sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

ENTREVISTA COM EUDES FONSECA - parte 3

Foto: Daniel Filho

O tema SAÚDE rendeu uma extensa conversa e, por isso, dividimos em duas partes. O vereador fala da qualidade do transporte oferecido aos pacientes que precisam se deslocar a Recife e as condições de viagem (TDF – Tratamento Fora do Domicílio). Fala ainda sobre clínicas odontológicas dentro das escolas municipais. 
A escola que seu filho está matriculado conta ou contará com esse excelente serviço? Eudes responde. Acompanhe e comente.

George Novaes – Recebemos reclamações sobre o transporte oferecido aos pacientes que precisam ser atendidos fora do domicílio. A maior queixa é de pessoas que precisam se deslocar à capital naquele ônibus de modelo escolar. Quando eles têm como referência, por exemplo, o município de Floresta que usa ônibus fretado com todo o conforto: semi-leito e climatizado. Você já conversou com a secretaria e o prefeito sobre as condições ofertadas pelo nosso município?
Eudes Fonseca – Veja, o transporte TFD (Tratamento Fora do Domicílio), realmente eu ouço muita coisa. Umas pessoas elogiam, outras criticam. É normal. Se não me engano nós temos um micro-ônibus e um ônibus. Particularmente eu nunca entrei lá. Já tive lá para deixar algumas pessoas que me pediram carona, mas para entrar e saber como é dentro do ônibus, vou falar a verdade, não sei. Mas, realmente, é interessante a pergunta. É interessante a gente saber para rever isso aí e dar uma melhor qualidade a cada paciente.

Foto: Daniel Filho

Daniel Filho – Mas como o senhor pode rever essa situação? Através de solicitação?
EF – Solicitação, indicação da câmara. Primeiramente ter um diálogo com o gestor para tentar sensibilizar. Até porque não é um pedido pra mim. Pode até ser um dia no futuro como civil, né? Um dia posso precisar desse transporte. Ninguém sabe o dia de amanhã. Mas eu me comprometo, mais uma vez, em ver isso aí e até algo mais.
Minha mãe mesmo já usou diversas vezes o ônibus e continua usando. Ela, por várias vezes chegou pra mim e disse: “Eudes, é muito difícil a gente viajar porque eu vejo gente que vai e volta levando dois biscoitinhos para se alimentar em um dia e noite de viagem”. Então, assim, ela diz que vê muita gente passando por momentos difíceis.
Eu tenho um compromisso não político, antes de ser político, em ajudar essas pessoas. Não vou citar nomes, mas sempre busco ajudar pagando um lanche, pois sei que não é fácil. Então, assim, seria até interessante mencionar não só a qualidade do transporte, mas, quem sabe, a gente conseguir até mesmo um lanche. Uma coisa simples. Um pão com queijo. Coisas simples que poderão fazer a diferença para aqueles que mais precisam.

DF – É possível a gente ter esperança de que esse Transporte Fora de Domicílio passe a ser fornecido a uma empresa que dê o mínimo de conforto para quem já está em uma situação delicada?
EF – Vê só. Como vereador do município eu vou tentar a solicitação, o diálogo o mais breve possível para ver se a gente têm condições de fazer melhorias. Eu sei que não é o melhor momento, pois estamos passando por momentos de crise. Não só Petrolândia, mas o Brasil todo. Mas, na medida do possível, como vereador, tenho que cobrar, pois fui eleito pra isso.
Em relação à empresa particular de ônibus assumir eu acho inviável, Daniel. Eu acho que o município gastar com passagem daria um valor muito alto e talvez não compensasse. Talvez fosse melhor economizar um pouquinho e comprar um ônibus.

GN – Não se trata de pagar passagem, mas de pagar um frete. Municípios, como Belém, Floresta e até mesmo Petrolândia, há algum tempo, freta um ônibus só para esse serviço.
EF - Eu estou entendendo. Petrolândia há uns dois anos tinha uma parceria. Um convênio, né? E o município cedia a passagem e o paciente ia. Só que isso estava gerando muita despesa. Além de gerar muita despesa nem sempre a empresa tinha passagem.
Eu acho interessante, mas não sei se voltar a fazer essa parceria seria bom. Porque eu sou muito pé no chão. Eu acredito que a gente tem que fazer orçamento e ver como a gente poderá proporcionar à nossa população uma qualidade de transporte melhor que não vá gerar tantos custos ao município. Porque, realmente, o momento não é bom. Mas não podemos abrir mão da qualidade do serviço.

GN – Até porque é uma questão humanitária.
EF – Humanitária. Você falou a palavra certa, George, humanitária.

GN – Petrolândia, às vezes, se compara muito a outros municípios na questão humanitária. Mas acabamos de conversar aqui que Floresta, com bem menos recursos que Petrolândia, mantém, há muitos anos, um serviço de transporte de qualidade.
EF – Assim, eu não gosto de fazer política comparando com ninguém e não gosto de fazer comparações com outros municípios. Realmente Petrolândia tem uma receita maior que a de Floresta, mas eu acredito que nossa cidade pode ter essa deficiência do ônibus, porém temos muitas outras qualidades. Na educação, na infraestrutura, em posto de saúde, hospital. Não estou querendo desmerecer, muito pelo contrário, Floresta tem alguns médicos amigos meus que elogiam muito como você está elogiando. Então quando a coisa vai bem é preciso observar e parabenizar, entendeu?
 Voltando ao ônibus vamos fazer o possível e o impossível para tentar amenizar. Eu sempre gosto de chegar ao prefeito e conversar com ele até porque eu acredito que para você ser um bom gestor tem que ter uma equipe boa porque ninguém faz tudo sozinho. Portanto quando eu vejo algo errado eu vou lá e digo: “Prefeito, vamos melhorar nisso aqui!”
Pode ter sido uma falha minha sobre esse assunto. Eu ainda não tinha falado com ele. Foi bom você, George, e você, Daniel, terem tocado nesse assunto porque agora a gente irá cobrar. Nesses próximos dois dias irei encontrar com ele e quero passar pra ele todas as reclamações que chegaram ao Blog para que possamos tentar solucionar esses problemas.

Foto: George Novaes

DF – Antes do início da entrevista o senhor nos passou a informação sobre as duas novas escolas estarem sendo construídas com consultório odontológico. Queria que falasse mais sobre esse projeto. É só para essas duas escolas ou irá se estender a todas do município?
EF – Em relação aos consultórios odontológicos dentro das escolas já tem. Acho que, se não me engano, foi doutor Simões quem começou. Ele construiu algumas escolas com consultório odontológico, Marquinhos deu continuidade, depois Lourival que também deu continuidade.
A primeira escola que Lourival construiu em Petrolândia foi a Itamar Leite, se não me engano, onde ele colocou consultório odontológico lá dentro para atender as crianças matriculadas. E há em outras escolas como, por exemplo, a Escola 7 de Setembro. Tinha, mas o consultório deu problema e está inativo agora. Se não me engano a Paulo Freire. A Escola 1ͦ de Julho tinha, mas também foi desativada. De cabeça, agora, eu não me recordo não...

DF – Mas, vereador, sabe se existe alguma escola em que esse serviço esteja funcionando?
EF – Tem. Se não me engano a Escola Paulo Freire e a Escola Itamar Leite, que é lá no Bairro Nova Esperança, estão funcionando. Fui dentista na época, antes de ser vereador, das duas escolas. Acho um trabalho interessante levar saúde bucal àquelas crianças desde o pré. E essas duas que estão sendo construídas também são fundamentais, pois a assistência odontológica vai começar praticamente de berço. A criança entra na escola e já vai se familiarizando com o dentista e isso é muito importante.

DF – E você acha que para atender essa demanda, todas as escolas do município, seriam necessários quantos dentistas?
EF – Daniel, antes de disputar o mandato de vereador em 2012, bem antes, eu fui coordenador do centro bucal do município e quando peguei a coordenação tinha, aproximadamente, sete ou oito dentistas no geral, entre hospital, PSF e escolas. Isso no primeiro mandato de Lourival Simões. Quando eu entreguei a coordenação deixei com dezessete dentistas. Então Lourival praticamente dobrou o quadro de dentistas em aproximadamente três anos. Eu acho que isso foi muito proveitoso. Hoje nós temos praticamente a mesma quantidade de dentistas. Entraram alguns novatos. Mas, assim, temos um quadro de quinze a dezessete dentistas. Dá para atender.

DF – São todos contratados?
EF – Não, alguns são efetivos.

DF – Significa que eles dividiriam a carga horária entre hospital, PSF e escolas?
EF – Assim, normalmente, os que vão para a escola são os efetivos. Ou então algum contratado para aquele trabalho específico.

DF – Então podemos criar expectativa de que se estenda, novamente, como no projeto inicial, clínicas odontológicas para todas as escolas municipais?
EF – Eu, como dentista, acho muito interessante. Eu não sei se está dentro das expectativas do gestor municipal, mas eu acho que é muito interessante.


PRÓXIMO TEMA: JUVENTUDE. Eleito majoritariamente pelo público juvenil, perguntamos ao vereador se ainda considera esse setor da sociedade como seu principal grupo de atuação e como ele percebe sua relação com os jovens após eleito.

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