domingo, 29 de outubro de 2017

A PETROLÂNDIA QUE PODERÍAMOS SER E A QUE ESTAMOS

Imagem: arquivo

Na última semana o periódico “Jornal do Sertão” apresentou uma reportagem sobre as riquezas naturais e potencialidades econômicas do município de Petrolândia. Dados claros que nos mostram como a última década foi absolutamente perdida em se tratando de investimentos e desenvolvimento.
A piscicultura, turismo e produção de coco são algumas das potencialidades citadas que, fatalmente, não receberam os investimentos devidos deixando a economia da cidade refém de royalties e verbas governamentais que, quando têm redução nos repasses, mergulha a cidade em crises estruturais e sociais profundas.

Manifesto de produtores do Icó-MandantesImagem: Assis Ramalho

Na matéria ainda vemos, na fala de um empresário, a negação da crise instalada: “Aqui o comércio não sofre com falências...”. As dezenas de bares e pequenos mercados que baixam suas portas rotineiramente estranhamente não entraram no cálculo do entrevistado.
Vender “espetinhos”, salgados, doces, nas calçadas das próprias casas são algumas das alternativas para escapar do desemprego que assola a cidade... Mesmo essas alternativas agora são ameaçadas com o lançamento do programa “CIDADE LIMPA”. Alegando atender determinação da justiça quanto ao direito de ir e vir do cidadão a prefeitura opta por recolher, punir, ameaçar ambulantes que insistirem em vender seus produtos nas calçadas sem apresentar uma alternativa viável que possa vir a substituir aquela fonte de renda.
Para piorar a contradição, poderes legislativo e executivo sequer apresentaram um projeto de acessibilidade e mobilidade urbana, cobrando dos mais vulneráveis a conta do descaso.
Pedestres e ciclistas dividem espaço com carros e motos, calçadas desniveladas e tomadas por mato põem em risco idosos, pessoas com deficiência; não há alternativas de transporte público para moradores da área rural e urbana, enfim, o problema é de todos, mas pagam o preço apenas os mais vulneráveis social e economicamente.

Acessibilidade e Mobilidade.
A responsabilidade é de quem?Imagem: Daniel Filho

Sobre esse tema o Blog Gota D’Água está preparando uma reportagem mais detalhada sobre como a vida de centenas de munícipes está sendo afetada negativamente.
Os principais pontos turísticos do município citados na matéria: orla fluvial, praça de alimentação, Serra Brejinho da Serra, Mirante do Serrote, Praça de alimentação, Igreja Submersa, Serra do Sobrado... todos carecem de investimentos tanto social quanto de infraestrutura.
Orla fluvial tomada pelo abandono: escuridão, lixo, depredação, espaços para práticas esportivas abandonados a por em risco a integridade física dos usuários, “Vamos ter um estrutura náutica (...), com a construção de um píer às margens do Lago Itaparica (...) com restaurantes e uma área confortável para os visitantes.” Cita outro entrevistado.
Tal projeto foi idealizado e já teve diversas aberturas de licitação para início das obras, mas nunca materializado. Apoio em campanhas a deputados e senadores em troca de emendas sempre foram em vão.
O resultado é que hoje, o que na matéria é apontada como cartão postal do município, é, na verdade, cartão ilustrativo de incompetência e irresponsabilidade administrativa, logo, o potencial turístico do município nunca foi explorado e, sem pressionar, dificilmente veremos passar a ser tratado como área estratégica à economia da cidade.
O mesmo vale para os pequenos e grandes agricultores. Outro ponto em que políticos e pré-candidatos se esbaldam em derramar suas emendas oriundas do golpe à democracia e aos direitos trabalhistas, mas que, efetivamente não reflete em desenvolvimento. A inexistência de Centrais de abastecimento (CEASA), que facilitaria o comércio da produção e estimularia o surgimento e sustentabilidade de cooperativas e associações; investimento na melhoria das estradas; instalação de balanças agrícolas; estímulo à produção orgânica... Há comunidades inteiras sem abastecimento de água para consumo, como esperar que se fale em abastecimento para produção?
Muitos políticos declaram amor à Petrolândia, mas soa como o amor em uma relação abusiva: egoísta, violento, controlador, possessivo, manipulador, desrespeitoso, perseguidor, punitivo, vingativo.

Orla Fluvial: Como é...

...Como prometeram.



Noite da orla sob fotos do saudoso Jair Ferraz.
Pouco mudou

A dos sonhos...





Você pode ler a reportagem do “Jornal do Sertão” na íntegra clicando no link abaixo:

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