Foto: Daniel Filho |
Quinta-feira (11) aconteceu a Conferência
Municipal de Educação em Petrolândia com o objetivo de adequar as metas para a
educação do município ao Plano Nacional de Educação.
SOBRE
A CONFERÊNCIA
Sob o tema Petrolândia: Planejando a Próxima Década. Eu, Você e Todos pela
Educação, o evento aconteceu no
auditório da Escola Municipal Dr. Francisco Simões de Lima, das 8h às 16h. Boa
estrutura com alimentação e local que atendia confortavelmente os participantes
foi um ponto positivo. Grupos de Trabalho (GT) dispostos da seguinte forma: I - Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio;
II -
Educação de Jovens e Adultos e Qualidade da Educação Básica;
III -
Educação Inclusiva; IV - Educação
Superior; V - Valorização dos
Profissionais de Educação; VI -
Gestão Democrática e Financiamento da Educação. Outro ponto positivo.
Os GT’s deveriam adequar o texto original,
quanto a metas e objetivos, à realidade do município para ser lida na plenária
as reformulações propostas. Infelizmente só tínhamos poder de veto, acréscimo
nos próprios GT’s, não podendo fazer destaques na leitura dos outros trabalhos,
ponto negativo.
Foto: Daniel Filho |
Outro ponto negativo foi quanto à
participação do público. Muito pequena e com ausências importantes, como os
vereadores. Somente Rogério Novaes justificou a ausência (motivos particulares
de saúde), comparecendo e participando contamos apenas com a presença do
vereador Jorge Viana.
Como um plano crucial para o desenvolvimento
social do município para a próxima década pode não contar com participação e
intervenção do legislativo? Retoma uma crítica que já teci ao comportamento dos
dois lados políticos opositores. A depender da parte que convoca, a outra não
participa. Deprimente (releia a matéria clicando no link ao fim da publicação).
Senti falta de mais participantes juvenis e
docentes. Não foi falta de divulgação, mas, provavelmente, por organização e
composição das próprias escolas.
SOBRE
O TEXTO FINAL
Ainda não recebemos o texto final que será
encaminhado à câmara de vereadores, mas assim que vier, publicaremos.
Foto: Daniel Filho |
Optei por acompanhar o Grupo de Trabalho (GT)
referente à Gestão Democrática, muito bem ministrada pelo prefeito Lourival
Simões. Pouca coisa foi alterada do texto original (que pode ser conhecido no
link ao final da matéria) e dois pontos que insisti por mudança imediata,
infelizmente, não foram contemplados.
Um se referia justamente ao processo de
gestão democrática. Todos os participantes concordaram ser preciso investir em
cursos de aperfeiçoamento em gestão acompanhado por avaliação, no entanto
quando entra o tema ELEIÇÃO DIRETA, a conversa muda o rumo. Comunidade escolar
convidada a se politizar e participar de todo o processo é uma problemática que
poucos se aventuram a investir.
Questionei o prefeito que deixou claro: nesse
vespeiro não mexe. Irá concluir seu mandato como iniciou. Nomeando gestores
escolares sem transparência quanto a qualquer que seja o critério de escolha e permanência
do mesmo nas unidades escolares.
Outro ponto crucial foi quanto à formação de
Grêmios Estudantis e Conselhos Escolares. Insisti pela troca de verbetes. Onde
lemos INCENTIVAR/ESTIMULAR, cobrei a troca pelo verbo GARANTIR suas criações e
manutenções. Obviamente que a natureza complexa relacionada a essa garantia se
assemelha quanto ao processo de eleição direta para gestores escolares,
politizar a comunidade, e a maioria opta por não trazer para si tamanha
responsabilidade, aqui, responsabilização.
A “justificativa” é que “...não se pode garantir que
pessoas se interessem pelo trabalho político de participar em conselhos”. Cada gestor que citasse a
“dificuldade” de se organizar e manter conselhos nas escolas, assim como
grêmios livres estudantis. “A gente
convida, mas ninguém quer...”
Sinceramente? Quantos desejariam a
responsabilidade de formar agentes fiscalizadores entendendo a fundo de
finanças, projetos, gestão e, com viés político emancipado, passasse não
somente a fiscalizar, mas a cobrar resultados, metas e melhorias?
Fato que muita gente não se sente estimulada
a participar, ativa e politicamente, a fiscalizar o que é dela, pois há todo um
aparato de desmotivação aquele exercício. Cansei de participar do ATO DE CONVOCAÇÃO.
Reunião em horários em que parte da sociedade
civil está impossibilitada de participar (aqui você já “mata” uma fatia
considerável de pessoas que poderiam contribuir). Aos poucos resistentes a
comparecer são apresentadas: burocracias, atribuições, obrigações,
responsabilizações e, claro, “nenhuma gratificação”. Aos incautos fica a
sensação de que se trabalhará muito, assumirá compromissos legais sérios que
poderão, inclusive, responsabiliza-los criminalmente, em seguida se faz
concluir que “ninguém ali ganhará nada com isso!”. Os ganhos são sociais,
mas, claro, o cenário convocatório foi organizado para que cada participante
apreenda, implícita ou explicitamente, a seguinte mensagem: “Cada
um tem sua própria vida para tocar”. Então, a despolitização se faz
presente e GARANTIR a criação de
órgão fiscalizador civil fica maquiado com uma falsa atribuição chamada ESTIMULAR. Logo, o gestor, escolar ou
político, fica livre para gerir sem fiscalização e, principalmente, sem
responder por não existir aquele órgão competente, afinal, ele só é obrigado a
ESTIMULAR, e, via fotos e atas, estará provado que o mesmo convocou “estimulou”
a criação dos conselhos e grêmios, não?
O pouco que a conferência se propôs a alterar
e avançar, optou por estancar. Não vi construções municipais significativas relacionadas
aos quatro pilares da educação: aprender a conhecer (adquirir
instrumentos de da compreensão), aprender a fazer (para poder agir
sobre o meio envolvente), aprender a viver juntos (cooperação
com os outros em todas as atividades humana), e aprender a ser (conceito
principal que integra todos os anteriores).
O Plano nacional, por si, é um texto vencedor
com metas ousadas. A nível municipal deveria mostrar evolução já nos próximos
dois anos, mas, como bem deixou claro o prefeito quando questionado do que aplicaria
daquelas metas: “Tem 10 anos para aplicar”. Ou seja, ficará para percebermos
qualquer evolução por aqui no próximo mandato.
Foto: Daniel Filho
Link para a matéria em que critico a atuação
política (oposição e situação) no município:
Link para o site do PNE:
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