Foto: Daniel Filho |
O tema SAÚDE rendeu uma extensa conversa e,
por isso, dividimos em duas partes. O vereador fala da qualidade do transporte
oferecido aos pacientes que precisam se deslocar a Recife e as condições de
viagem (TDF – Tratamento Fora do Domicílio). Fala ainda sobre clínicas
odontológicas dentro das escolas municipais.
A escola que seu filho está
matriculado conta ou contará com esse excelente serviço? Eudes responde.
Acompanhe e comente.
George
Novaes – Recebemos reclamações sobre o transporte oferecido aos pacientes que
precisam ser atendidos fora do domicílio. A maior queixa é de pessoas que
precisam se deslocar à capital naquele ônibus de modelo escolar. Quando eles
têm como referência, por exemplo, o município de Floresta que usa ônibus
fretado com todo o conforto: semi-leito e climatizado. Você já conversou com a
secretaria e o prefeito sobre as condições ofertadas pelo nosso município?
Eudes Fonseca – Veja, o transporte TFD
(Tratamento Fora do Domicílio), realmente eu ouço muita coisa. Umas pessoas
elogiam, outras criticam. É normal. Se não me engano nós temos um micro-ônibus
e um ônibus. Particularmente eu nunca entrei lá. Já tive lá para deixar algumas
pessoas que me pediram carona, mas para entrar e saber como é dentro do ônibus,
vou falar a verdade, não sei. Mas, realmente, é interessante a pergunta. É
interessante a gente saber para rever isso aí e dar uma melhor qualidade a cada
paciente.
Foto: Daniel Filho |
Daniel
Filho – Mas como o senhor pode rever essa situação? Através de solicitação?
EF – Solicitação, indicação da câmara.
Primeiramente ter um diálogo com o gestor para tentar sensibilizar. Até porque
não é um pedido pra mim. Pode até ser um dia no futuro como civil, né? Um dia
posso precisar desse transporte. Ninguém sabe o dia de amanhã. Mas eu me
comprometo, mais uma vez, em ver isso aí e até algo mais.
Minha mãe mesmo já usou diversas vezes o
ônibus e continua usando. Ela, por várias vezes chegou pra mim e disse: “Eudes,
é muito difícil a gente viajar porque eu vejo gente que vai e volta levando
dois biscoitinhos para se alimentar em um dia e noite de viagem”. Então, assim,
ela diz que vê muita gente passando por momentos difíceis.
Eu tenho um compromisso não político, antes
de ser político, em ajudar essas pessoas. Não vou citar nomes, mas sempre busco
ajudar pagando um lanche, pois sei que não é fácil. Então, assim, seria até
interessante mencionar não só a qualidade do transporte, mas, quem sabe, a
gente conseguir até mesmo um lanche. Uma coisa simples. Um pão com queijo.
Coisas simples que poderão fazer a diferença para aqueles que mais precisam.
DF –
É possível a gente ter esperança de que esse Transporte Fora de Domicílio passe
a ser fornecido a uma empresa que dê o mínimo de conforto para quem já está em
uma situação delicada?
EF – Vê só. Como vereador do município eu vou
tentar a solicitação, o diálogo o mais breve possível para ver se a gente têm
condições de fazer melhorias. Eu sei que não é o melhor momento, pois estamos
passando por momentos de crise. Não só Petrolândia, mas o Brasil todo. Mas, na
medida do possível, como vereador, tenho que cobrar, pois fui eleito pra isso.
Em relação à empresa particular de ônibus
assumir eu acho inviável, Daniel. Eu acho que o município gastar com passagem
daria um valor muito alto e talvez não compensasse. Talvez fosse melhor
economizar um pouquinho e comprar um ônibus.
GN –
Não se trata de pagar passagem, mas de pagar um frete. Municípios, como Belém,
Floresta e até mesmo Petrolândia, há algum tempo, freta um ônibus só para esse
serviço.
EF - Eu estou entendendo. Petrolândia há uns
dois anos tinha uma parceria. Um convênio, né? E o município cedia a passagem e
o paciente ia. Só que isso estava gerando muita despesa. Além de gerar muita
despesa nem sempre a empresa tinha passagem.
Eu acho interessante, mas não sei se voltar a
fazer essa parceria seria bom. Porque eu sou muito pé no chão. Eu acredito que
a gente tem que fazer orçamento e ver como a gente poderá proporcionar à nossa
população uma qualidade de transporte melhor que não vá gerar tantos custos ao
município. Porque, realmente, o momento não é bom. Mas não podemos abrir mão da
qualidade do serviço.
GN –
Até porque é uma questão humanitária.
EF – Humanitária. Você falou a palavra certa,
George, humanitária.
GN –
Petrolândia, às vezes, se compara muito a outros municípios na questão humanitária.
Mas acabamos de conversar aqui que Floresta, com bem menos recursos que
Petrolândia, mantém, há muitos anos, um serviço de transporte de qualidade.
EF – Assim, eu não gosto de fazer política
comparando com ninguém e não gosto de fazer comparações com outros municípios.
Realmente Petrolândia tem uma receita maior que a de Floresta, mas eu acredito
que nossa cidade pode ter essa deficiência do ônibus, porém temos muitas outras
qualidades. Na educação, na infraestrutura, em posto de saúde, hospital. Não
estou querendo desmerecer, muito pelo contrário, Floresta tem alguns médicos
amigos meus que elogiam muito como você está elogiando. Então quando a coisa
vai bem é preciso observar e parabenizar, entendeu?
Voltando ao ônibus vamos fazer o possível e o
impossível para tentar amenizar. Eu sempre gosto de chegar ao prefeito e
conversar com ele até porque eu acredito que para você ser um bom gestor tem
que ter uma equipe boa porque ninguém faz tudo sozinho. Portanto quando eu vejo
algo errado eu vou lá e digo: “Prefeito, vamos melhorar nisso aqui!”
Pode ter sido uma falha minha sobre esse
assunto. Eu ainda não tinha falado com ele. Foi bom você, George, e você,
Daniel, terem tocado nesse assunto porque agora a gente irá cobrar. Nesses
próximos dois dias irei encontrar com ele e quero passar pra ele todas as
reclamações que chegaram ao Blog para que possamos tentar solucionar esses
problemas.
Foto: George Novaes |
DF –
Antes do início da entrevista o senhor nos passou a informação sobre as duas
novas escolas estarem sendo construídas com consultório odontológico. Queria
que falasse mais sobre esse projeto. É só para essas duas escolas ou irá se
estender a todas do município?
EF – Em relação aos consultórios
odontológicos dentro das escolas já tem. Acho que, se não me engano, foi doutor
Simões quem começou. Ele construiu algumas escolas com consultório
odontológico, Marquinhos deu continuidade, depois Lourival que também deu
continuidade.
A primeira escola que Lourival construiu em
Petrolândia foi a Itamar Leite, se não me engano, onde ele colocou consultório
odontológico lá dentro para atender as crianças matriculadas. E há em outras
escolas como, por exemplo, a Escola 7 de Setembro. Tinha, mas o consultório deu
problema e está inativo agora. Se não me engano a Paulo Freire. A Escola 1ͦ de
Julho tinha, mas também foi desativada. De cabeça, agora, eu não me recordo
não...
DF –
Mas, vereador, sabe se existe alguma escola em que esse serviço esteja
funcionando?
EF – Tem. Se não me engano a Escola Paulo
Freire e a Escola Itamar Leite, que é lá no Bairro Nova Esperança, estão
funcionando. Fui dentista na época, antes de ser vereador, das duas escolas.
Acho um trabalho interessante levar saúde bucal àquelas crianças desde o pré. E
essas duas que estão sendo construídas também são fundamentais, pois a
assistência odontológica vai começar praticamente de berço. A criança entra na
escola e já vai se familiarizando com o dentista e isso é muito importante.
DF –
E você acha que para atender essa demanda, todas as escolas do município, seriam
necessários quantos dentistas?
EF – Daniel, antes de disputar o mandato de
vereador em 2012, bem antes, eu fui coordenador do centro bucal do município e
quando peguei a coordenação tinha, aproximadamente, sete ou oito dentistas no
geral, entre hospital, PSF e escolas. Isso no primeiro mandato de Lourival
Simões. Quando eu entreguei a coordenação deixei com dezessete dentistas. Então
Lourival praticamente dobrou o quadro de dentistas em aproximadamente três
anos. Eu acho que isso foi muito proveitoso. Hoje nós temos praticamente a
mesma quantidade de dentistas. Entraram alguns novatos. Mas, assim, temos um
quadro de quinze a dezessete dentistas. Dá para atender.
DF –
São todos contratados?
EF – Não, alguns são efetivos.
DF – Significa que eles dividiriam a carga horária
entre hospital, PSF e escolas?
EF – Assim, normalmente, os que vão para a
escola são os efetivos. Ou então algum contratado para aquele trabalho
específico.
DF – Então podemos criar expectativa de que
se estenda, novamente, como no projeto inicial, clínicas odontológicas para
todas as escolas municipais?
EF – Eu, como dentista, acho muito
interessante. Eu não sei se está dentro das expectativas do gestor municipal,
mas eu acho que é muito interessante.
PRÓXIMO
TEMA: JUVENTUDE. Eleito majoritariamente pelo público
juvenil, perguntamos ao vereador se ainda considera esse setor da sociedade
como seu principal grupo de atuação e como ele percebe sua relação com os
jovens após eleito.
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