Foto: Daniel Filho |
Na continuação de nossa entrevista
perguntamos sobre o projeto CÂMARA ITINERANTE, projeto de abastecimento de água
no Bairro Nova Esperança e o vereador arriscou fazer algumas “previsões” para
2015/2016. Confiram:
George
Novaes: Queríamos que você falasse um pouco sobre o projeto Câmara itinerante.
Fabiano
Marques: Nós fomos pioneiros dentro do estado de Pernambuco com
esse projeto que busca aproximar o cidadão do vereador. Para que os vereadores
escutem os problemas da sociedade. Fizemos várias e tem surtido muito efeito,
pois colhemos as reinvindicações nas comunidades e mandamos pra quem, de fato,
resolve. Até porque, George, o papel do vereador é reivindicar, fiscalizar e legislar,
não é executor. Então nossa parte estamos fazendo. Inclusive outras câmaras
estão ligando pra gente, pedindo cópia do projeto.
Foto: George Novaes |
Daniel
Filho: Você considera que foi o maior feito legislativo sob sua presidência?
FM: Sim,
junto à elaboração da Lei Orgânica Municipal e o Regimento Interno. E não
atribuo só a mim, mas a todos os meus colegas.
Teve também um outro projeto de minha autoria
que considero importante. Em 2009, logo no início do apogeu da informática,
onde tinha o auge das lan houses, e qual era a preocupação da sociedade e dos
pais de família? Os filhos saíam para as lan houses que não passavam por nenhum
controle do que era acessado pela criança ali. Então tinha jovem e criança se
envolvendo com problemas de pedofilia, entrando até no campo das drogas,
sequestro... Tudo que não presta. Alunos perdendo aula e naquela época havia
toda essa preocupação. Então fui autor de um projeto que regulamentava o uso da
lan house. Todas elas deveriam ter um resumo de todas as pessoas que acessaram
ali. A hora que entrou, que saiu. Então a casa iria ser responsabilizada caso
não tivesse esse mapa no momento de uma fiscalização qualquer.
Foi sancionada, só que uma lei pra ser eficaz
é preciso que haja fiscalização do poder executivo.
DF:
Então ela nunca foi executada...
FM: Não
foi nunca executada, mas a nossa parte fizemos...
DF:
Pegando essa deixa lembro que participamos da elaboração do PPA (Plano Plurianual),
tendo a mim como um dos relatores (cultura) e nenhum daqueles itens aprovados
em 2013 foi executado ainda, somado a isso sua fala, de que seu projeto nunca
foi executado por falta de ação do executivo, é possível acreditar que
vereadores (legislativo) e prefeito (executivo) mantêm mesmo uma relação de
diálogo? Afinal a impressão que dá é que o que se parte de vocês não é
executado. Você gostaria de rever seu posicionamento sobre considerar boa a
relação entre câmara e prefeitura?
FM:
Não, veja. Como falei, na parte administrativa, de aprovar um projeto ou não,
tudo isso está funcionando mesmo com toda dificuldade que a gente passa. Mas
não acho que se deva jogar tudo para o legislativo, a sociedade tem que fiscalizar
e cobrar mais. Essa parte que você me diz sobre o PPA aprovado não estar sendo
aplicado da forma ideal, isso seria uma atuação em conjunto da sociedade,
vereadores e entidades para cobrar. Muitas coisas a gente nota que não tem como
chegar muito, por exemplo quando caiu o telhado da escola (biblioteca da escola
municipal Primeiro de Julho), há uns dois meses, pedimos uma informação ao
prefeito, a resposta chegou, por sinal, agora. Cobramos também de quem entende,
que é o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). Sabe qual foi a
resposta que ouvimos? “Encaminhamos para o Recife porque o técnico daqui tá de
férias”. Então você fica de mãos atadas.
Outro exemplo que vou passar agora em
primeira mão pra vocês, estamos encaminhando para o Ministério Público de
Pernambuco um pedido. Trazer um promotor para substituir a doutora Sara que
saiu daqui há dois meses. Como pode uma cidade como essa sem promotor? Então
estou aguardando todos os outros vereadores assinarem para a gente enviar.
Foto: Daniel Filho |
GN: Gostaríamos que você falasse sobre como
anda o projeto do abastecimento de água do Bairro Nova Esperança.
FM: Vamos lá, antes de Novembro de 2014 havia
uma controvérsia aonde os moradores não sabiam a quem procurar. Chegavam na
prefeitura, jogavam a responsabilidade para a COMPESA, iam pra COMPESA eles
diziam que era na prefeitura. Então em nosso papel de legislador, mediador e representante
do povo marcamos uma audiência pública para botar frente a frente todos os
envolvidos.
A prefeitura sequer mandou ofício dizendo se
vinha ou não. Isso até remete a sua pergunta, Daniel, se nossa relação está
boa, fazemos nossa parte.
Então ficou decidido que a COMPESA ia fazer o
projeto e que faríamos outra audiência para ver em que pé estaria. O projeto ia
custar em torno de R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais), aí qual o problema?
Conseguir o dinheiro para executar a obra. Preparamos um ofício e mandamos para
Paulo Câmara no seminário que teve em Floresta, no qual ele foi sensível e
prometeu que iria analisar.
Enviaram uma proposta de que o mais viável
seria o estado fazer uma parceria com o município, mas nós não podíamos
garantir que a prefeitura iria querer. Hoje eu diria que está nesse pé: tudo
pronto esperando o recurso. Seria muito mais fácil se a prefeitura fizesse,
pois tem dinheiro em caixa.
DF:
Então se a prefeitura assumisse sozinha ou em parceria com o estado vocês não
iriam se opor?
FM:
Absolutamente. Seria o ideal. E seria ideal, também, se a prefeitura chegasse e
dissesse: “Vamos fazer a parte até a caixa de abastecimento e vocês a
distribuição, ou vice-versa”. Daniel, acredito que com coragem e boa vontade se
faz tudo.
Mas vou dar uma de vidente aqui. Vou lhe
dizer que a prefeitura vai fazer o abastecimento d’água em parceria com o
estado. Escute o que estou dizendo. E será daqui para o ano que vem que é
eleitoral.
DF
Às vésperas da eleição, você acredita que...
FM:
Escute o que estou lhe dizendo. Meu sexto sentido me diz, as forças ocultas me
dizem (risos) que a obra sai do papel ainda esse ano. Mas vai sair, Daniel, não
é por boa vontade de ninguém, é por pressão do povo. Não há como nenhum gestor
fugir disso, amigos.
DF:
Mas para sair em período eleitoral, ela vai sair por pressão do povo ou por
pressão do interesse no voto?
FM: Um
conjunto de coisas: povo e eleição.
DF:
Sua fala deixa entender, então, que vai sair às pressas. Então faço outro
questionamento: essa vai ser uma obra que beneficiará mais ao povo ou aos
candidatos políticos ano que vem?
FM:
Daniel, tudo que venha para beneficiar o povo, seja por A ou B...
DF:
Sim, essa história eu sei, estou falando da obra final. Algo desse porte, feito
às pressas por causa do ano eleitoral, vai beneficiar mais a...
FM:
Acho que os meios justificam os fins, né?... (SIC)
Na quarta parte Fabiano responde a perguntas
dos leitores: O que o fez mudar tão radicalmente de postura em relação ao
governo do atual prefeito e com a família Simões? Se fosse candidato a prefeito
hoje como lidaria com o fato de que sempre esteve com o atual governo e, agora,
se apresentaria como oposição? E mais, planos para as eleições de 2016. Fabiano
já se considera candidato? O que acha da decisão de João Lopes em já se definir
como o candidato principal a prefeito? Que outros nomes seriam boas surpresas
na disputa eleitoral municipal?
Não deixem de ler.
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