segunda-feira, 10 de junho de 2019

OAB RECOMENDA AFASTAMENTO DE MORO E DALLAGNOL

Imagem: Divulgação


O site The Intercept publicou, e continuará publicando, uma série de reportagens com vazamentos de áudios, vídeos e transcrições de conversas envolvendo o então juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da Força-Tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol neste domingo (9), o que corrobora a tese de que Luís Inácio Lula da Silva é preso político e a intervenção do poder judiciário para alterar os resultados das eleições que elegeram Jair Messias Bolsonaro.
O caso teve destaque na imprensa internacional e pôs em xeque a democracia brasileira. O diário argentino Página/12 apelidou caso de "Brasilgate”, em alusão a Watergate, invasão da sede do partido democrata norte-americano em 1972. O escândalo, revelado pelo jornal Washington Post, levou, em 1974, à renúncia do então presidente dos EUA, Richard Nixon.
Hoje (10) o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), após um longo debate, recomendou o afastamento do ministro Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato. A seguir nota na íntegra:

"O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio de Presidentes de Seccionais, por deliberação unânime, manifesta perplexidade e preocupação com os fatos recentemente noticiados pela mídia, envolvendo procuradores da república e um ex-magistrado, tanto pelo fato de autoridades públicas supostamente terem sido “hackeadas”, com grave risco à segurança institucional, quanto pelo conteúdo das conversas veiculadas, que ameaçam caros alicerces do Estado Democrático de Direito.
É preciso, antes de tudo, prudência! A íntegra dos documentos deve ser analisada para que, somente após o devido processo legal – com todo o plexo de direitos fundamentais que lhe é inerente –, seja formado juízo definitivo de valor.
Não se pode desconsiderar, contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da operação lava-jato. Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita.
A independência e imparcialidade do Poder Judiciário sempre foram valores defendidos e perseguidos por esta instituição, que, de igual modo, zela pela liberdade de imprensa e sua prerrogativa Constitucional de sigilo da fonte, tudo como forma de garantir a solidez dos pilares democráticos da República.
A Ordem dos Advogados do Brasil, que tem em seu histórico a defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático e do regular funcionamento das instituições, não se furtará em tomar todas as medidas cabíveis para o regular esclarecimento dos fatos, especialmente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reafirmando, por fim, sua confiança nas instituições públicas".

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