Fotos: George Novaes e Mônica Caetano |
Por sugestão do próprio prefeito Lourival Simões,
quando
soube da participação no programa CIDADANIA EM DEBATE, na rádio Aliança (104,9 FM), via rede social Whastapp, o tema a nortear a roda de conversa que
foi transmitida ao vivo no último sábado (23). Declarou o prefeito:
“Aproveita
e coloca no ar a mudança do Valor Agregado do município (...) Retira 70% do
ICMS. Queda de R$30 milhões de reais para R$20 milhões de reais. Ano que vem
provavelmente haverá demissão de efetivos por extinção de cargos...”
E eis que transpareceu o que deixará de legado para Petrolândia e ao seu candidato à sucessão: falência e demissões em massa. A primeira rodada de conversa, então, tratou
da crise econômica clamada em praticamente TODAS as falas do prefeito
quando o assunto é sua gestão.
Compuseram a mesa para o programa o advogado Johnhatas Almeida; Natanel Caetano, presidente d Partido dos Trabalhadores (PT); Rômulo Pedrosa, presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL); Daniel Filho, professor e coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE).
“Não
há transparência nos dados que o prefeito apresenta. Sempre que comenta sobre
as diversas dificuldades do município, fala de crise e cita números sem
apresentar fontes. Sem objetivar de que forma o município é afetado por uma
crise que não acredito que tenha chegado a nossa cidade, fica difícil
acreditar nas desculpas do prefeito. Portanto, se não diz claramente onde e
como estamos sendo afetados pela crise, não creio que ela exista”.
Ponderou o jovem advogado Jonhnatas Almeida.
“É
fato que existe uma crise econômica mundial, mas no Brasil acredito que ela é
mais política. Não vemos discutir repensar o cenário para buscar
superar a crise e fazer com que ela afete o mínimo possível à população
carente. Falando de nosso município, Petrolândia recebeu e recebe diversos
recursos da esfera federal: máquinas pesadas do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento), além de verbas em diversos setores, mas não vemos o poder público
fazer uso desses recursos para melhorar a vida de nossa população. Nossa cidade
tem como principal potencial econômico a agricultura, mas, infelizmente, esse
potencial não é reconhecido e não recebe o investimento adequado”.
Falou Natanael Caetano, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no
município de Petrolândia.
“O
que o governo municipal tem feito para amenizar os efeitos da crise que tanto
se fala para com a população? Nada. Não vemos o prefeito explorar seu potencial
econômico na agricultura e no turismo que contribuiriam significativamente para
mover a roda da economia e, com receita própria, amenizar os efeitos da crise
para os mais pobres. O que vemos é o inchaço da máquina pública. O ‘empreguismo’.
Uma prefeitura que faz da sua máquina cabide de emprego para ganhar votos, depois
demite indiscriminadamente e, ainda assim, não consegue respeitar o limite
prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Falta coerência e transparência sobre
a receita da cidade. Quanto ela pode gerar e quanto está gerando de receita
própria? Nós não sabemos, portanto, dificulta crer nos efeitos da crise em nosso município e, consequentemente, apresentar sugestões alternativas para sua superação dela.” Declarou
Rômulo Pedrosa, presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
“Trouxe
para nossa mesa de discussão essa temática atendendo a um pedido do próprio
prefeito, via rede social. São as mesmas queixas que cansamos de ouvir em todas
as suas declarações. Certa vez, em audiência pública, tive o prazer de dizer a
ele e ao Procurador Geral do Ministério Público de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, que o
bom administrador não chora o que perdeu ou deixou de ganhar, mas que
administra bem o que tem em mãos a se administrar.
Concordo
com todos os companheiros dessa mesa. Não há transparência nas informações repassadas
pelo prefeito, muito menos a discussão de alternativas para sair da tal crise
e, quando sugerimos ou criticamos a gestão, logo surgem pessoas e falas a nos
condenar e deturpar o que dizemos. Não estamos aqui para criticar, achincalhar,
o indivíduo Lourival Simões ou qualquer pessoa de sua família, nosso caráter
não nos permite isso, mas como cidadãos politizados, temos o dever de elevar o
teor do debate político e criticar os erros da gestão que é péssima. Clamamos
por mais transparência, diálogo, eficácia, estratégias para conduzir nosso
município ao pleno desenvolvimento com justiça social, mas alguns insistem em
levar a discussão do campo político e público para o pessoal e privado. Precisamos
de uma Petrolândia para todos e não para poucos. Por uma política com menos
ranço e ódio, por mais amor e politização de ideias”. Declarei,
Daniel Filho, fechando a rodada de discussões.
O programa, com quase três horas de duração, foi
rico em discussões e estendeu convite a todos os cidadãos petrolandenses, em
seus mais diversos segmentos (políticos, mídia alternativa, líderes de
comunidades e movimentos sociais, sociedade civil...), para a formulação de pautas e participação ao vivo dos próximos programas. Convidou representantes do legislativo e o prefeito para darem suas observações acerca do tema e falas.
Fechei minha fala convidando a todos para
participarem de nossa segunda reunião na sede do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Petrolândia, localizada na Rua Dantas Barreto, 109, próxima à
panificadora Veneza e Supermercado + Barato, na próxima quarta-feira (27) a
partir das 19h00min, onde faremos a leitura de propostas construídas até aqui
para um plano de governo popular e abrir para acréscimos ao sugerido. Comunidades Tradicionais, Esportistas, Artistas,
Educadores, Agricultores, Juventudes, Comunidade LGBT, Movimentos Sociais...
Todos estão convidados (e convocados) a ser protagonista na construção de uma
nova forma de governar.
Pois é, citar valores sem fonte é fogo. TUDO hoje é culpa da crise quando não queremos saber os motivos reais, até porque é mais cômodo usar essa desculpa. É óbvio que nossa cidade não é afetada pela crise econômica que o mundo vem passando, ao menos não de forma a ser sentida de forma impactante. A administração é claramente de má qualidade.
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