Até
o início desse ano professoras e estudantes da Escola Estadual Icó-Mandantes dividiam
o mesmo transporte escolar. Porém veio a ordem proibindo o uso do transporte
escolar por constar em lei que seu uso é exclusivo do aluno.
O
Blog Gota d’água procurou parecer jurídico para questionar a decisão, além de
fazer ampla pesquisa acerca do polêmico tema. Descobrimos que há o projeto de
lei 3706/08, do deputado Renato Molling (PP- RS), que permite aos professores o
uso do transporte escolar gratuito já oferecido aos alunos, desde que existam
assentos vagos e que não haja alteração da rota;
O
estado paga, ainda, gratificações por locomoção e difícil acesso a professores
efetivos lotados em áreas rurais;
Quando
recebida a notícia de proibição do uso do ônibus pelas professoras, ouviram a
promessa que o município, através do prefeito, arcaria com o valor mensal de
mil reais para que dividissem entre si e, assim, auxiliar e garantir recurso financeiro
extra para locomoção.
PROBLEMAS
O
projeto de lei 3706/08, do deputado Renato Molling, ainda não está em vigor;
As
gratificações por locomoção e difícil acesso não estão disponíveis para contratos
temporários (caso geral da escola, pois todas as professoras são contratadas);
Os
salários baixos ficam piores quando compete às professoras pagarem para
conseguir chegar a seu local de trabalho;
Quase
oito meses depois, o acordo do município arcar com o valor de mil reais mensais
ainda não foi cumprido;
Situação da estrada em tempos de chuvaFoto: Daniel Filho |
O
meio de locomoção mais usado é a moto. O risco desse meio de transporte já é
alto em comparação a carros em caso de impacto ou acidente, nas condições das
estradas que levam à Escola Icó-Mandantes, piora. Muitos buracos, animais
soltos e piçarra. Em período de chuva, naturalmente, a situação se agrava;
Há
professoras gestantes que só dispõem desse meio de transporte. Especialistas
alertam que, já a partir do terceiro mês de gestação, há risco maior por causa
do desequilíbrio e pode gerar intensificação de dores nas costas;
Ainda
que as professoras contassem com a gratificação financeira acerca do difícil
acesso, não se mostra como a melhor opção, visto que não existem automóveis do
tipo Van ou Micro-ônibus regularizados para atender o local.
Foto: Daniel Filho |
SOLUÇÕES
Os
advogados procurados pela reportagem deram o parecer que mesmo com o empecilho
da lei, tanto Estado como Município precisam e devem arcar com condições dignas
aos professores para melhor cumprirem seu dever;
Sendo,
de fato, proibido o uso do transporte escolar pelas educadoras, que se providencie
um regular e público;
Através de projeto de lei municipal pode se locar
ou mesmo adquirir ônibus ou vans como alternativa de transporte público para
atender toda a comunidade;
Com
a implantação do transporte público, passe livre aos profissionais da educação
que comprovarem não receber gratificação de locomoção e difícil acesso;
O
vice-presidente do SINPRO (Sindicato dos Professores), representante em
Petrolândia, Evaldo Nascimento, alega que cabe o bom senso em nossos gestores
públicos. Um simples termo de responsabilidade, permitindo o acesso dos
professores aos ônibus enquanto não se consolidam alternativas viáveis de
locomoção aos profissionais e moradores da comunidade, poderia ser assinado
alegando, inclusive, que a presença das educadoras melhora a disciplina dos
estudantes.
O blog GOTA D’ÁGUA encaminhará a matéria para
o SINTEPE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco), SINPRO
(Sindicato dos Professores), Ouvidoria do Estado e GRE, além das autoridades em
nosso município (vereadores e prefeito) para a resolução do problema o quanto
antes.
Muito bem Daniel. Desde o início do ano temos tentado resolver essa situação. Falei pessoalmente com o Secretário de Educação do Estado, e este prometeu nos ajudar, mas até o momento NADA. Agora com as chuvas a situação fica mais grave. Mas, como diz o velho ditado: a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, e, professor no Brasil, soooooofre.
ResponderExcluirCara Marinalva, que sejamos SEMPRE a parte MAIS FORTE da corda.
ExcluirJá encaminhei a reivindicação a sindicatos, ouvidoria, GRE, vereadores e prefeito. Não dando jeito, irei à grande mídia.
Vamos aguardar uma semana para ver o que, pelo menos, dizem!
Oi Daniel
ResponderExcluirEm meu município, aconteceu o mesmo neste início de ano. Gostaria de saber se agora que já se passaram 4 meses vocês conseguiram alguma coisa?
Eliana
Eu não entendo como, centenas de professores se formam todo ano e não exigem na justiça concurso para o ESTADO, que não o faz a oito anos. Ser efetivo faz uma grande diferença na força da categoria... Sem entrar no mérito do transporte... Lembrando sempre...Os OPRESSORES jamais vão libertar os oprimidos
ResponderExcluirEu não entendo como, centenas de professores se formam todo ano e não exigem na justiça concurso para o ESTADO, que não o faz a oito anos. Ser efetivo faz uma grande diferença na força da categoria... Sem entrar no mérito do transporte... Lembrando sempre...Os OPRESSORES jamais vão libertar os oprimidos
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