Foto: Daniel Filho |
Em Petrolândia as audiências públicas se
assemelham a uma partida de futebol entre dois clubes com rivalidade acirrada.
Espaço onde deveria ser dividido por igual, precisa ter o quantitativo de
“rivais” diminuído para evitar conflitos. Portanto a resposta à pergunta do
título sobre qual o público esperado é: depende de quem for o “mandante” do jogo.
Se a oposição convoca a audiência,
recentemente tivemos uma sobre educação, logo mais teremos sobre a situação do
perímetro, o resultado é derrota do povo por W.O., pois a “equipe adversária” não comparece. Se a situação convoca, o horário
do mando impossibilita a participação popular e os poucos representantes da
oposição, quando comparecem, saem massacrados do caldeirão hostil programado
não para ouvir, mas vaiar sua atuação.
Foto: Daniel Filho |
Entre os dias 26 e 27 tivemos o exemplo do
esvaziamento do formato. Dia 26, audiência pública para prestação de contas quadrimestral
dos trabalhos da secretaria de saúde. Aberta e amplamente divulgada à população,
mas em um dia e horário em que o povo está trabalhando (terça-feira, 8:00hrs da
manhã?). Infelizmente a licença trabalhista para se exercer cidadania só é
concedida aos que recebem para defender e nada cobrar.
Resultado: um público majoritariamente
formado por funcionários contratados do governo a clamarem, poética e
falsamente, que estão ali como cidadãos, e não como “torcedores” a vaiar todos
os que se voltarem contra “seu time”. Interessante seria se víssemos os mesmos
prestando seu papel político e democrático de cidadão EM TODAS as audiências
públicas e reuniões convocadas, mas o que percebemos são participações pontuais
orquestradas para o batuque.
Foto: Daniel Filho |
Na audiência pela manhã de terça (26) as
perguntas (restritas ao número pífio de três participações) voltadas para a
plateia foram ocupadas por funcionários que lançaram perguntas prontas. Os
únicos representantes da oposição presentes, Jorge Viana e José Luiz (Zé pezão)
estavam claramente nervosos e não conseguiam levantar questionamentos
fundamentados que servissem de explanação ou resolução de problemas aos usuários
do serviço de saúde pública. Suas participações, que deveriam ser de cobrança, foram engolidas por uma torcida adversária preparada para hostilizar a ensaiar sua participação para "a próxima partida". No primeiro jogo o time da oposição saiu derrotado.
Ontem (27) tivemos MAIS DO MESMO. Sabatina com
as mesmas perguntas e respostas de sempre.
Plateia convertida em ARQUIBANCADA. Gritos,
palavras chulas, vaias e aplausos engoliam os anseios dos poucos que tinham a
oportunidade de ver respostas onde só há dúvidas.
Foto: Daniel Filho |
Infelizmente a
plateia não estava tomada plenamente pelos que pagam impostos, mas pelos que recebem o INGRESSO para dar espetáculo. A maioria
não se preocupa em omitir o escândalo de que recebe “seu dinheirinho” para
gritar, vaiar e aplaudir conforme o “cartola” mandar. Os que deviam fiscalizar,
averiguar e punir, nada fazem, pois a torcida organizada já é culturalmente
aceita.
No clássico das multidões: SITUAÇÃO X OPOSIÇÃO, na fase que
tratava do tema SAÚDE, a sensação ao fim do
jogo é que o empate está bom para os dois lados. Torcida organizada paga e
comissão técnica aguardam com risos, abraços e elogios o oponente que sai de
campo com o semblante do dever cumprido. Mas o resultado verdadeiramente
esperado pelos que pagam impostos, e não ingresso, ficou para uma próxima rodada.
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