domingo, 2 de julho de 2017

PETROLÂNDIA COM A CORDA NO PESCOÇO por Daniel Filho

Imagem: Folha de São Paulo.Tom Zé. Alegoria do povo brasileiro 

O governo Ricardo Rodolfo começou com lampejos de renovação, mas em pouco tempo mostrou e está a mostrar que é continuidade. Demissões acontecem, mas o tal “limite prudencial” da Lei de Responsabilidade Fiscal não chega sequer perto de atingir. O portal da transparência continua sem transparecer o quanto se gasta e arrecada deixando nebuloso à população compreender que crise é essa que não tem fim.

Nenhuma obra iniciada. Desemprego em alta. Falta moradia, iluminação pública, concurso...

É A CRI$E!

É comum ouvir, principalmente de gestores que se declaram conservadores, que a crise é a oportunidade de mostrar competência administrativa. Em Petrolândia a máxima não se concretiza. Desde a reeleição de Lourival Simões que se “justificam” demissões, cortes sociais e cancelamento de festas para economizar e superar a crise.
A falta de transparência dificulta a possibilidade da população “ser compreensiva”, afinal, como podem tantos serviços urbanos e rurais precários custarem aos cofres mais de R$3milhões de reais mensais? Quanto mais se demite, pouco se reflete na baixa dessa meta (o último corte foi de aproximadamente 80 pessoas e mal significou R$100mil reais de economia na folha...valor pequeno para os milhões gastos).
Na gestão Lourival Simões compreender esses cálculos era bem complexo:

Imagem: Assis Ramalho

“Em 2014 tínhamos 1.800 funcionários com uma despesa média de R$ 3.4 milhões por mês de despesa com funcionários (SIC), fechando o ano de 2014 com 55,23% de despesa de pessoal (o limite para esse tipo de despesa é de 54%). No final de 2014 e início de 2015 afastamos quase 200 (duzentas) pessoas e ficamos com aproximadamente 1.600 funcionários, com uma média de R$ 3.3 milhões de reais”.

Fala de Lourival Simões há dois anos em entrevista ao blogueiro Assis Ramalho. Nada mudou.

PREVISÃO DE FIM PARA A CRI$E?

Em seu discurso, na prestação de contas do município no dia 31 de Maio, Ricardo Rodolfo praticamente repete a frase de Michel Temer (Não fale em crise, trabalhe!), quando pede aos funcionários não demitidos que trabalhem por dois. Portanto, não há previsão de melhoras e, os que ficaram, correm risco de demissão.
Ainda em sua fala reside a esperança de melhoria e saída da crise com o retorno do ICMS da barragem para a cidade “respirar”.

Imagem: Assis Ramalho

“Em nome de Jesus (o ICMS) vai voltar... a justiça federal perceberá o grave momento que passa o nosso município e, por liminar, nós podemos ter esses R$20 milhões de volta...”

A queda na receita é referente a projeto de lei no governo Dilma Rousseff em 2012. Estamos em 2017... Mas vamos considerar que o recurso volte (previsto para retornar em 2020...sim, ano eleitoral). Alguém acredita que fará um milagre econômico acontecer?

“FAZER O QUE DÁ!”

Mensalmente a cidade recebe em média de R$¨6 milhões e meio de reais para atender uma população aproximada de 35 mil habitantes que carece de iluminação pública, segurança, saúde, educação, moradia, emprego...
Se com essa receita falta o básico dos serviços, como acreditar que subir a arrecadação para R$7 ou R$8milhões resolverá tudo?  

“(...) Ouvi recentemente de um amigo ‘Faça o que dá pra fazer’. E é isso que eu farei!” Afirma o prefeito Ricardo em carta aberta destinada “aos que amam Petrolândia”. Não é tão difícil adivinhar quem deu esse conselho. Administrar a cidade e sua gente “do jeito que dá” é práxis da política de Petrolândia há pelos menos duas décadas.

MAS O QUE DÁ PRA FAZER?

Abrir as contas públicas para a população seria um belo início: contratos de licitação detalhados didaticamente; o resultado do recadastramento de servidores feito recentemente; a lista, nome a nome, de todas e todos que trabalham para o município, assim como o valor que recebem de salários e gratificações; valor da dívida ativa do município; valores da arrecadação do Imposto Sobre Serviços dos grandes, médio e micro empresários da cidade...
Tomando conhecimento do que se arrecada e se gasta, facilita propor saídas para além do “ser refém” de recursos federais que podem nunca vir.
Enquanto não acontece fica difícil querer que a população carente seja compreensiva e aceite tudo pacientemente “por amor à cidade”.

E O GUIZO?

“...Tentam colocar o guizo no meu pescoço!”

Declarou o ex-deputado e ex-prefeito, Lourival Simões, sobre as insinuações de que ainda tem poder sobre as decisões do município.
Em que pescoço recai o guizo não se sabe, mas a forca, certamente, é no pescoço da população.

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