Foto: Daniel Filho |
Votação do reajuste salarial dos professores;
moção de pesar a falecimento de cidadãos ilustres e de aplausos à peça sacra
PAIXÃO DE CRISTO; indicação da construção de uma Casa das Juventudes na zona
rural foi, basicamente, o direcionamento da reunião na câmara de vereadores
ontem (29).
Nada de novo não fosse o posicionamento
desastroso do vereador Eudes Fonseca. Sabemos que oratória nunca foi seu forte,
mas ontem se superou. Com seus posicionamentos confusos na tribuna e em suas
intervenções conseguiu constranger os presentes e as principais representações
sociais que, em campanha, jurou defender.
JUVENTUDE
Em entrevista a esse blog o vereador disse
ter um projeto revolucionário e maravilhoso para os jovens. Tão bom que ele não
poderia revelar naquele momento, mas que em breve, com tudo acertado junto ao
prefeito, ele revelaria.
A entrevista pode ter esse trecho relido no
link abaixo:
Vencido o prazo ele revela que o tal projeto
nada mais seria do que O PEDIDO de construção de uma casa do estudante em
Recife. Sério isso? Há anos que esse é um pedido e promessa de palanques
diversos. Mas para não ficar somente nessa, o vereador, ontem, resolveu fazer
uma indicação. Pediu a construção de uma Casa das Juventudes no Icó-Mandantes.
Foto: Daniel Filho |
Justificativa: “Sabemos que temos muitos
jovens de MENTE VAZIA lá...”. Sabemos? Quem leu Paulo Freire não sabe disso.
Quem nunca leu, mas tem sensibilidade para as questões sociais, também não sabe
disso, vereador.
Nem entraremos no mérito de que o projeto da
Casa das Juventudes é ESTADUAL e que, se interessasse, de fato, ao vereador uma
extensão do projeto para lá, pediria ele junto a seus deputados e governador e
não ao prefeito. Então nossa crítica não vai à inutilidade da indicação, mas à
fala que, certamente, terá retratação (esperamos). Crianças e jovens do
município, seja da zona rural ou urbana, estão vazios de atitudes políticas. Vazios
de expectativas e perspectivas em melhorias sociais. Entregues à própria sorte
sem alternativas culturais, educacionais e econômicas. Mas vazios de saberes e
conflitos existenciais? Lamentável a fala que, em si, carrega um forte teor discriminatório
a uma comunidade que, historicamente, sofre com o descaso e preconceito.
MENOS
MÉDICOS
Questionado pelos vereadores de oposição pela
ausência da secretária de saúde, Andreza, que, pela terceira vez convocada
ainda não compareceu à câmara para dar esclarecimentos sobre denúncias publicadas
no blog coirmão, Jair Ferraz, sobre o prédio do SAMU alugado por R$ 26.064,00 (Vinte
e seis mil e sessenta e quatro reais e quatro centavos) anuais, além de
esclarecimentos sobre fichas de atendimento limitadas, desistência de médicos
em trabalhar no município, entre outros.
O vereador “justificou” que achava
desnecessária a ida da secretária, pois ela iria dizer o mesmo que ele e, nós,
continuaríamos sem entender. De fato, ninguém entendeu. O vereador Eudes falou
apenas sobre a desistência dos médicos jogando a culpa para os mesmos. Afirmou
que o município paga bem, “mas é rígido com o cumprimento da carga horária,
então eles preferem ir para outros municípios com mais flexibilidade”. Trocando
em miúdos o vereador “justificou” a saída dos profissionais de saúde por que
esses não conseguem ser MARAJÁS? Foi isso? Alguém gritou:
“Quer dizer que em Tacaratu se paga vinte
horas, mas se trabalha apenas dez, vereador? Explica isso”.
Óbvio que o vereador não explicou e, mais uma
vez, sua fala condenou outra representação. Jovens de mente vazia e médicos
mercenários. Assim foram ilustrados os dois principais segmentos sociais que
o vereador jurou representar em campanha. Além de, claro, por em xeque TODAS AS PREFEITURAS VIZINHAS. Afinal, se Petrolândia perder um médico para Floresta, por exemplo, de acordo com o pensamento do vereador, significará dizer que lá a prefeitura permite que médicos recebam por uma carga horária que não cumprem. Complicado.
“VEREADOR, FUMAÇA NÃO ASSA CARNE E QUEM COZINHA NO BAFO É CUSCUZ!” Resumiu, brilhantemente, o
vereador Jorge Viana, mostrando o que dá tentar defender o indefensável.
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