quinta-feira, 30 de abril de 2015

A ARTE DE DESTRUIR TUDO O QUE JUREI DEFENDER

Foto: Daniel Filho
Votação do reajuste salarial dos professores; moção de pesar a falecimento de cidadãos ilustres e de aplausos à peça sacra PAIXÃO DE CRISTO; indicação da construção de uma Casa das Juventudes na zona rural foi, basicamente, o direcionamento da reunião na câmara de vereadores ontem (29).
Nada de novo não fosse o posicionamento desastroso do vereador Eudes Fonseca. Sabemos que oratória nunca foi seu forte, mas ontem se superou. Com seus posicionamentos confusos na tribuna e em suas intervenções conseguiu constranger os presentes e as principais representações sociais que, em campanha, jurou defender.

JUVENTUDE

Em entrevista a esse blog o vereador disse ter um projeto revolucionário e maravilhoso para os jovens. Tão bom que ele não poderia revelar naquele momento, mas que em breve, com tudo acertado junto ao prefeito, ele revelaria.
A entrevista pode ter esse trecho relido no link abaixo:


Vencido o prazo ele revela que o tal projeto nada mais seria do que O PEDIDO de construção de uma casa do estudante em Recife. Sério isso? Há anos que esse é um pedido e promessa de palanques diversos. Mas para não ficar somente nessa, o vereador, ontem, resolveu fazer uma indicação. Pediu a construção de uma Casa das Juventudes no Icó-Mandantes.
Foto: Daniel Filho
Justificativa: “Sabemos que temos muitos jovens de MENTE VAZIA lá...”. Sabemos? Quem leu Paulo Freire não sabe disso. Quem nunca leu, mas tem sensibilidade para as questões sociais, também não sabe disso, vereador.
Nem entraremos no mérito de que o projeto da Casa das Juventudes é ESTADUAL e que, se interessasse, de fato, ao vereador uma extensão do projeto para lá, pediria ele junto a seus deputados e governador e não ao prefeito. Então nossa crítica não vai à inutilidade da indicação, mas à fala que, certamente, terá retratação (esperamos). Crianças e jovens do município, seja da zona rural ou urbana, estão vazios de atitudes políticas. Vazios de expectativas e perspectivas em melhorias sociais. Entregues à própria sorte sem alternativas culturais, educacionais e econômicas. Mas vazios de saberes e conflitos existenciais? Lamentável a fala que, em si, carrega um forte teor discriminatório a uma comunidade que, historicamente, sofre com o descaso e preconceito.

MENOS MÉDICOS

Questionado pelos vereadores de oposição pela ausência da secretária de saúde, Andreza, que, pela terceira vez convocada ainda não compareceu à câmara para dar esclarecimentos sobre denúncias publicadas no blog coirmão, Jair Ferraz, sobre o prédio do SAMU alugado por R$ 26.064,00 (Vinte e seis mil e sessenta e quatro reais e quatro centavos) anuais, além de esclarecimentos sobre fichas de atendimento limitadas, desistência de médicos em trabalhar no município, entre outros.
O vereador “justificou” que achava desnecessária a ida da secretária, pois ela iria dizer o mesmo que ele e, nós, continuaríamos sem entender. De fato, ninguém entendeu. O vereador Eudes falou apenas sobre a desistência dos médicos jogando a culpa para os mesmos. Afirmou que o município paga bem, “mas é rígido com o cumprimento da carga horária, então eles preferem ir para outros municípios com mais flexibilidade”. Trocando em miúdos o vereador “justificou” a saída dos profissionais de saúde por que esses não conseguem ser MARAJÁS? Foi isso? Alguém gritou:
“Quer dizer que em Tacaratu se paga vinte horas, mas se trabalha apenas dez, vereador? Explica isso”.
Óbvio que o vereador não explicou e, mais uma vez, sua fala condenou outra representação. Jovens de mente vazia e médicos mercenários. Assim foram ilustrados os dois principais segmentos sociais que o vereador jurou representar em campanha. Além de, claro, por em xeque TODAS AS PREFEITURAS VIZINHAS. Afinal, se Petrolândia perder um médico para Floresta, por exemplo, de acordo com o pensamento do vereador, significará dizer que lá a prefeitura permite que médicos recebam por uma carga horária que não cumprem. Complicado.
“VEREADOR, FUMAÇA NÃO ASSA CARNE E QUEM COZINHA NO BAFO É CUSCUZ! Resumiu, brilhantemente, o vereador Jorge Viana, mostrando o que dá tentar defender o indefensável.

 
Foto: Daniel Filho

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