quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

BIBLIOTECA BARÃO DE MAUÁ: TRÊS ANOS DEPOIS, O MESMO DESCASO

Imagem: Daniel Filho


Em 7 de Janeiro de 2015 o Blog Gota D’Água visitou e cobrou sobre a reinauguração da biblioteca pública Barão de Mauá. Retirada da orla fluvial e levada para o centro da cidade, à época a funcionária Maria Helena e o coordenador Alexandre Sertão explicaram a dificuldade de se abrir o espaço para o público por causa da falta de conforto (espaço não climatizado), além de não haver renovação do acervo.
Três anos depois e o descaso continua.
Falta climatização, o acervo continua o mesmo, quando realiza atividades culturais precisam se deslocar para o Centro Cultural, e, por vezes, a biblioteca se encontra fechada:

Acervo

“Como somos apenas eu e Cristina responsáveis pelo espaço, quando uma precisa faltar por motivos de saúde ou pessoal, o espaço fica fechado, infelizmente...” Declara a funcionária Maria Helena e afirma que, mesmo com todas as dificuldades, a biblioteca continua promovendo atividades:
“Em 2017 mesmo com toda dificuldade por falta de estrutura, como a climatização, bebedouro, computadores e acervos atualizados, conseguimos realizar algumas atividades culturais com alunos e professores do municipio. Onde houve contação de histórias com participação dos alunos, e palestra com a professora Josilda. Também usamos o espaço do departamento de cultura, o de Sertão apresentou filmes, poesias, músicas e palestras com a poetisa Liduína e a escritora Paula.”
Após tantos anos de cobranças (em audiências públicas, conferências...) o sentimento de muitos é de lamento, como nos declara a autora do livro “O Jatobá que Virou Mar”, Paula Franciente:

“Sabemos da dificuldade de orçamento, mas  entendemos que a biblioteca ficar em segundo plano desde as gestões anteriores decorre da falta de entendimento sobre sua importância. O acervo, que já não era bom, agora quase não existe. O pouco que tem  está totalmente defasado.
O ambiente com mesas e cadeiras para crianças está lá, mas não tem livro infantil. Embora eu tenha acesso pelos contatos que tenho com os responsáveis as poucas vezes que tentei levar meu neto lá durante as férias escolares a biblioteca estava fechada. Tenho sido procurada por estudantes que precisam pesquisar sobre a história de Petrolândia e não tem onde sequer consultar o livro do Prof. Gilberto, por exemplo, não havendo um exemplar sequer na biblioteca...” desabafa e sugere:
“Sugiro maior empenho dos agentes envolvidos. Prefeitura: pode buscar apoio no movimento pelo livro e literatura vinculado à Secretaria de Cultura do Estado; Funcionários: expor livros, fazer saraus em praça pública, como na vizinha praça da alimentação, realizar concursos literários junto às escolas. Sociedade: Organizar movimento pró-atualização do acervo, como associação Amigos da Biblioteca. Mas o espaço físico não pode ser esquecido. Ele deveria ser o ponto de encontro de jovens e crianças numa cidade tão carente de espaços de convivência. Muito mais que orçamento, que é importante, estamos carentes de vontade para fazer a nossa biblioteca voltar a ser o que um dia foi.”

O Blog Gota D’Água compareceu ontem (16) pela manhã (por volta de 10h00min) para fazer registro da atual situação, mas encontramos o espaço fechado.
O blog está aberto para registro de declaração oficial da gestão, assim como coordenação e demais responsáveis da Biblioteca Pública Barão de Mauá para qualquer informe adicional ou resposta às críticas aqui publicadas.


EXEMPLO QUE VEM DE PERTO

Imagens a seguir enviadas pela biblioteca pública de Belém

Em Belém do São Francisco, com bem menos recursos orçamentários, as atividades culturais promovidas pela e na biblioteca pública não param de acontecer. Saraus, contação de histórias, concursos literários, exposições, teatro, presença de autores, entre outras atividades acontecem periodicamente. O mais recente evento está acontecendo durante o mês de janeiro, são as “Férias na Biblioteca - Diversão Além dos Contos”, onde crianças e adolescentes têm a alternativa de aproveitar as férias escolares cultivando o hábito de ler. O acervo contempla do público infantil ao universitário.
De fato, como afirmou Paula em nossa matéria, mais que orçamento, falta vontade e olhar político para o setor.

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