quinta-feira, 10 de maio de 2018

MISS E MISTER PLUS MIRIM EM PETROLÂNDIA: QUEM IRÁ VENCER?

Imagens: ilustrativas


Artigo de opinião por Daniel Filho

O Miss & mister, edição mirim 2018 em Petrolândia, que vem “agitando as redes sociais” deveria inspirar uma grande interrogação entre organizadores, mães, pais e conselho tutelar: Quem vence?
Vencerão todas e todos os participantes se, às crianças, estiver sendo construída a imagem de que tudo não passará de uma grande festa onde todas vão se encontrar para se divertir e apresentar suas capacidades e potencialidades únicas e individuais.
Serão todas e todos derrotados se a culminância, no próximo sábado (12) a partir das 17h00min no BR Mania, for um "concurso" onde às "vencedoras" e “vencedores” caberá a redução de sua infância a um mero adjetivo (simpática, bonita, popular) e, consequentemente, reduzir as demais à “derrota”:

“Mamãe, quer dizer que sou feia?”

“Papai, por que ele ganhou a faixa e eu não?”

“Quantas ‘curtidas’ eu tenho?”

“Só? E quantas tem fulana? Por quê? Então eu perdi, né, papai?”

“Tudo isso? Então eu sou a melhor de todas, né, mamãe?”

“Quero ir de maquiagem e óculos pra escola.”

“Quero ir com minha faixa pra mostrar na escola.”

São apenas algumas questões que podem vir a surgir. Consequentemente, seus problemas.
A adultização, promovida por esse tipo de disputa (a antecipar rotinas, costumes, vícios dos adultos nas crianças), pode trazer problemas como: depressão, ansiedade, obesidade, baixa autoestima.

“Nesta fase, as crianças são bastante influenciadas pelas suas referências, como pais e professores, e ainda têm poucas condições de avaliar a situação de forma adequada. Se a família conduz isso de maneira tranquila, como uma situação divertida, de descontração, a criança pode levar isso numa boa. Do contrário, se percebe que há uma pressão da família para que seja a melhor, pode ser que valorize a vida de ‘miss’ mais do que deveria, uma vez que ainda não está preparada para isso”. Analisa a psicóloga e analista do comportamento Lygia T. Dorigon.

A temática é constante em diversos estudos científicos e em países como a França esse tipo de concurso é proibido.
A desgraça que esse modelo de sociedade nos joga (competição, exclusão, derrota, "vitória", frustração, metas, falsa meritocracia), já é imposta pela vida. Por que, então, antecipar em uma fase que precisa ser vivida plenamente para que, na juventude e idade adulta, haja uma construção emotiva saudável?
Mães, pais, organizadores, conselho tutelar e demais autoridades. É dever de todas e todos zelar pela saúde de nossas crianças. Que dia 12 haja uma linda festa de confraternização e brincadeira entre todas e todos participantes sem “perdas, ganhos e danos”.

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