quinta-feira, 16 de abril de 2020

NECESSIDADE E DESINFORMAÇÃO FORMAM AGLOMERAÇÕES NOS BANCOS

Em Petrolândia aglomeração iniciou ontem à noite 


Filas para buscar informações e receber o auxílio emergencial em lotéricas e bancos não param de crescer. Em Petrolândia, sertão de Pernambuco, a aglomeração para receber o auxílio de renda básica ou mesmo informações não para de crescer. Iniciou ontem (15) à noite com dezenas de pessoas acampando a espera da abertura das agências e continuam hoje com filas gigantescas e sem respeito ao distanciamento social necessário.
Aglomerações violam uma das principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para impedir a proliferação da epidemia, mas trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos, desempregados, além de pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e Bolsa Família seguem sem informações claras e sem receber o auxílio o que gera fome e desespero. Dicotomia trágica: morrer pela doença ou pela fome.

Imagem: BDF

“A gente não consegue fazer o cadastro completo, está faltando informação, no aplicativo fica em análise e nunca sai dessa análise. Aí liga no 111 e eles mandam colocar o CPF, mas fala que o CPF não está cadastrado, para entrar no e-mail e baixar o aplicativo, sendo que já está cadastrado”, declarou uma trabalhadora.
O governo federal afirmou que o pagamento dos R$ 600 seria realizado até 48 horas após o cadastro no aplicativo. Depois informou que o pagamento seria liberado a partir do dia 14 de abril, mas, na prática, a liberação do recurso vai levar mais de uma semana para ser efetuada. Soma-se a isso um presidente negando a gravidade do vírus, lideranças religiosas e empresários incentivando o furo do isolamento social, desinformação e desespero de quem já está passando por necessidades e não sabe quando e ou se irá receber o benefício e temos a receita de uma tragédia anunciada.  

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