sábado, 6 de maio de 2017

SER INDÍGENA, QUILOMBOLA OU AGRICULTOR FAMILIAR NO BRASIL VOLTA A SER RISCO DE MORTE

Imagem: Divulgação

O deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) repudiou a violência contra índios e agricultores na zona rural brasileira: "Foi sangrento o mês de abril em áreas rurais brasileiras: nove agricultores pobres foram massacrados em Mato Grosso; mais um agricultor pobre foi assassinado e outros três feridos em Minas Gerais; dois agricultores pobres foram baleados em Pernambuco; e mais de dez índios foram atacados e ficaram feridos no Maranhão. Tudo isso, repita-se, só em abril", afirmou; "A esses aspectos históricos é imperioso que, em nome da verdade, se acrescente mais um, atualíssimo: o incentivo que os criminosos têm recebido do Executivo e da bancada ruralista no Congresso Nacional" (...) "Mas a barbárie no campo já havia marcado os três primeiros meses deste ano. Janeiro teve, pelo menos, um atentado contra agricultores pobres em Goiás; em fevereiro, um acampamento de sem terras foi incendiado em Pernambuco; e, em março, duas lideranças quilombolas foram torturadas em Minas Gerais", acrescentou.
Segundo o parlamentar, "os executores desses tipos de crimes são, historicamente, jagunços, pistoleiros, capangas, milicianos. E os mandantes são, historicamente, grileiros e grandes donos de terras".

CASOS

O último caso de grande repercussão aconteceu dia 30 de Abril, quando 13 índios feridos, de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), após o ataque de pistoleiros. A Secretaria de Estado da Saúde confirma sete. Três índios estão internados no Hospital Clementino Moura, em São Luís. Um deles tem traumatismo craniano, o outro fraturas expostas por conta de espancamento e o terceiro sofreu ferimentos graves nos dois antebraços, ferimentos pelo corpo e uma bala alojada no tórax.
Os índios da etnia Gamela reivindicam uma área de 14 mil hectares no Norte do Maranhão que foi doada pela a Coroa Portuguesa no século XVIII. Segundo eles, os fazendeiros tomaram a área deles no decorrer dos anos. A OAB-MA informou que os Gamelas estão aguardando processos que correm na Justiça, mas, com a demora da Justiça, os índios estão ocupando áreas por conta própria.
Em Minas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-MG) denunciou, no último dia 24, um assassinato de um militante do movimento, no Assentamento Liberdade, município de Periquito, Leste do estado. Silvino Nunes Gouveia, de 51 anos, dirigente regional do MST, foi brutalmente morto com dez tiros. Relatos de vizinhos dão conta de que Silvino estava em sua casa quando alguém o chamou, ele saiu com a lanterna e foi recebido com os disparos.
De acordo com o MST, no Vale do Rio Doce os conflitos pela terra têm se intensificado por falta de medidas que agilizem o assentamento das famílias acampadas. "Nessa região são mais de 1.200 famílias em cinco acampamentos", diz a nota.

Em Mato Grosso, nove trabalhadores rurais foram assassinados no último dia 19 em Taquaruçu do Norte, a 350 km de Colniza, município a 1.065 km de Cuiabá. A suspeita é que os homicídios tenham sido motivados por conflitos de terra. 

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