quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O FUTURO POLÍTICO DE PETROLÂNDIA APÓS RENÚNCIA DE RICARDO RODOLFO – artigo de opinião por Daniel Filho

Imagem: Arquivo

Ao anunciar ontem (1) a renúncia, Ricardo Rodolfo (PR) abriu uma série de incertezas à população de Petrolândia. Afinal, por que desistir em tão pouco tempo de mandato?
Durante a campanha, e após eleito, manteve um perigoso discurso: se apresentar como “cidadão gestor” e não “político” (estratégia semelhante adotada por João Dória, prefeito de São Paulo).
Ao adotar essa postura e, posteriormente, optar por renunciar declarando “...dilemas entre ser líder religioso e gestor...”, permite passar a equivocada impressão de que a política não é um bom lugar às pessoa “de bem”, esmorecendo ainda mais os que perderam as esperanças por dias melhores.

MOTIVAÇÕES PARA A DESISTÊNCIA DA MISSÃO

Imagem: George Novaes -
Arquivo

As palavras na carta de renúncia citam apenas o tratamento de saúde (Síndrome de Burnout) como motivação, mas em mensagem enviada a familiares o então prefeito Ricardo cita “herança deixada pela gestão anterior (...) divisão política (...) dilema vocacional...”
A nota do ex-prefeito Lourival Simões soa tão obscura quanto: “pedidos inexequíveis, denúncias vazias, pressões dos mais diversos segmentos (...) os problemas existentes causaram a ele está enfermidade.”
Dilemas, divisões, herança, denúncias, pedidos, problemas tão sérios a ponto de trazer enfermidade deveriam ser explícitas, principalmente aos seus eleitores, mas só ampliam as incertezas de uma população que, majoritariamente, votou CONTRA a continuidade do governo.
Exatos 11.916 (onze mil novecentos e dezesseis) votos de oposição (dividida em quatro candidaturas) contra 7.224 (sete mil duzentos e vinte e quatro) votos do prefeito eleito. A maioria dos eleitores assistiu tomar posse quem não queria e, agora, vê assumir o poder quem menos esperava para governar o destino de todas e todos até 2020.
O futuro é de incertezas podendo pertencer somente ao tempo ou à vontade legítima do povo em exigir novas eleições.

CAMINHOS PARA NOVAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Cabe aos vereadores, tanto de situação quanto oposição, investigações profundas acerca do que não está transparente acerca das contas e real situação econômica, social e política do município, assim como trazer à tona esclarecimentos acerca das contas de campanha eleitoral da chapa Ricardo – Jane, parcialmente rejeitado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Imagem: PN Notícias

Caso se comprovem irregularidades (relembre a denúncia clicando no link “matérias relacionadas” ao final dessa publicação), a chapa completa seria cassada e novas eleições seriam convocadas.
Outro possibilidade de novo processo eleitoral seria a prefeita recém-empossada, Janielma Rodrigues, também renunciar ao cargo.
Todo o processo, desde a renúncia a esses caminhos apontados, trazem fortes traumas ao processo político-democrático do município, assim como ser governado por uma continuidade que a maioria do eleitorado negou ou sequer imaginava.
O que nos remete a uma história nacional recente...
O ex-prefeito e ex-deputado Lourival Simões, no auge dos debates acerca do impeachment, hoje comprovadamente ilegítimo, da presidenta Dilma Rousseff, declarou concordância ao processo: “não dá mais pra conviver com uma presidente que não governa” declarou o ex-prefeito ao blogueiro Magno Martins (reler matéria ao final).
Faz necessário o questionamento ao principal responsável pela situação política constrangedora posta até aqui:
Por amor e “desapego ao poder”, tão repetidos em notas e entrevistas diversas, o ex-prefeito Lourival Simões defenderia, novamente, um impedimento de mandato executivo por “ingovernabilidade”?
Ou não convém?



MATÉRIAS RELACIONADAS


Linha narrativa - da renúncia às análises:


Rejeição das contas de campanha:


Impeachment no governo dos outros é refresco:

Um comentário:

  1. Petrolândia. se lembro muito bem que muito antes da crise política do Brasil. A prefeitura vinha se arrastando há em meio à crise. O povo já percebia isso quem não lembra? Só que quando a crise se estalou no Brasil. Foi bom para o Lourival. Ele passou a crise que já vinha forte em nosso município passou para Dilma. A culpa passou para o governo federal. Que cara de pau péssimo gestor esse Lourival.

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