quarta-feira, 10 de outubro de 2018

MAIS DE 80 CASOS DE ASSÉDIO A TRABALHADORES NESSAS ELEIÇÕES

Imagem: Brasil de Fato


O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Santa Catarina e no Paraná já registrou 82 denúncias de trabalhadores coagidos pelos patrões a declarar voto a um candidato de preferência da empresa nas eleições deste ano. Em ambos os estados, o candidato da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) foi o candidato mais votado no primeiro turno.
Foram 64 denúncias contra 15 empresas catarinenses e outras 18 no Paraná, relacionadas a oito empresas. Uma semana antes do primeiro turno, dois casos ganharam repercussão.
O primeiro foi um vídeo publicado por Luciano Hang, dono da Havan – empresa do setor varejista com sede em Santa Catarina. O segundo foi uma carta de Pedro Zonta, presidente da rede de supermercados Condor, que tem 12 mil empregados no Paraná. Ambos coagiram seus funcionários a votar no candidato do PSL.
A procuradora Cristiane Lopes do MPT do Paraná avalia que essa é uma prática peculiar destas eleições. A procuradora do MPT de Santa Catarina, Marcia Cristina Kamei Lopez Aliaga, também afirma que não há denúncias semelhantes em eleições anteriores.
O advogado Prudente Mello acrescenta que o uso de redes sociais de grandes empresários para coagir os trabalhadores tende a influenciar pequenos empresários. “Esse empresário, Luciano Hang, quer dizer: nossos empregados são nossos e tem que cumprir aquilo que eu estou impondo, ou vão ser demitidos. O discurso levado têm essa noção e, ao fazer isso abertamente, tem como função induzir tantos outros empresários a essa lógica para que adotem igual comportamento”, analisa.
O advogado lembra que os empresários romperam com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e com a Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante a liberdade política de empregados.
Trabalhadores que identifiquem essa situação podem denunciar os casos no portal do Ministério Público do Trabalho no link abaixo:


Fonte: Brasil de Fato

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