terça-feira, 3 de março de 2015

GUERRA SANTA

Gladiadores do Altar

Die Welle (A Onda) 

Cartaz do filme

O filme alemão dirigido por Dennis Gansel, A Onda (2008), baseado numa história real, mostra uma experiência pedagógica que visa comprovar a alunos céticos a possibilidade do nascimento de um regime totalitário. Afinal, estudamos história, sociologia, filosofia. Seria possível repetir erros e vermos (re)surgir o nazismo, fascismo, as cruzadas?
Porém, vez por outra, a imbecilidade torna a imperar. Homens-deuses passam a crer ser possível acertar onde todos erraram. Enfrentar problemas sociais de forma racional pra que se podemos abrir mão dos direito humanos em nome de uma nova causa? Justiça com as próprias mãos. E se tiver uma justificativa religiosa a nortear julgamento e condenação, terá a provação divina. Afinal, é mais fácil espancar em praça pública o negro favelado ladrão que vai se drogar às custas do furto, do que compreender, debater e cobrar revisão de temas polêmicos pelo poder público.

Cena do filme. O projeto começa a instigar algo 

que perderá o controle

Condenamos facilmente o islã e pomos todos os muçulmanos no mesmo balaio do fundamentalismo insano e intolerante quando esses assassinam friamente o povo cristão em nome de sua fé, mas, provavelmente, achamos normal ver surgir um exército de GLADIADORES DO ALTAR fazer uma saudação semelhante a do nazismo e se declararem PRONTOS PARA A GUERRA.
PERGUNTA: Em um país laico, onde deveríamos ter garantida a coexistência pacífica da diversidade racial, religiosa, sexual, enfim, de pensamento, que guerra tais gladiadores estariam prontos e dispostos a travar?
RESPOSTA: A da intolerância e imposição dogmática.

Qualquer semelhança com o filme e experimento 

não será mera coincidência

Os soldados “alistados” pela IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS, do Ceará, são o símbolo decadente e retrógado de tudo que assusta quando assistimos ao filme citado. Toda e qualquer militarização, seja ela de direita, esquerda, centro, religiosa, é o entrincheiramento ideológico do ser e a “idiotização” do homem.
Na militarização existe o erro inconsequente (consciente ou inconsciente?) de achar que é possível acertar onde tiranos erraram. Acertar “detalhes” onde o professor retratado no filme supostamente errou. Ledo engano. Quando se doutrina o indivíduo, o ser é destruído. Toda e qualquer “Guerra Santa” canoniza os mais cruéis e sanguinários atos contra a expressão livre do indivíduo que foi persuadido a abandonar quem é em nome de sabe-se lá o quê ou quem.
Al-Quaeda, Hamas, Talibã...  Apresentam ao novo mundo, com orgulho, sua mais jovem cria: Os Gladiadores do Altar.
Hordas da fé monoteísta, seja o seu deus Javé, Jeová ou Alá, uma bancada parlamentar evangélica a legislar em nome de seus dogmas, farão do filhote um monstro a engolir todo o estado laico. E, então, será o que o deus de quem vencer quiser.

Deus arma seu povo para a guerra. 

Autor da gravura desconhecido


2 comentários:

  1. Fico realmente intrigado com esse "exército" que está sendo formado. De fato, eles já são o ramo religioso brasileiro mais bem situado aqui, tendo gigantescas regalias no que diz respeito a lucrarem cerca de 20 bilhões de reais por ano e serem isentos de impostos, por exemplo. Contra o que diabos (sem trocadilhos) eles querem lutar?

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