Em Belo Horizonte foi redigido um manifesto dos movimentos do campo contra a reforma da previdência. Compreendam como a reforma atinge de forma ainda mais direta os trabalhadores e trabalhadoras do campo e a economia.
O Governo Temer encaminhou ao Congresso
Nacional a sua proposta de Lei para a Reforma da Previdência Social no Brasil.
As principais mudanças que atingem todos os
trabalhadores/as são o aumento da idade mínima para aposentadoria aos 65 anos
de idade para homens e mulheres e tempo de serviço para 49 anos de trabalho
para ter direito a aposentadoria integral.
Em relação aos agricultores/as familiares,
camponeses/as e trabalhadores/as rurais as mudanças propostas são radicais e
profundas:
1º
- Extingue a figura jurídica de segurado especial, sistema
solidário/contributivo de Previdência, criado ainda nos Governo Militar e
consolidado com a Constituição de 1988, que garante uma aposentadoria de um
salário mínimo para os homens, aos 60 anos e para as mulheres aos 55 anos, com
a comprovação de atividade agrícola por no mínimo 15 anos. No entanto os
Militares e as Polícias Militares que também possuem um sistema diferenciado
continuaram sendo Segurados Especiais.
2º
- Obriga os agricultores/as familaires, camponeses/as e trabalhadores/as rurais
a ingressar no sistema do INSS, com pagamento mensal em dinheiro, para ter
acesso à aposentadoria aos 65 anos, com a comprovação de pagamento de INSS por
25 anos.
3º
- Os Benefícios de Prestação Continuada, que hoje é concedida a pessoas idosas
pobres com mais de 65 anos que não tem acesso aos benefícios previdenciários, e
para Pessoas com Deficiência que recebem um Salário Mínimo Mensal, pelo Projeto
Golpista, aumenta a idade para 70 anos e desvincula o benefício do Salário
Mínimo, pagando menos que este salário para o mais de 4,5 milhões de pessoas
que hoje sobrevivem com um mínimo de dignidade com esta renda.
4º
- As pensões por viuvez serão reduzidas a 50% e do salário mínimo e não podem
mais ser acumuladas com a aposentadoria.
5º
- Se aprovada á lei os agricultores/as familiares, camponeses e assalariados
rurais que não estiver em dia com a contribuição mensal, não terá acesso ao
auxílio doença, aposentadoria por invalidez e nem licença maternidade.
Os impactos dessa reforma serão tremendos
sobre tudo nos municípios de economia de base local, onde pensões e
aposentadorias giram o comercio mensalmente, dentre os impactos citamos:
*
As consequências para o comércio local, a renda e a viabilidade econômica dos
pequenos e médios municípios do interior do Brasil serão enormes, pois se a lei
for aprovada, por dez anos não haverá novos aposentados diminuindo a renda em
todas as atividades econômicas destes municípios.
*
As consequências destas medidas só podem ser descritas como crueldade,
desrespeito, perversidade e violência social.
*
Os mais violentados são os idosos, as pessoas com deficiência, os doentes e as
mulheres.
*
Ainda mais quando os privilégios dos militares são mantidos e o presidente e
grande parte dos seus ministros se aposentaram com 53 anos com salários
superiores a R$ 15.000,00 por mês.
*
Quem alimenta o Brasil, os agricultores e agricultores que produzem 70% da
comida que vão todos os dias para as mesas do povo brasileiro, estão sendo
atacados e desrespeitados.
*
Os capitalistas tomaram de assalto o Estado Brasileiro, deram um Golpe, e agora
estão mostrando as garras e usando o controle do Congresso Nacional, o Poder
Judiciário e a Globo para explorar ao máximo os trabalhadores.
Diante disto, os Movimentos abaixo assinados,
afirmam:
*
Rejeitamos, rechaçamos e vamos combater com todos os nossos meios e forças de
pressão, este projeto perverso;
*
Defendemos a garantia Constitucional da Legislação de Segurado Especial e do
Salário Mínimo como referência para qualquer benefício;
*
Defendemos os atuais limites de idades para acesso aos benefícios;
*
Exigimos que o governo apresente publicamente as contas da seguridade social
para justificar as mudanças, pois isso comprovaria a fraude que essas
representam;
*
Exigimos que o governo explique porque não mexe nos juros e outros serviços do
capital ao invés de retirar direitos dos mais pobres, mulheres, pessoas com
deficiência como saída para “resolver” as questões da previdência.
Nos mobilizaremos e lutaremos em todos os
cantos do Brasil, com todos os nossos meios de pressão e em todas as instâncias
contra a aprovação desta lei e vamos cobrar de todos os deputados e senadores
que receberam votos das famílias agricultoras para que rejeitem o projeto de
lei que golpeia duramente quem alimenta o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário