do plano de governo, filiações de futuros pré-candidatos e escolha dos nomes para disputa do pleito.  






quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

QUAIS PESOS E QUE MEDIDAS?

Foto: Divulgação

O prefeito Lourival Simões fez a entrega (na última segunda-feira, 22) de duas reformas e ampliações das Escolas Municipais de Educação Básica Macambira e Pau Ferro. As escolas estão localizadas na área rural do município.
Somam a elas duas inauguradas no último dia 19: Escola Agropecuária Municipal José de Carvalho Alcântara e Escola João Rodrigues de Almeida com as presenças do deputado Fernando Filho (PSB) e deputado estadual Alberto Feitosa (PR). Importantes obras para os estudantes petrolandenses que sofreram por um longo período em espaços apertados e improvisados. As quatro obras foram entregues em tempo hábil. Habilmente entregues em ano eleitoral.

Foto: Divulgação

Mas, agora, tudo resolvido. Escolas novas e bem equipadas...(?) Nem tanto.
Divulgadas em redes sociais pelo vereador Rogério Novaes imagens internas das escolas recém-entregues (há dois dias) que não foram divulgadas por parte da mídia. As fotos a seguir mostram detalhes da Escola Municipal Macambira, localizada na Agrovila 04 do Bloco 03. Valor da obra: R$200.000,00 (duzentos mil reais) aproximadamente.  














EDUCAÇÃO NO PALANQUE É DISCURSO OU REALIDADE?

Apenas solenidade para cabo eleitoral ver. O município está prestes a enfrentar nova greve de professores caso não atenda a pauta de reinvindicação proposta e votada na última assembleia da categoria coordenada pelos professores Evaldo Nascimento e Sebastião Pereira em nome do Sindicato dos Professores do Estado de Pernambuco (SINPRO). A pauta revê compromissos firmados e não cumpridos além de necessidades pedagógicas urgentes a profissionais de educação e estudantes. (veja abaixo a pauta na íntegra)

Há ainda o grave prejuízo do ano letivo de 2016 para dezenas de estudantes da rede estadual de ensino. Moradores da Área rural, assentamentos e Bairro Nova Esperança, que dependem do transporte escolar para chegarem a suas unidades de ensino, sofrem as consequências da atitude do prefeito em romper o convênio com o estado.
Para muitos as aulas ainda não iniciaram, para poucos restaram opções precárias: andarem quilômetros a pé ou depender de caronas. O porquê da quebra de acordo em que o município se responsabilizava pelo transporte dos estudantes não foi divulgado.
Mães de estudantes prejudicados estão organizadas para comparecerem à Gerência Regional de Ensino em Floresta, agora, responsável pela resolução do problema.

QUESTIONAMENTO

Todo dinheiro voltado para educação é investimento?



Depende do gestor... Em Petrolândia, por enquanto, é gasto de campanha.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CAMPANHA PERMANENTE CONTRA OS AGROTÓXICOS EM TODO O BRASIL

Imagens ilustrativas  

A Anvisa concluiu a reavaliação de três substâncias, em um processo se iniciou em 2008. As três substâncias são:

LACTOFEN: Herbicida utilizado na soja, e presente em produtos das empresas Bayer (Cobra), UPL (Coral), Nufarm (Drible) e Adama (Naja). Considerado cancerígeno, o produto é proibido na União Europeia.

TIRAM: Fungicida autorizado para uso em diversas culturas alimentícias, como arroz, feijão, milho, trigo, ervilha, cevada e amendoim, além de soja, pastagens e algodão. É registrado pelas empresas Bayer (Derosal Plus, Rhodiauram), Macdermid (Anchor), Chemtura (Ipconazole), Masterbor (Mayran, Sementiram), Novozymes (Protreat) e Arysta (Vitavax). É considerado mutagênico, causa toxicidade reprodutiva e possui suspeita de desregulação endócrina, causando problemas hormonais. O produto foi voluntariamente retirado do mercado nos EUA.

CARBOFURANO: Inseticida autorizado para uso em diversas hortaliças, frutas e grãos. Fabricado pela Ameribrás (Carboran, Raizer), e FMC Química (Diafuran, Furadan e Furazin). Classificado como altamente tóxico pela OMS e pela agência de risco dos EUA, e como disruptor endócrino pela União Europeia. É proibido na Europa e na California (+).

As notas técnicas divulgadas pela Anvisa recomendam a proibição do Carbofurano, mas determinam a manutenção do Tiram e Lactofem. O BLOG GOTA D’ÁGUA adere à Campanha e publica aqui um passo-a-passo para você, que concorda com a causa, possa contribuir na consulta pública.
Siga com atenção e ajude a banir os agrotóxicos que já foram banidos no exterior. O prazo para a do Carbofurano é 25/02, e para os demais é 07/03.

TIRAM

Acesse o formulário da Consulta Pública:

A primeira seção do formulário é relacionada a seus dados pessoais. Todos os campos são obrigatórios, e é necessário preencher seu e-mail e CPF.
Na seção Ementa, sugira o banimento:
Na proposta de alteração, preencha: “Proíbe a utilização do ingrediente ativo Tiram em produtos agrotóxicos, em decorrência da sua reavaliação toxicológica.”
Na justificativa, preencha: “Na existência de contradições nos resultados dos estudos apresentados, se aplique o princípio da precaução e se retire o produto do mercado até que um laboratório independente (ou preferencialmente, um estudo interlaboratorial) pudesse realizar novos testes sugeridos pela ANVISA e dirimir as dúvidas e contradições apresentadas.”
Na seção Art. 1°, propor a alteração:

Na proposta de alteração, preencha: “Proíbe a utilização do ingrediente ativo Tiram em produtos agrotóxicos, tendo em vista que, em sua reavaliação toxicológica, foram constatadas evidências suficientes de efeitos graves à saúde humana que o enquadrem no art. 31 incisos III, IV, V, VI e VII do Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002.”
Na justificativa, preencha: “Na existência de contradições nos resultados dos estudos apresentados, se aplique o princípio da precaução e se retire o produto do mercado até que um laboratório independente (ou preferencialmente, um estudo interlaboratorial) pudesse realizar novos testes sugeridos pela ANVISA e dirimir as dúvidas e contradições apresentadas.”

A seção Art. 2° pode ser deixada em branco.

Na seção Parecer Técnico nº 5, de 2015/GGTOX/ANVISA, justificar a posição:

No comentário, preencha:
1) Ao fim de cada item da sessão II-ANÁLISE (genotoxicidade, toxicidade reprotutiva etc) a ANVISA consta o posicionamento de consultores do Thiram Task Force, formado por empresas que comercializam o tiram no Brasil. Não surpreende que as visões desse grupo para o estudo minimizaram os achados que apontam a toxicidade do tiram, valorizando, por outro lado, estudos e relatórios não-publicados que são restritos às empresas (ex: Mine et al. 1993; York, 1991; York, 1992). Com isso, a transparência do processo e, portanto, as participações de pesquisadores independentes e da sociedade ficam comprometidas.

2) Na página 31 do documento, a ANVISA declara que “Segundo a TTF, os estudos derivados da literatura científica revisados pela Fiocruz, na Nota Técnica enviada à Anvisa, possuem falhas graves e não deveriam ser utilizados para análise de risco.” É preciso esclarecer se as Notas da Fiocruz eram públicas e como consultores das empresas tiveram acesso.

3) Deve-se destacar que a ANVISA não apresentou no documento aspectos de grande importância:

a) a revisão dos estudos de toxicidade aguda, que determinar a classificação toxicológica voltada para a rotulagem do produto, embora seja muito limitada pois não leva em conta efeitos crônicos.

b) o documento também não menciona se a ANVISA realizou a revisão do cálculo da Ingestão Diária Aceitável (IDA) para os estudos toxicológicos (incluindo aqueles que não foram incluídos)

4) As conclusões da PROPOSTA de regulamento técnico da ANVISA, de manutenção do registro do tiram se baseiam fundamentalmente na posição desses consultores associados a empresas.

Na justificativa, preencha:

Parte II- Análise; 1. Genotoxicidade (p. 9-19)
Sobre os testes de avaliação de genotoxicidade citados (p.12 a 15), o conjunto dos resultados mostra contradições, pois ora são positivos, ora negativos, o que, minimamente, demandaria que se aplicasse o princípio da precaução e que se retirasse o produto do mercado até que um laboratório independente (ou preferencialmente, um estudo interlaboratorial) pudesse realizar novos testes sugeridos pela ANVISA e dirimir as dúvidas e contradições apresentadas.
Toxicidade reprodutiva (p. 19-30) - Toxicidade sobre a fisiologia reprodutiva
Estudos da literatura aberta mostram claros efeitos sobre a toxicidade reprodutiva. A avaliação do JMPR negando a toxicidade reprodutiva foi anterior aos estudos publicados que mostram os efeitos. Novamente, a posição de consultores do TTF desqualifica os estudos que se mostraram positivos para a toxicidade reprodutiva e cita estudos não publicados e que não apresentam informações suficientes que permitam avaliar o estudo de forma adequada.
Toxicidade no desenvolvimento
Estudos abertos da literatura, assim como a IARC, consideram o tiram embriotóxico e teratogênico em mais de uma espécie. No entanto, estudos não publicados apresentam resultados negativos, como os utilizados pela agência americana e os testes aportados pelas empresas contido em uma das revisões citadas. É claro que as contradições apresentadas dependem, substancialmente, se o estudo foi realizado por grupos independentes ou vinculados as empresas fabricantes.
Efeitos endócrinos (p.30-37)
Novamente os estudos independentes apresentados são desqualificados quando acham resultados positivos pra toxicidade. Vários estudos que apontam a clara desregulação endócrina do tiram são desqualificados pela TTF. A ANVISA emite sua conclusão com base nos estudos aportados e na avaliação que o TTF fez dos estudos relacionados na Nota Técnica da Fiocruz, que o tiram não é desregulador endócrino.

Neurotoxicidade (p. 37-41)
Nesse item a ANVISA apresenta estudos mostrando que o tiram pode causar danos malformações severas para o sistema nervoso central, quando a exposição ocorre in utero, segundo posicionamento da agência americana. A USEPA solicitou mais estudos sobre o potencial teratogênico. Os estudos relatados no item 5 comprovam a neurotoxicidade do tiram (inclusive durante exposição durante a gravidez), no entanto, esse efeito não é impeditivo de registro. Apesar disso, ANVISA deveria ter apresentado um estudo de revisão da Ingestão Diária Aceitável com base nesses desfechos, principalmente porque o tiram é usado para a produção de culturas que são a base da alimentação no Brasil (incluindo gestantes e crianças): feijão, arroz, batata, trigo, dentre outros.

Os três campos a seguir podem ser deixados em branco.

Agora, o mais importante: A seguir, no campo De modo geral, qual sua opinião sobre a proposta de norma em discussão? * marque a opção Discordo integralmente da proposta.

Ao clicar nesta opção, aparecerá o campo se você discorda integralmente da proposta, explique os seus motivos (sugestão):

Lutamos por um Brasil agroecológico, livre de agrotóxicos, transgênicos e das multinacionais que ganham dinheiro às custas do sofrimento da população. Consideramos um absurdo que decisões de tamanha relevância para o país sejam tomadas utilizando documentos sigilosos, sem nenhuma transparência no processo, desconsiderando a Lei de Acesso à Informação e de acordo com os interesses do setor regulado. Exigimos que a Anvisa proíba agrotóxicos proibidos em outros países, e que causem perigo para a população.

Preencha a seção Levantamento de Impactos, marcando Não sei informar nas 3 primeiras perguntas, e Impacto negativo alto na última.
Deixa os próximos dois campos em branco, se desejar.
Preencha os campos finais obrigatórios da seção Avaliação do formulário de Consulta Pública . Por um erro do sistema, mesmo que você marque Sim na pergunta “Esta é a primeira vez que você participa de uma consulta pública da Anvisa?”, você deve preencher a pergunta seguinte “Se você já participou de outras consultas públicas da Anvisa, como você avaliaria esta nova ferramenta de participação?”
Clique em Gravar.

LACTOFEM

Acesse o formulário da Consulta Pública:

A primeira seção do formulário é relacionada a seus dados pessoais. Todos os campos são obrigatórios, e é necessário preencher seu e-mail e CPF.
Na seção Ementa, sugerir o banimento:
Na proposta de alteração, preencha: “Proíbe a utilização do ingrediente ativo Lactofem em produtos agrotóxicos, em decorrência da sua reavaliação toxicológica.”
Na justificativa, preencher: “A possibilidade de indução de câncer em seres humanos não esta totalmente descartada. Os argumentos da Nota que minimizam a possibilidade desse efeito em seres humanos é fundamentada em poucas referências bibliográficas. Portanto, pelo principio da precaução esse ingrediente ativo deveria ser proibido do país.”

Na seção Art. 1°, propor a alteração:

Na proposta de alteração, preencha: “Proíbe a utilização do ingrediente ativo Lactofem em produtos agrotóxicos, tendo em vista que, em sua reavaliação toxicológica, foram constatadas evidências suficientes de efeitos graves à saúde humana que o enquadrem no art. 31 incisos III, IV, V, VI e VII do Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002.”

Na justificativa, preencha: “A possibilidade de indução de câncer em seres humanos não esta totalmente descartada. Os argumentos da Nota que minimizam a possibilidade desse efeito em seres humanos é fundamentada em poucas referências bibliográficas. Portanto, pelo principio da precaução esse ingrediente ativo deveria ser proibido do país.”

Os 7 campos seguintes podem ficar em branco.

Agora, o mais importante: A seguir, no campo De modo geral, qual sua opinião sobre a proposta de norma em discussão? * marque a opção Discordo integralmente da proposta.
Ao clicar nesta opção, aparecerá o campo Se você discorda integralmente da proposta, explique os seus motivos (sugestão):
Lutamos por um Brasil agroecológico, livre de agrotóxicos, transgênicos e das multinacionais que ganham dinheiro às custas do sofrimento da população. O Lactofem é proibido na União Europeia desde 2007, e nosso organismo não é diferente do organismo dos europeus. Exigimos que a Anvisa proíba agrotóxicos proibidos em outros países, e que causem perigo para a população.

Na seção Levantamento de Impactos, as perguntas dependem da sua profissão assinalada no início. Portanto, você só verá algumas das perguntas descritas aqui.

No Indicador de Disponibilidade, marque Não sei informar;

No Indicador de Informação, marque Não sei informar;

No Indicador de Rotina, marque Não sei informar;

Sobre risco sanitário, marque a opção: Aumenta/cria a exposição da população a evento danoso catastrófico, e preencha na justificativa: “Agrotóxicos sempre representam aumento do risco sanitário, ao contrário da agricultura agroecológica.”

Sobre o grau de impacto da proposta, marque Impacto negativo alto.
Deixa os próximos dois campos em branco, se desejar.
Caso não deseje anexar nenhum arquivo, na pergunta Você deseja incluir um arquivo para subsidiar a sua contribuição? clique em Não.

Preencha os campos finais obrigatórios da seção Avaliação do formulário de Consulta Pública . Por um erro do sistema, mesmo que você marque Sim na pergunta “Esta é a primeira vez que você participa de uma consulta pública da Anvisa?”, você deve preencher a pergunta seguinte “Se você já participou de outras consultas públicas da Anvisa, como você avaliaria esta nova ferramenta de participação?”

Clique em Gravar.

CARBOFURANO


Atenção: a indicação da Anvisa para o Carbofurano é de banimento, portanto devemos concordar com a proposta.

Preencha apenas os campos obrigatórios e na pergunta: De modo geral, qual sua opinião sobre a proposta de norma em discussão? * marque a opção Concordo com a proposta.
Logo em seguida, na pergunta sobre impacto, marque Impacto positivo alto, e como justificativa sugerimos: “Menos agrotóxicos, mais saúde”

* As entidades defensoras dos agrotóxicos se mobilizaram contra o banimento do carbofurano. Há 700 pessoas que marcaram ser contra o banimento.


PERÍODO DE FILIAÇÕES AO SINSEMP

Foto: Daniel Filho

O sindicato dos servidores municipais de Petrolândia (SINSEMP), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras no Serviço Público Municipal no Estado de Pernambuco (FETAMPE) dá continuidade a seus trabalhos de organização sindical na busca por melhorias através dos planos de cargo e carreira a diversos setores do serviço público municipal que passam por dificuldades diversas.
A presidenta, Adriana Gomes de Araújo (professora) e o vice, Roberto Martins (Guarda Municipal), informam que está aberto o processo de filiação. Ao servidor e servidora que desejar se filiar entrar em contato com seguintes membros:

ADRIANA GOMES DE ARAÚJO: (87) 996200312

ROBERTO MARTINS: (87) 999986710

MARIA HELENA GOMES DE SOUZA: (87) 996266922

FRANCISCO PEDRO DA SILVA: (87) 999259751

RAIMUNDO AURELIANO: (87) 996365418

Quem desejar ir pessoalmente à sede provisória do Sindicato comparecer na Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), localizado na Rua Dantas Barreto – Petrolândia (próximo ao Mercado + Barato e Padaria Veneza), no dia 29 de Fevereiro (segunda-feira) nos seguintes horários:
Manhã: 8:00hrs às 11:30hrs

Tarde: 14:00hrs às 17:00hrs

SINSEMP NA RÁDIO

Alguns dos membros da diretoria do sindicato estarão presentes ao vivo no programa CIDADANIA EM DEBATE na ALIANÇA FM (104,9) para explanar o papel do sindicato na luta por melhores condições salariais e de serviço aos trabalhadores do serviço público municipal. Será no próximo dia 5 de Março, logo após entrevista com o pré-candidato a prefeito Fabiano Marques, convidado do dia.

O programa vai ao ar aos sábados e é apresentado por João Júnior.