Imagem: Arquivo pessoal |
Rosineide
da Silva e Ronaldo Santos,
técnicos em enfermagem no Hospital Francisco Simões em Petrolândia, venceram o
COVID, mas no lugar de flores, homenagens e aplausos receberam da gestão e coordenação o
descaso, como declarou a profissional:
“A gente fica triste, pois temos uma
gestora que é da saúde, uma secretária que é da saúde, então são pessoas que
sabem da situação que sofremos, mas ignoram...fazem lives que mostram tudo
funcionando bonitinho, mas negam até nosso direito de insalubridade.”
Ontem (8)
o Canal da Gota realizou uma live
com a técnica em enfermagem, Rosineide
Maria da Silva, que desnudou como são tratados profissionais da saúde e
pacientes em meio à pandemia. Dias antes o canal apresentou uma live sobre “Mulheres
na Pandemia”, onde a prefeita Janielma
Souza pode mostrar sua versão do funcionamento da coordenação da saúde no
município, ontem foi a vez de ouvir outra versão.
Falta de transparência no método e critério
para testagem de profissionais da saúde, assim como do monitoramento de casos
suspeitos. Rosineide viu o marido adquirir todos os sintomas da doença e ter
seu exame negado sem motivo.
“Precisei fazer em Tacaratu, cidade onde
moro (...) um total constrangimento, chorei muito.” O
teste de Rosineide deu positivo. Sobre o risco de ter sido por dias, sem saber,
vetor de transmissão ela diz: “Posso ter até sido eu que contaminei meu
marido...mas se eu contaminei alguém foi na inocência, não foi culpa minha.”
Rosineide ainda falou das condições de
trabalho, como reutilização de EPI descartável, salário mínimo e apenas 10% de
insalubridade (quando já deveriam receber 30%):
“Veio esse dinheiro para o município
tratar da COVID, mais de três milhões, mas eu já soube que não vamos receber o
aumento na insalubridade...que pelo menos usem para remédios, equipamentos...”
Campanha iniciada nas redes sociais
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Durante a live dezenas de profissionais
expressaram suas experiências e declararam seu apoio à coragem da colega:
“Veio verba para investir por causa da
pandemia, a gestão alega que houve perda de receita no município, infelizmente
não existe verba para pagar 40% aos profissionais de enfermagem.”
“Final de semana e feriado a vigilância
epidemiológica não funciona, se chegar pacientes suspeitos e precisar fazer
coleta pra exames só é feito em dias úteis.”
“Estamos trabalhando num setor altamente
de risco e não somos reconhecidos pela gestão, o que custa recebermos uma
insalubridade decente?”
“Em Paulo Afonso, alguns profissionais
da sala de parto testaram positivo. Imediatamente chamaram os outros
profissionais para fazer o teste. Petrolândia deveria fazer o mesmo.”
“É lamentável os relatos e louvável a
sua coragem, Rosineide! Enquanto as categorias não se unirem, independente de
governo, o descaso vai continuar! Valorizemos quem está dando a vida por todos!”
Foram algumas das centenas de interações
durante a entrevista.
Hoje campanhas nas redes surgiram em defesa
de todas e todos os profissionais da saúde: “Cobriram nossa boca, mas não vão
nos calar: Insalubridade Já!”, #SosPetrolândia, #SomosTodosRosineide,
#NãoVãoNosCalar
foram algumas das palavras de ordem e hashtags lançadas.
Tanto a prefeitura quanto a secretaria de
saúde tem o espaço aberto para direito de resposta.
Se você ainda não assistiu, assista clicando
no link:
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