Foto: Rubens Batista. Recife. Hoje (1 de Maio)
Uma data presta homenagem aos manifestantes
de Chicago, nos Estados Unidos, em 1886, que lutavam pela redução da carga
horária para 8 horas diárias. Uma greve geral teve início e no dia 3 de maio o confronto
com policiais levou à morte três trabalhadores. O derramamento de sangue teve
continuidade nos demais dias. Eis o dia do trabalho.
O dia da mentira surgiu como uma brincadeira
na França. Resistentes ao calendário gregoriano que determinava o dia 1 de
Janeiro como o início do ano, alguns franceses insistiam em seguir o antigo
calendário, pelo qual o ano iniciaria em 1 de Abril. Gozadores de plantão
passaram a ridicularizar o ato enviando presentes estranhos e convites para
festas que não existiam.
Em meio a avanços e conquistas, vemos,
também, a instalação de retrocessos e violência ao trabalhador brasileiro.
Professores massacrados no Paraná no governo de Beto Richa (PSDB), perseguidos
em São Paulo no governo Geraldo Alckmin (PSDB) e Pernambuco com o governador
Paulo Câmara (PSB). Queda de braço entre executivo e legislativo sobre a lei de
terceirização (PT x PMDB, ora aliado, ora oposição, SEMPRE oportunista).
Direitos trabalhistas revogados para “controle da economia”.
Caneta hidrográfica ou guache? O importante é que não manchou a farda |
Policial postando selfie exibindo um braço
“ferido” no que parte de uma mídia dita IMPARCIAL chamou de CONFRONTO entre
policiais e professores no Paraná, na verdade maquiava, com sangue “cor de
rosa”, vitimização e muita cara de pau, o que foi um massacre contra o direito
de manifestação e greve. Em São Paulo a “mídia imparcial” omitiu a todo custo o
movimento paredista para, quando enfim se tornou impossível esconder o gigante,
selecionar vídeos de depredação e vandalismo. Marginalizar a classe trabalhadora
e os professores é mais fácil e atende bem a interesses outrora obscuros, hoje
explícitos a qualquer bom entendedor.
Foto: Rubens Batista. Recife. Hoje (1 de Maio) |
Nos palanques promessas de 100% de reajuste salarial aos professores, no
mandato nega 13,01%, rasga o Plano de Carreira e, com apoio amigo judiciário,
declara, em tempo recorde, a ilegalidade da greve dos professores de Pernambuco
determinando multas diárias que variaram seu valor. R$30.000,00 hoje R$80.000,00,
além das diversas ameaças e perseguições orquestradas e determinadas junto às adestradas
Gerências de Educação Estaduais para sufocar o movimento paredista. O assédio
moral impera no início do governo “socialista” de Paulo Câmara.
O blogueiro e presidente do Centro Barão de
Itararé, Altamiro Borges (MIRO) disseca as artimanhas midiáticas a serviço de
governos quando esses veem seus interesses sendo ameaçados por manifestações. Descreve
didaticamente os caminhos que a “mídia imparcial” segue para desestabilizar
movimentos grevistas ou manifestações populares:
1) Invisibilidade do movimento – A existência
do manifesto é negada através de números ou mesmo omissão dos fatos;
2) Criminalização – Quando cresce e se torna
impossível esconder o gigante, o melhor a se fazer é provocar confrontos e
marginalizar os manifestantes;
3) Manobra – Se todos os artifícios até aqui
fracassarem, o melhor é se aliar e direcionar o voo dos manifestos a seus
próprios interesses.
Aplique todas as três fases nos diversos
levantes populares, recentes ou históricos, e tire suas conclusões.
Manifestação pró-impeachment presidencial tem mais ou menos cobertura
jornalística do que greve de professores?
Tire suas conclusões.
Difícil é não confundir o 1 de Maio com o 1 de Abril, e dentre
tantas mentiras optamos por destacar a máxima que afirma:
O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM!
Não. O que dignifica o TRABALHO é a real
valorização salarial, garantia dos direitos trabalhistas com condições seguras
e confortáveis ao exercício da função. O que dignifica SER e ESTAR humano é o
respeito.
Professores de Belém do São Francisco em ato público |
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