Assistir aos terríveis atentados na França
contra cartunistas. Ler o texto do jornalista Rafo Saldanha postado por
Leonardo Boff sobre se por no lugar da “vítima” dos cartuns. Ler Sakamoto citar
sobre como “selecionamos” a violência que nos atinge emocionalmente.
Assistir em um terreiro Pankararu a ode em
agradecimento pela saúde alcançada. Ser ateu em um mundo majoritariamente
religioso. Esse misto levou a uma conclusão:
Enquanto ateu aprendi que o que é sagrado ao
próximo precisa da empatia de um olhar sacro.
Significa dizer, senhores religiosos, que
essa obrigação não pode se resumir ao ATEU, como muitos gostariam de propor e
até exigir. Significa que:
CATÓLICOS - guardar o sábado; optar pelo voto
de castidade até o casamento; batizar por opção na juventude e não na infância
são alguns dos votos sagrados dos...
EVANGÉLICOS – ter santos de devoção;
respeitar, admirar ou mesmo adorar a virgem Maria; batizar bebês e crismar
jovens são alguns dos votos sagrados dos católicos.
CATÓLICOS E EVANGÉLICOS – Terreiros de
Umbanda, Candomblé, Quimbanda e de comunidades tradicionais, não são maldição,
mas sagrados aos olhos desses grupos que pregam e partilham o amor tanto quanto
muitos de vocês DIZEM perpetuar.
RELIGIOSOS E NÃO-RELIGIOSOS do ocidente, se
retratar a figura de Maomé demanda dor profunda aos seus devotos, será ainda
DOR.
E, perante a diversidade metafísica/humanista
de se ver/perceber o mundo, devemos propor uma cultura de paz que não feche os
olhos para mandos e desmandos de líderes religiosos, ou mesmo os abusos das
instituições sagradas contra qualquer que seja o humano, tampouco devemos por
na pauta de discussão o que soa estranho ao nosso olhar.
O Blog Gota D’Água acredita que não somente
religião, mas política e também futebol são não somente cabíveis de discussão,
como necessitam de um olhar crítico, reflexivo acerca das origens e
características de todas as crenças e a opção de não se crer em nada.
A visão é clara quanto à liberdade de
expressão, mas também no que soa difamação. Todo e qualquer humorista é livre
para exercitar sua criação artística, assim como externa-la. Porém não seria justo a esses, e qualquer
artista, jornalista ou formador de opinião, a IMUNIDADE DE EXPRESSÃO. Aos
atingidos pela fala, piada, criação também cabe, plenamente, o direito de
retratação.
A existência de deus(es) não é mais a
questão, mas o que você faz pela sociedade em nome ou a partir de sua crença
nos importa bastante.
Ser ou não ser Charlie não deveria ser a questão,
mas a quem (ou o quê) você direciona sua liberdade de expressão é fundamental
para o enriquecimento do debate.
Abaixo link dos textos citados e acréscimo de um sugerido:
https://leonardoboff.wordpress.com/2015/01/10/eu-nao-sou-charlie-je-ne-suis-pas-charlie/
Os dois links abaixo levam a textos sugeridos por leitores:
http://blogdaboitempo.com.br/2015/01/12/zizek-pensar-o-atentado-ao-charlie-hebdo/
http://blogdaboitempo.com.br/2015/01/12/zizek-pensar-o-atentado-ao-charlie-hebdo/
Nenhum comentário:
Postar um comentário