Fotos: Ronald Torres |
Neste dia 12
de abril, Petrolândia promoveu uma audiência pública sobre a Reforma da
Previdência, proposta pelo Governo de Michel Temer. O evento aconteceu no plenário da Câmara de Vereadores de Petrolândia,
Sertão de Itaparica.
A audiência
foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Petrolândia (STR) e
contou com a participação do presidente da CUT/PE, Carlos Veras, do presidente
da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (FETAPE),
Paulo Roberto, do prefeito de Petrolândia Ricardo Rodolfo, além do deputado
estadual Rodrigo Novaes. Centenas de trabalhadores e trabalhadoras, diversas
autoridades políticas locais, representantes de movimentos sociais e sindicais,
igreja católica, lideranças comunitárias e de cidades próximas também
prestigiaram o debate.
Iniciando a
audiência, o vereador Evaldo Nascimento que foi o autor do requerimento da
audiência pública iniciou os trabalhos saudando a todos os presentes, e em sua
fala se mostrou contrário à Reforma da Previdência da maneira que está posta. Além disso, o vereador fez duras críticas à
maneira como alguns deputados federais têm conduzido o processo que envolve a
PEC 287, também conhecida como “PEC da morte”.
Carlos
Veras, presidente da CUT/PE em sua fala destacou que a previdência não é um
benefício individual, é um benefício coletivo, e que em alguns casos chega até
ser o sustento de mais de uma família, e que mudanças na previdência sem dúvida
causarão um grande impacto financeiro, sobretudo nos pequenos municípios. “Em
Petrolândia, só em janeiro de 2017 mais de 2 milhões de reais entraram na economia
do município só dos trabalhadores rurais que recebem benefício”
destacou Carlos Veras.
Veras
ainda solicitou ao prefeito e aos vereadores que
defendam os trabalhadores de Petrolândia, dialogando com os deputados federais
que eles apoiaram e que se elegeram com votos da população do município, para
que esses votem contra a reforma. Finalizando, Carlos Veras reforçou a
importância da Greve Geral do próximo dia 28/04. “Dia 28 não vai ficar uma vareda
pra passar um preá, vamos para o Brasil de canto a canto” e a plenária com
uma salva de palmas respondeu com um coro de: “olê, olê, olê, olá... Lula,
Lula...”.
Para Paulo
Roberto (FETAPE), se a previdência social apresenta problemas não é por culpa
dos trabalhadores, e denunciou os grandes sonegadores da previdência no Brasil. “O
problema da previdência social é um problema de gestão, que não cobra de quem
deveria cobrar, não cobra dos seus financiadores de campanha...”
enfatizou. Segundo ele, depois da saída da ex-presidente Dilma Rousseff nada
melhorou, tudo só tem piorado, e pediu aos poderes executivo e legislativo de Petrolândia
que publicassem uma moção de repúdio dizendo a sociedade que o prefeito e os
vereadores de Petrolândia não aceitam a reforma da previdência. “Essa
proposta desconhece a realidade do povo nordestino, que a sete anos planta e
não tira nada por causa da seca...” encerrou Paulo Roberto.
Para o deputado estadual Rodrigo Novaes o que
falta é transparência na gestão dos recursos da previdência. Nas palavras do deputado
“...os
criadores dessa minuta nunca viram um trabalhador rural trabalhar cavando
buraco... pegando boi no mato ou andando 5 quilômetros ou até mais pra
conseguir um pote d’água...”. Para Rodrigo Novaes uma auditoria pública
na previdência não é feita porque mexe com o interesse de gente “graúda”, por
isso é mais fácil mexer com o pobre e humilde trabalhador, “...a Reforma da Previdência não
é uma reforma, é um desmonte”, encerrou o deputado.
Após várias exposições, encerrando a
audiência pública o prefeito de Petrolândia Ricardo Rodolfo também se mostrou
contrário a Reforma da Previdência como está colocada. Para Ricardo, as
reformas são necessárias, mas para melhorar e não para piorar a vida da população,
e enfatizou que a reforma da previdência deve começar pelos devedores e não
pelo povo, que deve ser feita com um amplo debate para que não prejudique os
trabalhadores e as trabalhadoras.
Ao fim da audiência o prefeito de Petrolândia,
o presidente da câmara e os demais vereadores presentes assinaram um termo se posicionando
publicamente contrários a PEC 287 de Michel Temer.
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