sábado, 25 de julho de 2015

ENTREVISTA COM FABIANO MARQUES - TERCEIRA PARTE

Foto: Daniel Filho

Na continuação de nossa entrevista perguntamos sobre o projeto CÂMARA ITINERANTE, projeto de abastecimento de água no Bairro Nova Esperança e o vereador arriscou fazer algumas “previsões” para 2015/2016. Confiram:

George Novaes: Queríamos que você falasse um pouco sobre o projeto Câmara itinerante.
Fabiano Marques: Nós fomos pioneiros dentro do estado de Pernambuco com esse projeto que busca aproximar o cidadão do vereador. Para que os vereadores escutem os problemas da sociedade. Fizemos várias e tem surtido muito efeito, pois colhemos as reinvindicações nas comunidades e mandamos pra quem, de fato, resolve. Até porque, George, o papel do vereador é reivindicar, fiscalizar e legislar, não é executor. Então nossa parte estamos fazendo. Inclusive outras câmaras estão ligando pra gente, pedindo cópia do projeto.

Foto: George Novaes

Daniel Filho: Você considera que foi o maior feito legislativo sob sua presidência?
FM: Sim, junto à elaboração da Lei Orgânica Municipal e o Regimento Interno. E não atribuo só a mim, mas a todos os meus colegas.
Teve também um outro projeto de minha autoria que considero importante. Em 2009, logo no início do apogeu da informática, onde tinha o auge das lan houses, e qual era a preocupação da sociedade e dos pais de família? Os filhos saíam para as lan houses que não passavam por nenhum controle do que era acessado pela criança ali. Então tinha jovem e criança se envolvendo com problemas de pedofilia, entrando até no campo das drogas, sequestro... Tudo que não presta. Alunos perdendo aula e naquela época havia toda essa preocupação. Então fui autor de um projeto que regulamentava o uso da lan house. Todas elas deveriam ter um resumo de todas as pessoas que acessaram ali. A hora que entrou, que saiu. Então a casa iria ser responsabilizada caso não tivesse esse mapa no momento de uma fiscalização qualquer.
Foi sancionada, só que uma lei pra ser eficaz é preciso que haja fiscalização do poder executivo.

DF: Então ela nunca foi executada...
FM: Não foi nunca executada, mas a nossa parte fizemos...

DF: Pegando essa deixa lembro que participamos da elaboração do PPA (Plano Plurianual), tendo a mim como um dos relatores (cultura) e nenhum daqueles itens aprovados em 2013 foi executado ainda, somado a isso sua fala, de que seu projeto nunca foi executado por falta de ação do executivo, é possível acreditar que vereadores (legislativo) e prefeito (executivo) mantêm mesmo uma relação de diálogo? Afinal a impressão que dá é que o que se parte de vocês não é executado. Você gostaria de rever seu posicionamento sobre considerar boa a relação entre câmara e prefeitura?
FM: Não, veja. Como falei, na parte administrativa, de aprovar um projeto ou não, tudo isso está funcionando mesmo com toda dificuldade que a gente passa. Mas não acho que se deva jogar tudo para o legislativo, a sociedade tem que fiscalizar e cobrar mais. Essa parte que você me diz sobre o PPA aprovado não estar sendo aplicado da forma ideal, isso seria uma atuação em conjunto da sociedade, vereadores e entidades para cobrar. Muitas coisas a gente nota que não tem como chegar muito, por exemplo quando caiu o telhado da escola (biblioteca da escola municipal Primeiro de Julho), há uns dois meses, pedimos uma informação ao prefeito, a resposta chegou, por sinal, agora. Cobramos também de quem entende, que é o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). Sabe qual foi a resposta que ouvimos? “Encaminhamos para o Recife porque o técnico daqui tá de férias”. Então você fica de mãos atadas.
Outro exemplo que vou passar agora em primeira mão pra vocês, estamos encaminhando para o Ministério Público de Pernambuco um pedido. Trazer um promotor para substituir a doutora Sara que saiu daqui há dois meses. Como pode uma cidade como essa sem promotor? Então estou aguardando todos os outros vereadores assinarem para a gente enviar.

Foto: Daniel Filho

GN: Gostaríamos que você falasse sobre como anda o projeto do abastecimento de água do Bairro Nova Esperança.
FM: Vamos lá, antes de Novembro de 2014 havia uma controvérsia aonde os moradores não sabiam a quem procurar. Chegavam na prefeitura, jogavam a responsabilidade para a COMPESA, iam pra COMPESA eles diziam que era na prefeitura. Então em nosso papel de legislador, mediador e representante do povo marcamos uma audiência pública para botar frente a frente todos os envolvidos.
A prefeitura sequer mandou ofício dizendo se vinha ou não. Isso até remete a sua pergunta, Daniel, se nossa relação está boa, fazemos nossa parte.
Então ficou decidido que a COMPESA ia fazer o projeto e que faríamos outra audiência para ver em que pé estaria. O projeto ia custar em torno de R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais), aí qual o problema? Conseguir o dinheiro para executar a obra. Preparamos um ofício e mandamos para Paulo Câmara no seminário que teve em Floresta, no qual ele foi sensível e prometeu que iria analisar.
Enviaram uma proposta de que o mais viável seria o estado fazer uma parceria com o município, mas nós não podíamos garantir que a prefeitura iria querer. Hoje eu diria que está nesse pé: tudo pronto esperando o recurso. Seria muito mais fácil se a prefeitura fizesse, pois tem dinheiro em caixa.

DF: Então se a prefeitura assumisse sozinha ou em parceria com o estado vocês não iriam se opor?
FM: Absolutamente. Seria o ideal. E seria ideal, também, se a prefeitura chegasse e dissesse: “Vamos fazer a parte até a caixa de abastecimento e vocês a distribuição, ou vice-versa”. Daniel, acredito que com coragem e boa vontade se faz tudo.
Mas vou dar uma de vidente aqui. Vou lhe dizer que a prefeitura vai fazer o abastecimento d’água em parceria com o estado. Escute o que estou dizendo. E será daqui para o ano que vem que é eleitoral.

DF Às vésperas da eleição, você acredita que...
FM: Escute o que estou lhe dizendo. Meu sexto sentido me diz, as forças ocultas me dizem (risos) que a obra sai do papel ainda esse ano. Mas vai sair, Daniel, não é por boa vontade de ninguém, é por pressão do povo. Não há como nenhum gestor fugir disso, amigos.

DF: Mas para sair em período eleitoral, ela vai sair por pressão do povo ou por pressão do interesse no voto?
FM: Um conjunto de coisas: povo e eleição.

DF: Sua fala deixa entender, então, que vai sair às pressas. Então faço outro questionamento: essa vai ser uma obra que beneficiará mais ao povo ou aos candidatos políticos ano que vem?
FM: Daniel, tudo que venha para beneficiar o povo, seja por A ou B...

DF: Sim, essa história eu sei, estou falando da obra final. Algo desse porte, feito às pressas por causa do ano eleitoral, vai beneficiar mais a...
FM: Acho que os meios justificam os fins, né?... (SIC)

Na quarta parte Fabiano responde a perguntas dos leitores: O que o fez mudar tão radicalmente de postura em relação ao governo do atual prefeito e com a família Simões? Se fosse candidato a prefeito hoje como lidaria com o fato de que sempre esteve com o atual governo e, agora, se apresentaria como oposição? E mais, planos para as eleições de 2016. Fabiano já se considera candidato? O que acha da decisão de João Lopes em já se definir como o candidato principal a prefeito? Que outros nomes seriam boas surpresas na disputa eleitoral municipal?
Não deixem de ler.


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