Imagem: Assis Ramalho Dia da assinatura da ordem de serviço |
Projetos de infraestrutura, como de
saneamento básico, trazem qualidade de vida para as pessoas, gera emprego
enquanto durar a obra e move a economia. Em Petrolândia, sertão de Pernambuco, foi anunciada a ordem de serviço
para recuperação e ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário da Sede
Municipal com um investimento de R$15
milhões de reais.
As obras de saneamento que acontecem há dois
meses no Bairro Nova Esperança, com
previsão de durar três anos, deveria trazer alívio à comunidade e
trabalhadores, mas se revela um pesadelo.
O Blog
Gota D’Água recebeu denúncia de um trabalhador dessas obras, que prefere
não se identificar, acerca da exploração de seus trabalhos e violação de
direitos. Confisco de carteiras de trabalho, horas trabalhadas não remuneradas,
ameaça de demissão aos que reivindicarem. São algumas das muitas denúncias
recebidas:
“Há
dois meses levei minha carteira pra fichar no serviço das obras de saneamento
no Bairro Nova Esperança, mas não me devolveram a carteira ainda. Pegou
carteira de todos nós e não devolveu, um que reclamou botaram pra fora e assim
vão oprimindo os trabalhadores... A gente nem pode ter acesso aos fiscais da
CODEVASF.
A
gente tá trabalhando há dois meses sem nem saber se está fichado. A gente
trabalha nove horas por dia pra compensar no sábado, e ainda querem que a gente
trabalhe sábado e domingo pra fazer banco de horas, mas não é viável pra gente(...)
Eles
contratam profissional pra trabalhar de ajudante, tem um dos nossos que adoeceu
tamanha a carga de trabalho que deram pra ele que nem era função... Aí a gente
apela para os órgãos fiscalizadores, como vocês mesmo da imprensa, pra
denunciar, porque independente se é prefeitura, empresa, eles têm que lembrar
que é ser humano que tá trabalhando.
Outro
caso também pra denunciar é que estão pegando ajudante pra fazer ‘teste’: bota
pra trabalhar e só se o trabalhador render no serviço é que é contratado.
Trabalha dois, três dias e se ele se agradar da cara é que contrata. E foi
desse jeito com pelo menos uns vinte peão. Botou pra trabalhar dois, três dias,
depois dispensou...no mínimo aí ele ganhou uns 60 dias de mão de obra sem
pagar.
A cesta básica que os
trabalhadores recebem
Cesta básica, que a gente tem direito, não dá pra nada: um fardo de floco de milho, 2 pacotes de café, 2 quilos de arroz, 1 de feijão, 1 de sal, uma lata de quitute...Não vem nada de limpeza...Diga se a pessoa se sustenta um mês com isso? (...)
Pra
poder entrar nesse emprego a gente ainda teve que pagar pra fazer nossos exames
médicos com a promessa de ser reembolsado, mas nunca recebemos o dinheiro de
volta.”
A empresa é a SOMA – segurança do trabalho, e o responsável das atividades no município é Renato, que foi procurado pela nossa reportagem, mas não quis se pronunciar.
A prefeitura foi procurada e nos respondeu:
“Recebemos
essa denúncia dias atrás. A prefeita convidou a empresa e a Codevasf para
tratar desse e outros assuntos. Ao abordar especificamente esse assunto, Renato
se defendeu e depois percebemos uma mudança de postura, mas é bom estarmos
atentos.”
O Blog
está aberto para direito de resposta.
Vamos ficar atento,e denunciar
ResponderExcluirNão pode,é o trabalhador, ficar de boca fechada!!
Nenhum ser humano merece passa por isso. A reportagem e de partir o caraçao como podem fazer isso meu Deus
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