segunda-feira, 8 de março de 2021

NO DIA DA MULHER, ELAS ESTÃO NA LINHA DE FRENTE DA PANDEMIA

 

Imagem: reprodução

Enfermeira, auxiliares e técnicas de enfermagem se desdobram em jornadas triplas para derrotar o vírus



Cuidar de pacientes infectados por uma doença respiratória para a qual não havia protocolos criados, ministrar medicamentos em meio a um mar de incertezas, enfrentar colapsos do sistema de saúde, uma sobrecarga de trabalho com risco iminente de contaminação e notificar familiares sobre óbitos com uma frequência inédita.
Essa é a rotina vivida há mais de um ano pela tão citada linha de frente do combate ao coronavírus. Mas, ainda que a frase tenha sido muito falada e ouvida, não deixa claro um marcador social importante: a maioria dos profissionais que estão em contato direto com os pacientes da covid-19 são do gênero feminino.
A maior categoria da área da saúde, a enfermagem, é composta por 85% de mulheres. Os dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) mostram que são elas, as enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem, principalmente, que protagonizam o enfrentamento ao vírus cara a cara.
Os profissionais de saúde estão no grupo prioritário para a imunização contra a covid-19, justamente por serem trabalhadores essencias e atuarem em ambientes de alto risco.
De acordo com o boletim epidemiológico nº44, publicado pelo Ministério da Saúde no fim de 2020, da primeira à última semana epidemiológica da pandemia no ano passado, 442.285 casos de síndrome gripal por covid-19 foram confirmados entre os profissionais de saúde.
Cerca de 148 mil dessas infecções se deram entre e técnicos e auxiliares de enfermagem, 33,5% do total.
Mais de 67 mil enfermeiros foram contaminados (15,2%) e 48 mil diagnósticos positivos entre médicos foram registrados (11%).
Cerca de 22 mil agentes comunitários de saúde também testaram positivo (5,1%) e mais de 17 mil recepcionistas de unidades de saúde foram infectados.
As técnicas e auxiliares de enfermagem também são maioria entre os pacientes que desenvolveram a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
A categoria se destaca, novamente, como a mais vitimada pelo vírus entre os 452 óbitos registrados entre os profissionais de saúde até a última semana do ano passado, correspondendo a 33,3% das mortes.
Mais da metade (53,8%) dos profissionais de saúde que faleceram em decorrência da doença respiratória, considerando todas as categorias, eram do gênero feminino.
Diante da subnotificação dos casos de infecção do vírus em toda a população, o Cofen passou a receber e sistematizar as notificações de óbitos e contaminações, disponibilizando os dados no Observatório da Enfermagem.
As informações do Conselho apontam para 49.075 casos reportados apenas entre profissionais da categoria e um total de 648 óbitos.
Vale destacar que a notificação ao Cofen não é obrigatória, ou seja, é possível que o número seja ainda maior.
Dessas 648 vítimas fatais, 434 eram mulheres, 66,9% do total. Entre as infecções, elas correspondem a 85% dos casos.
São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro são as unidades da federação onde os profissionais da enfermagem mais adoeceram, conforme monitoramento do Cofen.
Alguns elementos justificam o fato das auxiliares e técnicas de enfermagem serem as mais infectadas pela covid.
Elas são maioria em número e também ocupam os postos mais precarizados, com remuneração mais baixa.
Somado a esses fatores, há ainda a defasagem na disponibilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), algo que se deu de forma ampla no início da pandemia, expondo tais trabalhadoras ainda mais.
Abaixo link para o site Observatório da Enfermagem:
Fonte: Brasil de Fato


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