Imagem: Digitalizada do plano de governo |
Em fala ao Blog do Magno o prefeito de
Petrolândia, Lourival Simões, se mostrou favorável ao impedimento do mandato da
presidenta Dilma Rousseff, contrariando o posicionamento de diversos juristas
e do próprio partido (PSB): “O País chegou a um estágio tão degradante
de corrupção e indecência que não dá mais para conviver com uma presidente que
não governa, que perdeu todas as condições e o respeito do povo brasileiro”.
Foto: Daniel Filho |
Sua insatisfação chegou ao ponto de sequer
participar da inauguração da segunda Estação de Bombeamento-EBV-2, do Eixo
Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco em Floresta, um dos poucos gestores municipais a não comparecer.
Como cidadão tem o direito democrático
legítimo de se posicionar como desejar, mas, como gestor, tem legitimidade
moral para se posicionar a favor do impeachment? Vamos analisar:
IMPEACHMENT:
MOTIVAÇÕES
Pedalas fiscais são a principal base de apoio
para “justificar” o andamento do processo. Simplificando trata de um
procedimento administrativo do governo em adiar uma despesa. Com dificuldades
para arrecadar e sem conter gastos, governos (federal, estaduais e municipais) buscam
melhorar as estatísticas das contas públicas adiando as despesas de um mês para
o outro. O Tribunal de Contas apresenta um parecer com recomendações de aprovação
ou rejeição que serão, posteriormente, analisadas por parlamentares.
Notícias acerca de problemas nas contas da
prefeitura de Petrolândia foram comuns em seus dois mandatos, como podemos ver
nos dois exemplos abaixo:
CONTAS
REJEITADAS PREVIAMENTE, DEPOIS ACEITA COM RESSALVAS (2009):
PREFEITO
MULTADO POR TER CONTAS DA PREFEITURA REJEITADAS (2012):
Além dos “ajustes” feitos para garantir o
pagamento dos servidores municipais, como cancelamento de todas as festividades
do município, demissões e não realização de concurso público, por exemplo.
Portanto, na principal argumentação da tese, o prefeito não tem muito o que
apontar sem ser apontado.
CORTE
DE ÁGUA
Em nota denunciou que cerca de cinco (5.000)
mil pessoas ficaram sem água para abastecimento humano por corte de energia no
bombeamento do reservatório da EB1, no Icó-Mandantes. O problema é que sua
preocupação só se dá quando a falha é da esfera estadual ou federal. Centenas
de famílias convivem com a escassez de água em assentamentos, acampamentos e no
Bairro Nova Esperança.
Problema que seria resolvido facilmente com
recursos próprios do município ou mesmo captação de recursos estaduais e
federais. Mas não resolve.
INCOMPETÊNCIA EM GOVERNAR
Soma-se a esse ponto a incompetência de
tentar unir as partes políticas para resoluções, visto que provoca, em notas
que deveriam buscar união dos poderes para resolução, todos que se oponham a
sua gestão. Convoca a união política “sem conversa torta ou fiada”. Não
tem maioria na câmara de vereadores e, os poucos da situação que ficaram, não
conseguem tecer defesas a sua gestão. Além das constantes dança de cadeiras
entre líderes de governo (ora o vereador Sílvio Rogério, depois o vereador
Eudes Fonseca, depois voltou para Sílvio...). Os índices de rejeição de sua
gestão são tão altos quanto o da presidenta. Logo, como clamar pelo impeachment
por ingovernabilidade?
ESTELIONATO
ELEITORAL
Sinceramente os dois planos de governo do
atual gestor são perfeitos e podem ser assumidos por qualquer pré-candidato.
Não somente pelo fato de ter sido construído junto às comunidades, mas,
principalmente, porque quase nada foi cumprido. Onde estão as trezentas (300),
depois trezentas e cinquenta (350), depois quatrocentas (400) casas do Minha
Casa, Minha Vida? As creches, que receberam os recursos federais para serem
construídas? A revitalização da orla fluvial com a construção do píer? O auxílio
financeiro prometido aos professores da zona rural, contratados, que não têm
opção de transporte público, e péssimas estradas, para chegarem em suas escolas?
Central de Informações do Agricultor? Ampliação da eletrificação rural (agora o
problema se agrava, pois a área urbana também enfrenta problemas com iluminação
pública)? Além de diversos Termos de Ajuste de Conduta (TAC) assinados e não
cumpridos. Para ajudar na análise do leitor do “que foi prometido e ninguém
prometeu”, seguem os dois planos de governo.
É
POSSÍVEL CONVIVER COM UM GOVERNANTE QUE NÃO GOVERNA?
Sim, desde que...
Assuma
a inabilidade política aberto à mudanças significativas;
Seja transparente e complacente com os que
pensam diferente;
Faça das críticas porto seguro para melhoria
de sua gestão e não as tome para o lado pessoal;
Não faça do público, privado (nem privada).
Vale lembrar todas as alianças que fez com o
PT e movimentos sociais até aqui, foram cruciais para suas vitórias. Assim
como, sempre que clamar pelo impeachment da presidenta, lembrar que, “por muito mais”, poderia também sofrer
o mesmo processo. Encerramos com a frase da prefeita de Floresta Rosângela
Maniçoba, que, com personalidade, antecipou o posicionamento do partido (PSB): “Eu
desejo que o governo federal avance. Torcer contra o governo referendado pela
escolha popular é torcer contra o Brasil”. Não torça contra o Brasil,
prefeito, nós não torcemos contra nosso município, muito menos contra a
democracia.
Cadê o píer que deveria estar aqui?
Promessas em entrevistas.Fonte: Blog de Assis Ramalho |
Promessa em 2012 |
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