sexta-feira, 24 de abril de 2020

CIDADE RICA E O MÍSERO CIDADÃO artigo de opinião por Gabriel Neto



São quase duas gerações de petrolandenses que não conhecem outra administração municipal, senão a do “Grupo de Simões.”
Uma das características da democracia representativa, é o revezamento dos segmentos de cidadãs ocupando as instituições públicas e o respeito à vetusta tripartição dos poderes de Montesquieu.
Na submersão da antiga cidade e início da operação da Hidrelétrica Luiz Gonzaga, tem início a partilha dos royalties com o município de Petrolândia  recebendo sua cota.
Os gestores da nossa cidade, todos cristãos, deram de ombro à parábola “das sete vacas gordas e sete vacas magras”, decifrada por José do Egito.
Pois bem, no período da bonança, não tiveram a grandeza dos estadistas, foram imediatistas, entre outras e investiram numa especifica   “casta” de funcionários  da Secretaria da Saúde, médicos especialistas caros, enfermeira especiais  recebendo até 10 salários mínimos, em detrimento de projetos permanentes na saúde, e , principalmente, na educação. 
Foram exponenciais investimentos em medicina especializada, de vultosos custos, em contraponto a um projeto de medicina preventiva, de baixo custo, mas eficiente, como o “Mais Médico” por exemplo. 
Na educação, base de todo projeto duradouro, não se investiu em creches, na valorização dos professores, nem no ensino técnico ou superior. Nada além do trivial.
A partir da gestão de Lourival – o Machiavelli do sertão – com a mudança dos cálculos da partilha dos royalties, o castelo de areia começa a desmoronar, com a mitigação do orçamento para manter o faraônico projeto de medicina especializada.
Os efeitos continuam perversos, mormente para o andar de baixo, vez que, a fonte secou, hodierno, os recursos do erário apenas socorre a folha de pagamento, e despesas básicas para manter o município solvente nessa eterna corda bamba,
Ora, vejam, simples uniformes escolares são negligenciados, prorroga-se o chamamento dos aprovados no último concurso para guardas municipais, frustrando todos que se dedicaram e estudaram, sob alegação de insuficiência de recursos.
O grupo surfou na onda da despolitização, e no intento de retocar a maquiagem, lançou um novel na política o Pastor Ricardo, vencedor do pleito das últimas eleições, para em seguida renunciar. Imagina o Pastor no lugar de Moises?! Os judeus seriam engolfados pelas águas do Mar Vermelho. Pobre de fé? Ou viu as labaredas do apocalipse?
De consignar, a renúncia foi um desastre para o grupo, pois nessa fica impedido de inovar, tem que lançar um dos vetustos membros.
Com a renúncia, assume o Titanic, a vice, atual Gestora, muito técnica, diante das dificuldades interna e externa – cinco anos de crise econômica e fiscal - vem conduzindo a nau nesses mares revoltos da COVID-19.
Não sei qual o propósito do grupo, mas a Gestora fora abandonada na articulação política, entregue ao Tocqueville Lourival, que permanece inerte diante do movimento das peças do xadrez político local.
Essas eleições serão o maior desafio do Grupo – há 30 anos no poder – uma vez que os sinos não dobram, mas já ouvimos o soar das marolas “da mudança”.
Existe dique para segurar a ulterior tsunami.

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