quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

PETROLÂNDIA TEM UM LEGADO QUE PRECISA SER RESPEITADO

Imagens: divulgação

O centro Beethoven deveria mudar de nome. Justa homenagem seria ter as iniciais de importantes e fortes mulheres que dedicaram suas vidas não apenas para esse instituto de atendimento a crianças e jovens com necessidades especiais como pela temática em geral: Áurea Menezes, Marlene Ferraz e Lúcia Barros, poderiam formar o nome do espaço. Exemplos de mulheres que tiveram suas atividades e militâncias interrompidas precocemente, em um curto espaço de tempo, por fatalidades.
No entanto ainda é pouco às suas memórias. Seus nomes deveriam dar nome ao instituto para sempre lembrar que o atendimento educacional especializado para o cidadão com deficiência requer sensibilidade por parte da gestão municipal. É preciso forte investimento em estrutura e informática adaptadas com formação continuada, assim como garantir o pleno funcionamento das salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas escolas municipais e estaduais.
Atualmente o centro carece de investimentos e tem futuro incerto (como já denunciamos aqui mesmo no Blog, reveja em link ao fim da matéria).
Para além das necessidades educativas especiais há a necessidade de uma cidade verdadeiramente inclusiva às pessoas com deficiência.
Aos surdos e cegos é negado o direito de participação política, seja na câmara de vereadores ou em audiências/conferências do executivo. Prefeitura e Câmara de Vereadores simplesmente não contam com a contratação dos serviços de intérpretes em Libras e publicações em Braile.
O não aproveitamento desses e dessas intérpretes em libras dificultam, ainda, o acesso a serviços públicos básicos: de uma simples consulta médica a uma prestação de queixa na delegacia, a população surda de nosso munícipio passa a depender do favor de amigos e familiares em vez de políticas públicas previstas na lei nº 10.436 de 24 de Abril de 2002 regulamentado pelo decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005.
Existem profissionais excelentes na cidade, a maioria formada pelo Centro de Formação Profissional Luiza (CEFORPROL), deixado por Lúcia Barros e não há justificativa cabível pela não inserção de suas atividades nas repartições públicas do município.
Soma-se a essas problemáticas mais urgentes e de relativa facilidade de resolução, outra um pouco mais complexa, mas de importância (e atraso) igual: a discussão e construção do plano municipal de mobilidade e acessibilidade urbana.
Petrolândia tem uma bela história com o tema “inclusão”, bem mais pelo papel de resistência e busca de mulheres fortes, do que, propriamente de políticas públicas permanentes do município. Chegou a hora de reverter essa “lógica” e honrar o legado deixado.
Áurea Menezes, Marlene Ferraz, Lúcia Barros...
PRESENTES!
 
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