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A articulação dos Povos Indígenas do Contexto Rural Urbano e Migrante do Estado de Pernambuco vem convocar todos os Indígenas que residem no Município de Petrolândia no Centro e na Zona Rural para começar, a partir de terça Feira (29) à sexta-feira (2), o cadastramento daqueles que ainda não receberam a vacina contra a Covid 19.
Aqueles
que já receberam também estão convidados para poder fazer o
levantamento de quantos indígenas existem dentro do Município de
Petrolândia no Contexto Rural e Urbano.
Local: Rua
Teodorico Maia N° 10
Salão Paroquial por trás da Igreja
Matriz de São Francisco de Assis.
Em nota a articulação declara:
Somos
Atikun, Fulni-ô, Kambiwá, Kapinawá,
Pankará, Pankararu, Pipipă, Tuxá,
Truká, Xucuru e, como tantos outros nativos desta
terra, somos invisíveis. Invisíveis aos órgãos públicos, aos
Municípios, Estados e a União. Muitas vezes, invisíveis até mesmo
aos nossos parentes aldeados e que resistem em territórios
demarcados ou em fase de demarcação. Nós, Povos indígenas em
Contexto Rural Urbano e Migrantes, apesar de sermos mais da metade
dos povos originários do país, ainda somos
invisíveis.
Compreendemos nossos direitos, nossa
representatividade e nossa importância - registrados na
Constituição, na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU
e na Convenção n 169 da OIT - Organização Mundial do Trabalho
sobre Povos Indígenas e Tribais. Reconhecemos as conquistas e lutas
dos povos originários na esfera pública e social, compartilhamos
dos anseios e necessidades de cada parente em todos os territórios
do Brasil e, ainda sim, continuamos invisíveis.
Sabemos
que o que nos faz indígena é nossa essência, a vivência da
tradicionalidade, da cultura, dos nossos rituais e
religiosidade. Percebemos que ser indígena não está em nossos
corpos, em nossas cores ou onde construirmos nossa morada.
Ser indígena é, antes de mais nada, nossa ancestralidade. Assim,
buscamos, deixar de ser invisíveis e ocupar espaços,
para que nossa representatividade se torne, também,
visibilidade.
Articulação dos Povos Indígenas em
Contexto Rural Urbano e Migrantes de Pernambuco nasce com essa
missão. Estreitar relacionamentos com todas as esferas da sociedade,
com outros povos originários e com representações não indígenas.
Buscar e construir diálogos entre nós viventes das periferias das
cidades e das ocupações rurais - com nossos parentes aldeados,
permitindo celebrar nossa ancestralidade e construir uma rede que
viabilize nosso futuro possível.
A APICRUMPE reconhece
nessa articulação a única via para que nos tonemos visíveis e
ocupemos as lacunas históricas da nossa ausência enquanto cidadão
deste pais. Fomos donos da terra e, hoje, queremos ser - plenamente -
parte dessa sociedade. Assim, confiamos na nossa juventude, nas
possibilidades da tecnologia, no acesso à informação e, acima de
tudo, na parceria e colaboração entre os povos do Brasil para
coexistir e celebrar nossa visão do mundo.
Somos Povos Indígenas em Contexto Rural Urbano e Migrante e estamos prontos para
lutar por reconheci mento e desenvolvimento social, tecnológico e
econômico, sustentando nossa tradicionalidade e respeitando nossa essência. Somos originários e convidamos cada individuo da sociedade
em que estamos presentes a tornar possível nossa articulação por
direitos, visibilidade e respeito.
LAFAETE
PANKARARU
Coordenador Geral APICRUMPE (Cacique Tekum Makam
Pankararu)
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