Imagem: PROVIDA |
Manifestantes que se opõem à instalação de
uma usina nuclear no município de Itacuruba saíram em caminhada de Mirandiba à
Carnaubeira da Penha desde a manhã de ontem (15) e encerramento hoje (16)
no município de Itacuruba.
Imagem: Daniel Filho |
A caravana teve apoio da Diocese de Floresta, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras
Rurais de Pernambuco (Fetape), ONG ProVida, ONG Vida de Salgueiro, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Sindicatos Rurais (STR) de vários municípios, Sindicato
dos Trabalhadores em Educação (SINTEPE),
Sindicato dos Servidores Municipais de Petrolândia (SINSEMP) associações de pescadores, agricultores e comunidades
tradicionais indígenas e quilombolas.
DO
QUE SE TRATA?
Imagem: Daniel Filho |
Estudos de órgãos federais consideram Itacuruba
como o local apropriado para abrigar uma usina nuclear na região Nordeste, em
virtude da aproximação com o rio São Francisco. De acordo com declarações do
Ministério de Minas e Energia do Governo Federal, a energia nuclear seria
importante para manter a matriz energética do país. Porém, a instalação da
usina pode trazer impactos para a vida de comunidades quilombolas e povos
indígenas. Caso seja concretizada, a proposta implicará em expulsão desses
povos tradicionais de seus territórios.
Segundo o diretor de Política Agrícola da
Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de
Pernambuco (Fetape), Adimilson
Nunis, a construção de uma usina nuclear trará transtornos e
insegurança para a população local, que temerão pela própria vida com a
instalação de um empreendimento do porte de uma usina. “Como vamos viver com uma usina
nuclear? Será que vão querer comprar nossa produção agrícola, agropecuária e a
pesca? Achando que tudo está contaminado. Se houver vazamento, contaminar as
águas do rio São Francisco? Fora as questões psicológicas para as pessoas”,
pontua o diretor.
Imagem: Daniel Filho |
De acordo com artigo da revista New Scientist publicado no site do
Instituto de Pesquisa Agropecuária (IRPAA),
as usinas nucleares são consideradas lixos radioativos. O Brasil não possui um
depósito seguro para depositar dejetos. Acidentes de graves proporções já
ocorreram no mundo. Um deles foi o acidente da Usina nuclear de Chernobil, na
Ucrânia, onde 4 mil pessoas foram contaminadas por uma nuvem radioativa que se
espalhou atingindo pessoas, animais e o meio ambiente. No Brasil, em 1987,
milhares de pessoas foram afetadas pela contaminação do Césio 137, em Goiânia
(GO).
RESISTIR
PARA CONTINUAR EXISTIR
O ato foi encerrado com manifestações
culturais e pronunciamentos de autoridades e lideranças. O deputado estadual Doriel Barros (PT) esteve presente e firmou compromisso de não deixar passar essa
construção. Vereadores, vice-prefeito de Itacuruba, lideranças religiosas
garantem que irão permanecer em alerta para evitar a tragédia anunciada que põe
em risco não apenas o município, mas toda região.
Fontes: Brasil de Fato e site Provida
Imagem: Daniel Filho |
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