A
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação lançou moção de repúdio à
manifestação misógina via adesivos contra a presidenta Dilma Rousseff. Tal
manifestação de protesto em nada acrescenta ao debate político e ou crítica,
pelo contrário, o diminui.
Segue
o texto na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO AOS ATAQUES COVARDES
CONTRA A INTEGRIDADE DA PRESIDENTA DILMA E DE
TODAS AS BRASILEIRAS
Na
condição de entidade que congrega mais de 2,5 milhões de trabalhadores/as da educação
básica pública em todo país, dentre os/as quais mais de 80% do sexo feminino, a
CNTE vem a público repudiar veementemente as mensagens eletrônicas apócrifas e
os adesivos sexistas e infames com a imagem da Presidenta da República eleita democraticamente
pela maioria do povo brasileiro.
Entendemos
que num estado democrático de direito, é livre a manifestação e protesto
contra
o que aflige a população como um todo ou grupos ou parcelas da população.
Porém,
um protesto ou manifestação para ter legitimidade democrática deve deixar claro
o objetivo que o motivou – e isso é liberdade política e de expressão!
No
entanto, não identificamos nenhum objetivo social concreto na veiculação de
tais mensagens eletrônicas e adesivos como forma de protesto. Mas reconhecemos
a veiculação de pornografia, atentado ao pudor público, incitação à violência
sexual bem como sua banalização, intolerância e misoginia que expressam o
caráter de seus idealizadores e veiculadores.
A
expressão violenta e misógina exposta nos adesivos evidencia que grande parcela
da sociedade ainda vê e trata as mulheres como seres de segunda categoria a
quem não se deve atenção, respeito e nem cidadania.
Ademais,
a política nacional necessita de amplo debate democrático – e por isso a sociedade
reivindica uma reforma político-partidária longe dos padrões conservadores
aprovados
recentemente pela Câmara dos Deputados –, não podendo, jamais, a cidadania
participativa ser confundida ou substituída por atos fascistas e contraproducentes
do ponto de vista da promoção do respeito às mulheres.
Reiteramos
nosso repúdio ao tratamento violento e desrespeitoso conferido a Presidenta Dilma,
que entendemos ser uma agressão a todas as mulheres brasileiras, e nos juntamos
aos demais movimentos que exigem a devida identificação dos/as autores/as e providências
cabíveis.
Brasília, 2 de julho de 2015
Diretoria Executiva da CNTE
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