Imagens: Daniel Filho e
|
“A
educação do campo no Semiárido Brasileiro” foi tema de discussão do segundo dia(18) de SIECS com os professores Paulo Rubem Santiago
(UFPE), Josemar da Silva Martins Pinzoh (UNEB) e a Professora Lucia
Marisy, (UNIVASF).
O debate culminou na reafirmação de se romper
a dicotomia entre campo – cidade, onde o primeiro seria apenas o local de
produção para o segundo consumir.
Pinzoh
abriu as falas enaltecendo a importância de se quebrar essa concepção
colonialista compreendendo a diversidade a partir dos seus povos e das suas identidades,
porém compreendendo que elas adquirem novas demandas:
“As
comunidades querem ter energia elétrica, água encanada, querem ter direitos
civis no campo. Defende-se luz para todos, mas não quer discutir produção de
energia. Tem que ter uma proposta clara(...) É preciso equacionar tais questões”
Paulo
Rubem Santiago avalia que as grandes corporações ainda
determinam as políticas agrícolas do país prejudicando a agricultura familiar.
Analisa ainda que não interessa a esse corporativismo investir na qualidade de
vida das populações rurais visto que esvaziar o campo é garantir mais áreas
para o agronegócio.
Segundo Paulo Rubem a educação do campo
também é precarizada por essa lógica corporativista e ganha respaldo com a
aprovação da PEC 241/55:
“Com
a aprovação da PEC, o Plano Nacional de educação está morto, as metas serão
engolidas por este ajuste fiscal proposto pelo governo golpista (...) eles vêm
com um discurso falacioso que pega muita gente incauta, é a lógica do ‘não se
pode gastar mais do que se ganha’, como não pode? Ao cidadão não se dá a
condição de ter o cheque especial, o cartão de crédito? Por que ao estado
brasileiro, que precisa de cada vez mais investimentos tanto na educação quanto
na saúde, deve se negar essa lógica e deixar esses setores reféns da inflação
do ano seguinte quando ainda temos em nossa realidade mais de 7000 (sete mil)
escolas sem acesso à água e luz?”
Lúcia
Marisy destaca a necessidade da academia contribuir colocando o
lugar do Campo e da Educação do Campo, assim como a pauta da classe
trabalhadora, na formação dos professores, nos currículos dos cursos de
licenciatura.
“A
formação continuada dos docentes é fundamental para enfrentar esta situação que
está posta. Nós precisamos nos comprometer com a população, promovendo a formação
continuada dos professores (...) os professores precisam ter acesso a
informações específicas de pesquisas, informações que a sociedade precisa para
viver melhor”.
Houve ainda, durante o dia, apresentação de
trabalhos, tendas temáticas, Feira de saberes e Sabores, apresentações
culturais de grupos da região, encerrando com o lançamento do Filme “Uma
aventura no Semiárido”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário