segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA ICÓ-MANDANTES SOFREM COM A PROIBIÇÃO DO USO DE TRANSPORTE ESCOLAR


Até o início desse ano professoras e estudantes da Escola Estadual Icó-Mandantes dividiam o mesmo transporte escolar. Porém veio a ordem proibindo o uso do transporte escolar por constar em lei que seu uso é exclusivo do aluno.
O Blog Gota d’água procurou parecer jurídico para questionar a decisão, além de fazer ampla pesquisa acerca do polêmico tema. Descobrimos que há o projeto de lei 3706/08, do deputado Renato Molling (PP- RS), que permite aos professores o uso do transporte escolar gratuito já oferecido aos alunos, desde que existam assentos vagos e que não haja alteração da rota;
O estado paga, ainda, gratificações por locomoção e difícil acesso a professores efetivos lotados em áreas rurais;
Quando recebida a notícia de proibição do uso do ônibus pelas professoras, ouviram a promessa que o município, através do prefeito, arcaria com o valor mensal de mil reais para que dividissem entre si e, assim, auxiliar e garantir recurso financeiro extra para locomoção.

PROBLEMAS

O projeto de lei 3706/08, do deputado Renato Molling, ainda não está em vigor;
As gratificações por locomoção e difícil acesso não estão disponíveis para contratos temporários (caso geral da escola, pois todas as professoras são contratadas);
Os salários baixos ficam piores quando compete às professoras pagarem para conseguir chegar a seu local de trabalho;
Quase oito meses depois, o acordo do município arcar com o valor de mil reais mensais ainda não foi cumprido; 

Situação da estrada em tempos de chuva

Foto: Daniel Filho


O meio de locomoção mais usado é a moto. O risco desse meio de transporte já é alto em comparação a carros em caso de impacto ou acidente, nas condições das estradas que levam à Escola Icó-Mandantes, piora. Muitos buracos, animais soltos e piçarra. Em período de chuva, naturalmente, a situação se agrava;
Há professoras gestantes que só dispõem desse meio de transporte. Especialistas alertam que, já a partir do terceiro mês de gestação, há risco maior por causa do desequilíbrio e pode gerar intensificação de dores nas costas;
Ainda que as professoras contassem com a gratificação financeira acerca do difícil acesso, não se mostra como a melhor opção, visto que não existem automóveis do tipo Van ou Micro-ônibus regularizados para atender o local.  

Foto: Daniel Filho

SOLUÇÕES

Os advogados procurados pela reportagem deram o parecer que mesmo com o empecilho da lei, tanto Estado como Município precisam e devem arcar com condições dignas aos professores para melhor cumprirem seu dever;
Sendo, de fato, proibido o uso do transporte escolar pelas educadoras, que se providencie um regular e público;
Através de projeto de lei municipal pode se locar ou mesmo adquirir ônibus ou vans como alternativa de transporte público para atender toda a comunidade;
Com a implantação do transporte público, passe livre aos profissionais da educação que comprovarem não receber gratificação de locomoção e difícil acesso;
O vice-presidente do SINPRO (Sindicato dos Professores), representante em Petrolândia, Evaldo Nascimento, alega que cabe o bom senso em nossos gestores públicos. Um simples termo de responsabilidade, permitindo o acesso dos professores aos ônibus enquanto não se consolidam alternativas viáveis de locomoção aos profissionais e moradores da comunidade, poderia ser assinado alegando, inclusive, que a presença das educadoras melhora a disciplina dos estudantes.


O blog GOTA D’ÁGUA encaminhará a matéria para o SINTEPE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco), SINPRO (Sindicato dos Professores), Ouvidoria do Estado e GRE, além das autoridades em nosso município (vereadores e prefeito) para a resolução do problema o quanto antes. 

5 comentários:

  1. Muito bem Daniel. Desde o início do ano temos tentado resolver essa situação. Falei pessoalmente com o Secretário de Educação do Estado, e este prometeu nos ajudar, mas até o momento NADA. Agora com as chuvas a situação fica mais grave. Mas, como diz o velho ditado: a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, e, professor no Brasil, soooooofre.

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    1. Cara Marinalva, que sejamos SEMPRE a parte MAIS FORTE da corda.
      Já encaminhei a reivindicação a sindicatos, ouvidoria, GRE, vereadores e prefeito. Não dando jeito, irei à grande mídia.
      Vamos aguardar uma semana para ver o que, pelo menos, dizem!

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  2. Oi Daniel
    Em meu município, aconteceu o mesmo neste início de ano. Gostaria de saber se agora que já se passaram 4 meses vocês conseguiram alguma coisa?
    Eliana

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  3. Eu não entendo como, centenas de professores se formam todo ano e não exigem na justiça concurso para o ESTADO, que não o faz a oito anos. Ser efetivo faz uma grande diferença na força da categoria... Sem entrar no mérito do transporte... Lembrando sempre...Os OPRESSORES jamais vão libertar os oprimidos

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  4. Eu não entendo como, centenas de professores se formam todo ano e não exigem na justiça concurso para o ESTADO, que não o faz a oito anos. Ser efetivo faz uma grande diferença na força da categoria... Sem entrar no mérito do transporte... Lembrando sempre...Os OPRESSORES jamais vão libertar os oprimidos

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