O Conselho Regional de Medicina em
Pernambuco (Cremepe) solicitou, neste domingo (30), ao
governador Paulo Câmara (PSB) e aos prefeitos de todas
as cidades do estado, medidas restritivas mais rigorosas para conter
a pandemia do novo coronavírus.
Em nota, a entidade afirmou
que as restrições até então adotadas "não foram capazes de
diminuir a taxa de transmissão da Covid-19".
A nota foi
divulgada pelo Cremepe após ser verificado o "aumento
exponencial de casos e mortes pela Covid-19 em nosso estado nas
últimas semanas", especialmente no Agreste, sendo "igualmente
grave no Recife".
Na solicitação feita às
autoridades, o Cremepe disse que reconhece esforço por parte do
estado para abrir novos leitos para tratar os pacientes. No entanto,
o estado, há três meses, tem mais de 90% de ocupação de leitos de
UTI e, atualmente, mais de 300 pessoas aguardam um leito de terapia
intensiva.
"As medidas sanitárias que foram tomadas
em Pernambuco, de restrição à circulação das pessoas, não foram
capazes de diminuir a taxa de transmissão da Covid-19 em nosso
estado. Nos parecem terem sido tomadas em amplitude, intensidade e
por tempo inferiores ao necessário para conter a doença",
afirmou o Cremepe, na nota.
Ainda de acordo com a entidade, a
capacidade de se ter escalas de plantão completas é cada vez menor
para assistir adequadamente aos doentes e que medicamentos vitais
para sedação e ventilação mecânica estão escassos.
"Alertamos
as autoridades para que cumpram seu dever constitucional de defesa da
população [...] solicitamos que medidas restritivas mais rigorosas
sejam tomadas em defesa da população. Que todo o esforço para a
proteção social, econômica e alimentar seja feito de forma a
proteger a população mais carente e vulnerável de nosso estado.
Que cada gestor tenha o compromisso de manter equipes completas de
profissionais de saúde nas unidades sob sua responsabilidade",
disse.
O Cremepe também afirmou que os médicos e demais
profissionais de saúde estão atuando no limite de sua capacidade
física e mental há 14 meses, em "dedicação integral
para salvar vidas. Há exaustão, cansaço e desesperança,
refletidos no rosto de cada profissional".
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