Imagem: Agência Brasil |
O The Intercept Brasil divulgou, nesta
terça-feira (9), o primeiro áudio da
série de denúncias feitas pelo site contra a operação Lava Jato, que revelam o
caráter das relações entre o juiz Sergio
Moro e a força-tarefa do Ministério Público, chefiada pelo procurador Deltan Dallagnol.
O áudio divulgado mostra que Dallagnol
celebrou de maneira efusiva, no dia 28 de setembro de 2018, a confirmação de
que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), já preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, não poderia
conceder entrevistas.
“Caros,
o [Luiz] Fux deu uma liminar suspendendo a decisão do [Ricardo] Lewandowski,
que autorizava a entrevista, dizendo que vai ter que esperar a decisão do
plenário [do Supremo Tribunal Federal]. Agora, não vamos alardear isso aí,
vamos ficar quietos, para evitar a divulgação o quanto for possível. O quanto
antes divulgar isso, antes vai ter recurso do outro lado, antes vai para o
plenário. O pessoal pediu para não comentarmos isso aí e deixar que a notícia
surja por outros canais, para evitar precipitar recurso de quem tem uma posição
contrária a nossa. Mas a notícia é boa, para terminar bem a semana, depois de
tantas coisas ruins e começar bem o final de semana. Abraços”,
disse Dallagnol.
O Intercept já havia revelado que a
força-tarefa da Lava Jato demonstrava preocupação com uma possível entrevista
de Lula às vésperas da eleição presidencial de 2018. A equipe entendia que a
interferência do ex-presidente poderia favorecer o candidato Fernando Haddad (PT) no pleito eleitoral
contra Jair Bolsonaro (PSL).
“Ando muito preocupada com uma possível
volta do PT, mas tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que
um milagre nos salve”, afirmou “Carol PGR”, integrante da
força-tarefa da Lava Jato que não teve a identidade confirmada pelo The
Intercept. “Uma coletiva antes do segundo turno pode eleger o Haddad”,
disse a procurador Laura Tessler,
também em conversas reveladas pelo site.
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