Gladiadores do Altar |
Die Welle (A Onda)Cartaz do filme |
O filme alemão dirigido por Dennis Gansel, A
Onda (2008), baseado numa história real, mostra uma experiência pedagógica que
visa comprovar a alunos céticos a possibilidade do nascimento de um regime
totalitário. Afinal, estudamos história, sociologia, filosofia. Seria possível
repetir erros e vermos (re)surgir o nazismo, fascismo, as cruzadas?
Porém, vez por outra, a imbecilidade torna a
imperar. Homens-deuses passam a crer ser possível acertar onde todos erraram.
Enfrentar problemas sociais de forma racional pra que se podemos abrir mão dos
direito humanos em nome de uma nova causa? Justiça com as próprias mãos. E se
tiver uma justificativa religiosa a nortear julgamento e condenação, terá a
provação divina. Afinal, é mais fácil espancar em praça pública o negro
favelado ladrão que vai se drogar às custas do furto, do que compreender,
debater e cobrar revisão de temas polêmicos pelo poder público.
Cena do filme. O projeto começa a instigar algoque perderá o controle |
Condenamos facilmente o islã e pomos todos os
muçulmanos no mesmo balaio do fundamentalismo insano e intolerante quando esses
assassinam friamente o povo cristão em nome de sua fé, mas, provavelmente,
achamos normal ver surgir um exército de GLADIADORES DO ALTAR fazer uma
saudação semelhante a do nazismo e se declararem PRONTOS PARA A GUERRA.
PERGUNTA: Em um país laico, onde deveríamos
ter garantida a coexistência pacífica da diversidade racial, religiosa, sexual,
enfim, de pensamento, que guerra tais gladiadores estariam prontos e dispostos
a travar?
RESPOSTA: A da intolerância e imposição
dogmática.
Qualquer semelhança com o filme e experimentonão será mera coincidência |
Os soldados “alistados” pela IGREJA UNIVERSAL
DO REINO DE DEUS, do Ceará, são o símbolo decadente e retrógado de tudo que
assusta quando assistimos ao filme citado. Toda e qualquer militarização, seja
ela de direita, esquerda, centro, religiosa, é o entrincheiramento ideológico do
ser e a “idiotização” do homem.
Na militarização existe o erro inconsequente (consciente
ou inconsciente?) de achar que é possível acertar onde tiranos erraram. Acertar
“detalhes” onde o professor retratado no filme supostamente errou. Ledo engano.
Quando se doutrina o indivíduo, o ser é destruído. Toda e qualquer “Guerra
Santa” canoniza os mais cruéis e sanguinários atos contra a expressão livre do
indivíduo que foi persuadido a abandonar quem é em nome de sabe-se lá o quê ou
quem.
Al-Quaeda, Hamas, Talibã... Apresentam ao novo mundo, com orgulho, sua
mais jovem cria: Os Gladiadores do Altar.
Hordas da fé monoteísta, seja o seu deus Javé,
Jeová ou Alá, uma bancada parlamentar evangélica a legislar em nome de seus
dogmas, farão do filhote um monstro a engolir todo o estado laico. E, então,
será o que o deus de quem vencer quiser.
Deus arma seu povo para a guerra.Autor da gravura desconhecido |
Fico realmente intrigado com esse "exército" que está sendo formado. De fato, eles já são o ramo religioso brasileiro mais bem situado aqui, tendo gigantescas regalias no que diz respeito a lucrarem cerca de 20 bilhões de reais por ano e serem isentos de impostos, por exemplo. Contra o que diabos (sem trocadilhos) eles querem lutar?
ResponderExcluirPor cada vez mais espaço e poder.
ExcluirSimples, e assustador, assim!