Imagem: Brasil de Fato |
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Santa Catarina e no Paraná já registrou
82 denúncias de trabalhadores
coagidos pelos patrões a declarar voto a um candidato de preferência da empresa
nas eleições deste ano. Em ambos os estados, o candidato da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) foi o candidato mais votado no primeiro turno.
Foram 64
denúncias contra 15 empresas
catarinenses e outras 18 no Paraná,
relacionadas a oito empresas. Uma semana antes do primeiro turno, dois casos
ganharam repercussão.
O primeiro foi um vídeo publicado por Luciano Hang, dono da Havan – empresa do setor varejista com
sede em Santa Catarina. O segundo foi uma carta de Pedro Zonta, presidente da rede de supermercados Condor, que tem 12 mil empregados no
Paraná. Ambos coagiram seus funcionários a votar no candidato do PSL.
A procuradora Cristiane Lopes do MPT do
Paraná avalia que essa é uma prática peculiar destas eleições. A procuradora do
MPT de Santa Catarina, Marcia Cristina Kamei Lopez Aliaga, também afirma que
não há denúncias semelhantes em eleições anteriores.
O advogado Prudente Mello acrescenta que o
uso de redes sociais de grandes empresários para coagir os trabalhadores tende
a influenciar pequenos empresários. “Esse
empresário, Luciano Hang, quer dizer: nossos empregados são nossos e tem que
cumprir aquilo que eu estou impondo, ou vão ser demitidos. O discurso levado
têm essa noção e, ao fazer isso abertamente, tem como função induzir tantos
outros empresários a essa lógica para que adotem igual comportamento”,
analisa.
O advogado lembra que os empresários romperam
com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e com a Convenção 111 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante a liberdade política
de empregados.
Trabalhadores que identifiquem essa situação
podem denunciar os casos no portal do Ministério Público do Trabalho no link
abaixo:
Fonte:
Brasil de Fato
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completa:
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