Foto: acervo MST |
Tal como a saúde, a educação
e a segurança pública, a moradia também é um direito constitucional. No
entanto, muitos ainda acham que casa (moradia) quando se consegue por qualquer
outra via que não seja a da compra (com recursos financeiros próprios) é favor
ou bondade de alguém.
O direito humano à moradia
foi abordado pela primeira vez em 1948 com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos e tomou corpo a partir de uma série sucessiva de tratados
internacionais. O mais abrangente foi o Pacto Internacional de Direitos
Sociais, Econômicos e Culturais de 1966, o qual apresenta a moradia digna como
direito humano.
A Constituição Brasileira em
vigor define no seu artigo 23, inciso IX, como competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a promoção de programas de
construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico. Entretanto, todos nós sabemos que um lugar pra ser bom de viver é
preciso muito mais que isso, é preciso não só habitações e saneamento, mas
também escolas, hospitais, estradas, energia elétrica entre tantas outras
coisas.
Historicamente essas
questões quando tratadas no espaço ‘campo’, sempre foram relegadas a segundo
plano. Se nas esferas federais e estaduais, onde o volume de recursos é maior
isso acontece, em muitos municípios os serviços básicos quase que aparecem como
favores, como no caso de Petrolândia (ou Tacaratu, como queiram definir as
fronteiras eleitoreiras) nas escolas dos assentamentos Antônio Conselheiro I e II,
um município dava o transporte, outro município os professores, algum morador a
casa para servir de escola, tudo no improviso.
Os Movimentos Sociais do
Campo sempre pregam em suas lutas um modelo de Reforma Agrária Popular, que,
diferente da clássica, não precisa só de terra, mas de um conjunto de outros
elementos para garantir moradia digna e condições de trabalho para as famílias.
A habitação é um desses elementos.
O Programa Minha, Casa Minha Vida do Governo federal, que tem como objetivo tornar a moradia acessível às famílias
organizadas por meio de cooperativas habitacionais, associações e demais
entidades privadas sem fins lucrativos, desde sua origem (2009), chegou à marca
de 3,857 milhões de unidades. Desse total, as famílias beneficiadas já
receberam 2,169 milhões de moradias.
Mais 1,688 milhão de casas e
apartamentos foram contratados para entrega nos próximos meses e anos.
Em Petrolândia
o assentamento Lago Azul receberá quarenta e oito (48) unidades habitacionais
em uma parceria entre Movimento dos Sem Terra (MST) e Caixa Econômica Federal.
A assinatura desses contratos se deu no último dia 29 de Dezembro de 2015 no
próprio assentamento. Presentes ao ato de entrega o
prefeito de Petrolândia Lourival Simões e, representando o poder legislativo do
município, os vereadores Sílvio Rogério e Rogério Novaes, além de lideranças do sindicato . Outras quase 600 unidades habitacionais (400 no Assentamento Abreu e Lima e 197 no Assentamento Januário Moreira)
ainda serão construídas.
Em tempos de eleição muita
gente vai querer aparecer nas entregas para ganhar o crédito. Melhor, porém não
mais fácil, que ganhar o crédito por uma obra que não fez, é garantir para as
famílias os outros direitos básicos como educação, saúde, moradia, coleta de
lixo, infraestrutura entre tantos outros que não saem na foto.
Parabéns aos assentados e ao
movimento. A batalha agora é por outras garantias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário