quinta-feira, 29 de março de 2018

OUTDOOR DE FASCISTA REVELA ESTUPIDEZ por Romário

Mussolini

Por sermos seres múltiplos, evidente que ninguém pode ser definido e resumido tão somente ao fator gênero. Indivíduos possuem tantas e infindas características que a diversidade constitui um valor central da humanidade. Não obstante, ao pensarmos eleições e grupos de eleitores, podemos lançar questões sobre perfis que unem certos grupos.
No caso dos eleitores de um deputado carioca que há 30 anos vem exercendo
mandato sem ter aprovado um projeto de lei, fazendo da política uma profissão junto de suas crias, chama atenção não somente o fato de seus mais aguerridos seguidores serem homens.
Embora diferentes, estão unidos como indivíduos ignorantes do saber historicamente acumulado e observam com desdém o convívio democrático.
Não, não é desqualificação gratuita de seus fãs. A ignorância é trazida para a
reflexão como elemento característico de seus seguidores por conta mesmo de uma constatação concreta: na medida em que o candidato a quem chamam de “mito” defende uma ditadura militar e diz ser contra corrupção, temos um contrassenso lógico. É sabido que o regime civil-militar brasileiro (1964-1985) foi uma grande escola que alicerçou grandes esquemas de corrupção, sobretudo no setor das empreiteiras que hoje tomam o noticiário, mantidas sob o silêncio de uma imprensa controlada e de vozes silenciadas na base de torturas e balas. Será que indivíduos que não possuem vergonha do ridículo ao sair em foto com deputado fascista não sabem disso?
Como projeto de “macho”, a virilidade masculina é reforçada como estratégia de tal candidato, acompanhada de elementos como “armas”, “força física”, “violência”. Os fiéis seguidores dão saltos de alegria. Junto a isso, termos vagos como “povo”, “nação”, “Brasil acima de tudo” são mobilizados diversas vezes para não adentrar no âmago de questões centrais que caracterizam a sociedade brasileira. Ora, de qual Brasil esse individuo está falando? O que entende como povo? Como observa os interesses divergentes que estão na base da sociedade? Questões deixadas para reflexão, algo que desagrada o senso imediato, curto e limitado dos fiéis seguidores do candidato, sem o costume de pensar e refletir de modo sério e consequente.
A hipótese do patriarcalismo pode ser lançada para se refletir sobre a predominância masculina de seus eleitores, sobretudo quando o “mentor intelectual” dos apoiadores chegou a falar em entrevista que tem uma filha por ter fraquejado. Mulher, sinônimo de fraqueza e inferioridade em relação aos homens. De fato, embora reforce um grupo de eleitores homens, mulheres aceitando esse deslize sincero de tal candidato seria aceitação subserviente de piada humilhante.
Por fim, existe ainda fortemente o falso moralismo. É de se questionar se em nenhum momento da vida tais indivíduos não subverteram qualquer lei, se a história de vida familiar de cada um nunca esteve marcada por qualquer ato infracional ou pela criminalidade.

Cada qual faça seu juízo.

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