No início da noite desta quinta-feira (29) os noticiários de TV mostravam as chamas que consumiam o galpão da Cinemateca Brasileira localizado na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.
Nas redes sociais, o desespero tomava os que, mais cientes do valor imensurável do acervo, vêm protestando e alertando sobre a atual situação da Cinemateca há pelo menos um ano. Nos sites de notícias, informações urgentes sobre o incêndio que atingiu o primeiro andar do galpão de cerca de mil metros quadrados.
As chamas, segundo o Corpo de Bombeiros, consumiram de 300 a 400 metros quadrados. “São três salas, de arquivo histórico, duas delas de arquivo de filmes, uma delas, segundo informações do efetivo que trabalha na Cinemateca, de arquivo impresso, também histórico. Não sabemos se isso tem cópia. Uma parte foi queimada e estamos tentando levantar o que é possível resgatar”, afirmou à CNN a tenente responsável por ser a porta-voz do Corpo de Bombeiros. “O térreo, que tem um grande acervo também, não foi atingido”, completou.
Segundo a tenente, os bombeiros civis que trabalham no local informaram que “o princípio de incêndio ocorreu por conta de uma manutenção" que ocorreu na quinta-feira (29).
Durante os momentos de dúvida e desespero de quem sabe o valor do patrimônio cultural do audiovisual e da História que o órgão abriga, muita informação foi passada e repassada.
O que se apurou foi que de material físico devem ter sido perdidos rolos de cópias de filmes (ou matrizes secundárias), parte da produção dos filmes realizados pelos alunos da ECA (Escola de Comunicação e Artes da USP), cerca de quatro toneladas do acervo documental de toda política pública do cinema brasileiro.
Este foi o quinto incêndio que a Cinemateca sofreu desde sua fundação, nos anos 1940, ainda como Primeiro Clube de Cinema de São Paulo, criado por nomes como Paulo Emílio Sales Gomes, Décio de Almeida Prado, Antonio Candido de Mello e Souza, entre outros, com o objetivo de promover o estudo do cinema como produção artística independente com a realização de debates, conferências, projeções, entre outras atividades. O primeiro incêndio ocorreu foi em 1957. E, como também afirmou Calil e funcionários da Cinemateca, o material que estava no primeiro andar foi justamente o que sobreviveu a uma inundação ocorrida no local em 2020. Como também disse Calil, “o que a água começou o fogo terminou.”
Certo é que perdemos, com isso, parte importante de nosso acervo, nossa história, da história do audiovisual brasileiro. As perdas, portanto, como já dito, são incomensuráveis.
Fonte: Brasil de Fato
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