“Irá
chegar um novo dia
Um
novo céu, uma nova terra, um novo mar
E
nesse dia os oprimidos
A
uma só voz, a liberdade, irão cantar”
“Na
nova terra a mulher terá direitos
Não
sofrerá humilhação, nem preconceitos
O
seu trabalho todos vão valorizar
Das
decisões elas irão participar”
AS
MULHERES QUE LUTAM, PARA VIVER E SOBREVIVER
Hoje,
no 13º dia da greve de fome, fomos, todos os grevistas, mais uma centena de
companheiras e companheiros, desde as 7H horas da manhã fazer vigília na frente
da casa de Edson Fachim, Ministro do STF. Lá celebramos um culto ecumênico e
cobramos dele, considerado traidor do povo, que tenha um mínimo de ética e
responsabilidade jurídica e social para julgar o caso das ADCs, sobre a
presunção de inocência, que garantiria Lula livre e em condições de ser
candidato a presidente.
Mesmo hoje sendo dia dos pais, nossa
homenagem a todos os pais, nossa homenagem in memorian aos nossos pais
valorosos que já não estão mais entre nós, já cumpriram suas tarefas. Mas vou
tentar fazer uma reflexão sobre os prejuízos para as lutas históricas das
mulheres. Não pretendo recuperar a história e nem nos debates conceituais do
tema apenas, tento trazer a ideia, que a luta das mulheres de resistência
contra o Golpe para impedir retrocessos no debate de gênero e a lutas das
mulheres é do conjunto da sociedade.
A
questão da opressão das mulheres no Brasil tem raízes históricas na ideologia
patriarcal, com um sistema de poder machista que reproduziu historicamente
relações de sexo e gênero de dominação e exploração. A história do nosso país
foi sempre assim de dominação, relações patriarcais e escravocratas. O patrão
domina o trabalhador e o trabalhador reproduz esta relação na sua vida familiar
com as mulheres e filhos. Mas isso não quer dizer que as mulheres não
resistiram. Foram muitas guerreiras que deram a vida resistindo e lutando para
que o Brasil pudesse se constituir com uma nação, democrática, livre,
independente e com novas relações entre homens e mulheres. Entre Tantas Luiza
Nahim, Tarcila Amaral, Margarida Maria Alves, Dandara, Mulheres de Tejucupapo,
Tereza de Benguela, homenageada em nossa marcha com o nome da coluna da
Amazônia e Centro oeste, e tantas que continuam lutando e resistido: Elizabete
Teixeira, Maria da Penha e tantas guerreiras que enchem de orgulho o nosso
povo.
Depois de cinco séculos de luta das mulheres,
com a ascensão do movimento de massas. As mulheres foram se empoderando,
conquistando espaços nos movimentos populares, nas estruturas do movimento
sindical, partidos políticos, participaram e ganharam espaços na constituinte,
mas foi nos governos de Lula e Dilma que as mulheres conquistaram mais espaços
e condições de disputas de espaços e afirmações. Mulheres ampliaram espaço no
parlamento, ainda que isso continue sendo uma grande lacuna, no Poder
Judiciário, foram 3 indicadas para o STF, mesmo que não representam a luta
feminista no Brasil, tem esta simbologia,
assumiram vários ministérios, foram a maioria nas universidades e conquistaram
políticas públicas e leis que representam um avanço na conquista do espaço
feminista no Brasil. No entanto, ainda são muito discriminadas no mundo do
trabalho, ganham salário inferior, tem jornadas duplas de trabalho, sofrem de
preconceito, são vítimas de agressões machistas e feminicídios.
Mesmo que as conquista não sejam ainda
consideradas com capacidade de recuperar tempos históricos de repressão e
opressão contra as mulheres, pois o ditado popular sempre nos ensinas que: “os que humilham, oprimem, torturam e
discriminam, podem esquecer de suas ações mas, as que sofreram humilhação,
opressão, torturas e discriminação, vão guardar na memória por gerações para um
dia vencer os algozes”. Mas do ponto de vista cultural, social e de
conquistas legais, podemos considerar o momento da nossa pobre república que
mais avançamos nesta questão. As mulheres foram protagonistas nos governos de
Lula e Dilma, neste período o Brasil aplicou uma série de ações que garantiram
avanços no combate à discriminação e violência contra a mulher. Uma delas foi a
Lei 11.340/06, mais conhecida como Lei Maria da Penha, representa um avanço
considerável na punição da violência machista contra as mulheres, lei do
feminicídio, criação das delegacias das mulheres, construção da chamada Casa da
Mulher Brasileira. Foram políticas públicas e programas sociais que empoderaram
as mulheres, como a Bolsa Família com titularidade das mulheres, Minha Casa
Minha Vida, hospitais especializados, entre outras.
No campo, as mulheres passaram a receber
aposentadoria, no mesmo valor do salário mínimo, os benefícios passaram a ser
pagos em nome das mulheres e na reforma agrária a titularidade do cadastro de
beneficiário da Reforma Agrária passou a ser da mulher, quando antes ela era
cônjuge dependente. Hoje em 80% das famílias assentadas as mulheres são
titulares, em iguais condições com os companheiros. Mas do ponto de vista
simbólico, nada é mais representativo do que ter eleita a primeira mulher
Presidenta, que queria ser chamada de Presidenta Dilma e uma maioria dos
ministérios comandada por mulheres e ministérios estratégico politica e
economicamente.
O Golpe foi realizado por uma maioria de
homens, brancos e ricos. A Nossa greve de fome com duas guerreiras
participando, uma jovem e uma mãe e avó, está em sintonia para derrotar o Golpe
e impedir ainda mais retrocessos.
“Quando uma mulher avança nenhum homem
retrocede”
Brasília, 12 de agosto de 2018Jaime Amorim, em Greve de Fome por LULA LIVRE e por justiça no STF
Texto e imagens enviadas por Francisco
Terto
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