segunda-feira, 30 de novembro de 2020

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2020: NEGAR A POLÍTICA É UM PROJETO DE PODER QUE SEGUE SEU RUMO por Daniel Filho

 


O número de abstenções, votos brancos e nulos seguiram dando o tom e definindo rumos nesse segundo turno.

Em capitais como Recife, São Paulo e Rio Grande do Sul o número total de votos nulos, brancos e abstenções chegou a ser maior que a votação dos segundos colocados.

Nos resultados finais o bolsonarismo fracassou: 11 dos 13 apoiados pelo presidente Bolsonaro perderam, mas fracassa também nossa democracia.

A esquerda sinalizou unidade em cidades importantes, mas os políticos da direita tradicional foram os maiores vencedores.

Dez disputas foram vencidas pelo MDB, oito pelo PSDB e sete pelo Podemos.

Desde a fratura democrática de 2016, com o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, à prisão política do principal líder nas pesquisas para a eleição de 2018, Lula, uma sequência de desesperança ao eleitorado foi sendo construída e solidificada.

Formadores de opinião, a maioria dos meios de comunicação contribuiu consideravelmente por desmerecer e fazer parecer que na política “todos são iguais”. Com uma multa por não votar que varia entre R$1,05 e R$3,51, uma grande parcela da população opta por deixarem que outros façam a escolha do seu futuro político e, naturalmente, são beneficiados os políticos “de carreira”, donos de máquinas e redutos eleitorais. A surfar na abstenção garantem a manutenção de suas oligarquias.

Ainda é cedo para compreender o tamanho de tais impactos para a democracia brasileira, mas social e economicamente é claro que o país não apenas não avançou, mas trouxe retrocessos que aprofundaram ainda mais nossas crises sociais e que a negação da política é um projeto de poder que segue seu curso com apoio do mercado, parte da grande mídia e ala conservadora do país.  

 

 



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