Imagens: Daniel Filho |
“Nem
toda feiticeira é corcunda
Nem
toda brasileira é bunda
Meu
peito não é de silicone
Sou
mais macho que muito homem”
Rita
Lee
A semana de atividades de discussão sobre gênero nas escolas da rede estadual Icó-Mandantes, Erem’s de Jatobá e Maria Cavalcanti Nunes, com os respectivos coletivos de gênero: Crespas e Cacheadas, Reinventando Frida Kahlo e Dandaras em reflexão ao dia internacional da mulher, culminou na mesa de debates com o tema “Lugar
de Mulher É na Revolução” propondo a reflexão: No dia Internacional da mulher há o que comemorar?
Imagem: Merylin Esposi |
O depoimento da cantora paulistana Marina
Melo (conheça
mais em link ao fim da matéria), enviado na forma de vídeo atendendo ao pedido da estudante Maria Eduarda, sobre a motivação da
composição “Laura”, a iniciar o ato, deixa claro que não. A cantora envia uma saudação à escola Jatobá e
explana o teor da faixa de seu disco Soft
Apocalipse, cuja inspiração se deu pela campanha iniciada nas redes sociais "Meu Primeiro Assédio", onde milhares de mulheres publicaram depoimentos sobre a primeira vez em que sofreram assédio sexual: “Quando
você rasga uma você rasga todas nós... você propaga a tragédia” diz a estrofe.
Imagens: Daniel Filho |
O empoderamento feminino continuou com a interpretação de Siely Feitoza para canções consagradas
como Pagu e Maria, Maria, que
continuou lançando, ao lado das amigas Alessandra,
Naila, Naiane, Taciana e Maria Vanessa, o manifesto “No dia 8 não quero flores e nem
homenagens”, aplaudido calorosamente pel@s presentes.
A estudante Maria Luiza, mestra de cerimônia, convidou à mesa as professoras agraciadas
pelo “Prêmio
Naíde Teodósio”, Jussara Araújo
e Suemys Pansani, representando,
respectivamente, os coletivos Dandaras e Reinventando Frida Kahlo, Tailane Lisbôa, representando o
coletivo Crespas e Cacheadas, Francis Capistrano, representando a
Gerência Regional, Dulcilene Cordeiro
e Marília Cantarelli, representando a coordenadoria da mulher e secretaria de
Ação Social do município, e Salete
Gonzaga, representando a secretaria estadual da mulher.
“Vivemos
numa escola sexista, onde se ensina que existem cores e objetos de menino e de
menina, que homem pode ‘isso’ e mulher ‘aquilo’ (...) ensina que não podemos
ser o que quisermos ser e é por isso que o estudo de gênero é importante nas
escolas. Muitos dizem que estudo de gênero é ‘ensinar o filho a ser veado e a
ser sapatão’... Não é, pois ninguém vira ou deixa de virar, estudar as questões
de gênero é emancipar para a compreensão que a mulher pode ser o que ela quiser”.
Disse a professora Jussara Araújo.
“Eu
me questionei sobre o que poderia falar no dia de hoje, mas o que mais me assustou
é que eu não precisei lembrar os acontecimentos dos últimos anos para montar
meu discurso. O mais triste é que bastou que eu lembrasse a última semana,
dentro dos muros da escola, a importância de se debater questões de gênero na
escola (...). Montamos um mural com mulheres que fazem parte da história e
passavam meninos comentando sobre a aparência de cada uma... Outros arrancaram
a foto de Dilma do mural que, gostem ou não, foi a primeira mulher presidenta
do país e ninguém apagará isso da história... Enfim, a necessidade de se
discutir gênero é para mostrar a vocês, meninos, que vocês são tão vítimas quanto nós
do machismo, a sempre impor que vocês sejam quem não querem ser, e a vocês,
meninas, que precisamos ser irmãs e nunca rivais”.
Declarou Suemys Pansani.
A palestra magna, com Salete Gonzaga, expôs aos estudantes os conceitos de gênero e
violência, gerando questionamentos importantes da plateia sobre violência,
união das mulheres e preconceito.
As atividades de conscientização continuaram
nas escolas e ruas com cineclubes, exposição de ensaio fotográfico e teatro de
rua sobre a temática.
Concluímos a matéria com a frase do coirmão
blogueiro Leonardo Sakamoto:
“Neste
8 de março, Dia Internacional das Mulheres, nós, homens, deveríamos parar, ler,
ouvir e refletir sobre como temos sido, consciente ou inconscientemente, por
nossas ações ou nossa omissão, física ou psicologicamente, instrumentos de dor
e opressão.
É
(mais) um dia de luta para elas e deveria ser de silêncio para nós”.
Marina
Melo (perfil):
Folha
de São Paulo:
Música
Laura:
Matéria
Relacionada, Meu Primeiro Assédio:
Tailane Lisbôa -
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Lugar de mulher é onde ela quiser, que luta por direitos iguais e merece ser respeitada.
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