A
imprensa pode causar mais danos que a bomba atômica.
Noam Chomsky
“Por
mim prende todos, não tenho bandido de estimação...” esse
e alguns pares de sentença de mesmo teor, que estão na ponta dos dedos de
alguns, visam negar a si e ao outro a possibilidade de que seu sentimento possa
ser parcial. Carrega todos os discursos da moral, afinal: “Como alguém pode ser contra acabar
com a corrupção do país?”, no entanto, seu senso de
justiça é seletivo.
Mas a questão que proponho discutir é: Por
que uma manchete de corrupção desperta mais ódio do que outra, ainda que os
níveis de gravidade sejam discrepantes?
Exemplificando:
Por que é mais fácil odiar uma denúncia sobre
pedaladas fiscais do que ouvir em
áudio um corrupto assumir “fazer um pacto nacional para estancar a
sangria (sobre a operação lava-jato, tão idolatrada
por tantos)”?;
Por que a notícia sobre um tríplex sem escritura, cuja origem
possa ser oriunda de propina, enerva mais que saber sobre a apreensão de 450 quilos de pasta base de cocaína em
helicóptero e fazenda de políticos (que você, certamente, não lembra o
nome e nem o partido) que continuam soltos exercendo seus
mandatos e decidindo o destino do país?
A resposta está relacionada a quem manipula
essas sensações.
SORRIA,
VOCÊ ESTÁ SENDO MANIPULADO!
Crer no livre arbítrio e na própria
capacidade de formar e expor opinião, provavelmente, impede (ou confunde) a admitir que somos, todos,
influenciados pelo nosso meio e, principalmente, por nossos meios de
comunicação.
Uns conseguem odiar mais um tipo de crime que
outro, mesmo quando de naturezas tão discrepantes, pela forma (entonação,
intenção, frequência) com que absorve (exausto
após um dia de intenso trabalho, por exemplo) a narrativa.
E, obviamente, gostando ou não, sabemos quais
e quem são os meios mais presentes em nosso cotidiano (Família Marinho/organizações Globo,
Mesquita/Grupo Estadão, Frias/grupo Folha). Ah, você vai dizer
que não assiste mais TV? Prefere se informar pela internet? Pois bem, o
monopólio do clã Marinho se faz presente ali com seu portal G1 e site do jornal O Globo. Logo, não há pluralidade de
ideias e ideais e o que você crê ser sua visão de mundo, nada mais é que a
visão de um forte grupo empresarial com ideais e intenções claras.
Se fosse uma emissora estatal em vez de
privada (cuja concessão de transmissão é pública, vale lembrar), certamente
seria hoje taxada como “instrumento de doutrinação marxista” com centenas a clamarem por sua
privatização imediata. Os mesmos não percebem que são obras doutrinadas desse
meio todos os dias há anos.
Soma-se à manipulação a proliferação do mais
recente fenômeno: as “Fake News”.
Compartilhados e impulsionados pelas redes
sociais (naquele horário em que você mais quer relaxar),
elas são responsáveis por fazer você acreditar em institutos de pesquisa e
endereços eletrônicos com nomes estranhos sem se dar ao cuidado de averiguar a
origem do enunciado, a espalhar notícias claramente absurdas (ora propositalmente positivas, ora
negativas), o que amplia a doentia polarização “coxinhas” versus
“mortadelas” em sua “disputa de narrativas”.
Em julho
de 2017 o Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Acesso a informação da
USP monitorou quinhentas páginas com
conteúdo político falso ou distorcido com doze
milhões de “compartilhamentos” naquele mês.
“Até a revista Veja (...) na edição de
17 de Janeiro, publicou um ranking elaborado após a análise de 534 postagens com
notícias falsas (...) o nome de Lula era citado em 116 delas, seguido por
Michel Temer, presente em 77, e o juiz Sérgio Moro, citado em 59. No caso de
Lula, ainda segundo a revista, três em cada quatro menções eram depreciativas
(...) Jair Bolsonaro lidera o ranking no quesito menções positivas...” Camilo Vannuchi
Eis “o mecanismo” que incita e direciona a
seletividade de seu ódio e idolatria por esse ou aquele candidato.
O
BLOG GOTA D’ÁGUA FALANDO DE PARCIALIDADE DA MÍDIA?
Constantemente nosso grupo, totalmente
independente e que se mantém por recursos próprios, sem patrocínios e sem
esconder a identidade de seus autores, é acusado de “ser parcial” e “mostrar
apenas um lado”.
Diferente da grande mídia aqui citada e nomeada,
que omite seu direcionamento ideológico travestindo-se de “imparcial”; ou das Fake News, cuja origem de autoria é difícil de ser identificada e,
consequentemente, punida, nosso blog nunca negou seu
viés ideológico progressista, tampouco desvirtuou o que é notícia, nota, fato,
opinião ou denúncia de leitores.
Com todas as dificuldades, buscamos averiguar
sempre as muitas denúncias que nos chegam acerca dos políticos e serviços
públicos locais e, sempre, abrimos espaço para retratações e ou direito de resposta.
Onde se trata de FATO não há parcialidade, será transcrito como o fato acontece,
quando OPINIÃO, seja de qualquer um
de seus autores, terá sempre a liberdade para ser compreendido, interpretado,
debatido, questionado por qualquer um que o leia, cabendo, inclusive, aos que
não concordarem com nossa visão de mundo, deixar de nos seguir ou substituir o
ódio pela pesquisa, interpretação de texto e contra argumentação.
Destaco ainda que nenhum dos autores desse
blog é profissional da área de comunicação (e um Blog não tem que ser),
diferente de todos os veículos aqui citados que invadem nossos lares e retinas
todos os dias cujas concessões públicas não trazem retorno algum à população brasileira.
A melhor vacina contra essa invasão diária
é ler cada vez mais e melhor!
Fontes utilizadas:
Diários Nacionais – Fernando Antônio Azevedo;
Fake News – Camilo Vannuchi;
Falso Consenso – Miguel do Rosário in Enciclopédia do Golpe, volume 2 - O Papel da
Mídia
Manual Prático de Leitura Crítica da Mídia
– Centro de Cultura Luiz Freire
A Ditadura da Mídia – Altamiro Borges
Documentário: Muito Além do Cidadão
Kane:
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