Foto: George Novaes |
O tema agora olha para o futuro que está
próximo. Possíveis nomes para candidatura, alianças, estratégias, plano de
governo.
Confira:
Daniel
Filho: Fabiano, o que será determinante para que você se lance como candidato a
prefeito?
Fabiano
Marques: O povo.
DF:
Essa resposta é bem subjetiva e todo pré-candidato diz isso. Queremos saber
como será feita essa leitura da vontade do povo: debates, conferência,
audiência, pesquisa ou mesmo vontade do partido. Objetivamente seria de que
forma?
FM: A
gente não pode se apegar somente a um fato ou uma opção. Não pode ser candidato
só porque acha que está bem na pesquisa ou por achar que tem pessoas apoiando
ou mesmo ouvir somente o clamor de mudança. Eu acho que uma candidatura, pra
nascer e vigorar, tem que partir lá de trás, como a gente que começou em 2014.
Um projeto nosso que, graças a Deus, vem dando certo, com dificuldades, mas
dando certo. Por exemplo, esse grupo deu a maior votação a um deputado federal no último pleito, nosso deputado Zeca Cavalcanti foi majoritário. 4.033
(quatro mil e trinta e três) votos sem estrutura, apenas com o grupo formado
por várias lideranças e pessoas engajadas.
Tivemos um candidato ao lado do executivo,
junto com o prefeito, dois ex-prefeitos, vereadores e toda uma estrutura onde a
gente conseguiu se sobressair e nosso candidato ter mais votos que o deles. Enfim,
temos muita gente engajada nesse nosso projeto, não sei perder só por “boniteza”.
Hoje o deputado Rodrigo Novaes, o deputado Everaldo Cabral, Zeca Cavalcanti, o ministro Armando Monteiro, apoiam nosso nome. Temos
a simpatia do secretário das cidades do estado de Pernambuco, André de Paula,
enfim, muita gente apoiando nosso nome...
Mas não adianta, Daniel, eu dizer a vocês que
posso chegar a qualquer lugar sozinho sem ajuda de políticos ou quem quer que
seja. Tem gente que só sabe falar no singular: “Eu vou resolver... Eu posso”,
ele não diz “Nós”, não ouve o povo. É muita ambição e autoritarismo. Por
exemplo quando vocês afirmam que sou pré-candidato digo que ainda não, é muito
cedo...
Foto: George Novaes |
DF:
Mas a condição de pré-candidato já deixa aberta a possibilidade, não é uma
afirmação.
FM:
Sim, não estou aqui para mentir e dizer que não quero servir ao meu povo. Sonho
em ser prefeito, mas não adianta eu botar a cara só com pesquisa. Hoje eu tenho
pesquisa interna que indica estarmos bem, mas acredito que pesquisa não se faz
para divulgar, mas para análise interna. Se a pesquisa mostra algo ruim seu,
você pode trabalhar a população para tirar aquela impressão. Você faz a
pesquisa para você e posso dizer que as minhas têm me deixado muito animado,
mas não vou aqui dizer números.
DF:
Como você afirma que ainda é cedo para se afirmar como pré-candidato, podemos,
então, dizer que Petrolândia só tem um pré-candidato declarado, o senhor João
Lopes?
FM: É
uma pessoa que, apesar de militarmos politicamente há muito tempo, não
tínhamos contato. Ele tem o direito legítimo de quem milita na política que é lançar sua pré-candidatura, porém nós podemos pensar um pouco diferente disso aí. Mas queremos discutir 2016 somente em 2016.
DF:
Muitos consideram que os mais de 7.000 (sete mil) votos obtidos por ele, na
última eleição para deputado estadual, foram uma vitória de um homem só contra
a estrutura da câmara de vereadores e prefeitura. Analisando essa conjuntura há
respaldo para o mesmo se lançar a pré-candidato com o discurso de que “não abre
pra ninguém” ao cargo majoritário?
FM: É uma pessoa que admiro, tem serviços prestados ao município, mas cada um tem a sua forma de pensar política, né? Mas repito que é preciso um conjunto de forças. Digo que
tenho matado um boi todo dia para provar que podemos fazer o melhor para
Petrolândia. Vamos ouvir a população, quadra por quadra, a partir de Setembro.
Ouvindo para que o que a gente queira seja o que o povo quer e não algo
imposto.
Um exemplo: vejo pessoas respondendo por que querem ser
candidato a prefeito: “Quero porque tenho dinheiro!” e quando se pergunta qual
o plano de governo ele diz que vai pegar um pronto de 8 (oito) anos atrás,
que vai mudar só o ano. Isso é programa de governo? Não é.
Foto: George Novaes |
DF:
E você já tem um Plano de Governo ou ainda está construindo?
FM:
Temos algumas ideias, mas o plano a gente só quer fazer ouvindo o povo. Vamos
fazer vários debates com diversas temáticas em várias localidades. Daí que irá
nascer um plano de governo.
DF:
Vou fazer uma provocação, vereador. No início da entrevista você diz que o
povo, por mais que se insista, não gosta de política por não participar de
audiências na câmara, não ir às conferências... Como, então, você pretende
atrair o povo para a construção desse plano e, principalmente, como confiar na
decisão de quem não gosta de política sobre quem será o melhor candidato?
FM: Assim,
as pessoas que vamos procurar vão ser as formiguinhas. Nossos olhos e ouvidos
junto à sociedade. São pequenos grupos. Um vai atrás do outro. E a gente também
tem que ter esperança. Não podemos cair na armadilha de que “todo político é
igual”. Todo mundo erra, todo mundo acerta. Tem político honesto como tem o
desonesto, o comerciante honesto e o comerciante que sonega, servidor público,
enfim, é preciso confiar...
DF:
Quando você diz “nosso nome” significa você e Rogério Novaes?
FM:
Você quer colocar palavras na minha boca... (risos)
Foto: Daniel Filho |
George
Novaes: Nós queremos entender e deixar claro...
FM: Não
tem só eu e Rogério. Temos hoje um vereador como Noca que tem todas as
condições para ir à majoritária, Carlinhos, que é um dos vereadores mais
atuantes aqui, é um poço de coerência. Jorge que é do povo, com todo aquele
entusiasmo, ele veio ao mundo para servir ao povo. Zé Pezão que tem um coração
do tamanho do mundo... Sei os prós e contras de todos os meus colegas aqui,
então o grupo não se resume a nós dois. Pode até ser alguém da oposição, quem
sabe? Pode ser um ex-vereador, suplente, uma liderança, pode até ser alguém que
nunca foi candidato. O povo é quem vai dizer. Até lá iremos ver questão de
grupos, partidos, até porque, mesmo que não sejamos candidatos, a gente não vai
sair da política, a gente continua militando.
DF:
O PT, presidido hoje por Natan Caetano, está se apresentando como a terceira
via para as próximas eleições. João Lopes afirma não abrir mão da majoritária,
o que aponta para uma quarta... Essa divisão seria ruim para as eleições?
FM: Não
acredito muito nesse negócio de terceira ou quarta via. Acredito que cada um
tem o seu projeto e todos que se percebem desalinhados com o que está aí, tem
algo em comum. Portanto essas diversas correntes de oposição podem se juntar em
um único projeto para dar mais musculatura para enfrentar essa estrutura que
vem por aí. Quando a gente fala assim fala do Partido dos Trabalhadores dos
amigos Natan e seu Maurício, do PCdoB, dos amigos Evaldo e Tião, também não tem
como não lembrar de Cícero Moura, pessoa que tenho muito respeito. Diversas
correntes que não pensam iguais, mas pensam parecido e podem convergir para um
projeto único. Se for assim, ótimo, se não que cada um siga seu caminho.
DF:
Com sua experiência política acredita que todas essas correntes podem se
alinhar em um projeto só?
FM:
Podem e devem, não sei se irá acontecer. Daniel, em política a matemática não é
exata. Em política 2+2 pode ser igual a 1 ou 10. Exemplo, se a gente fosse se
apegar à quantidade de votos que cada vereador do grupo obteve, estaríamos
eleitos ano que vem, mas não é assim, minha gente...
DF:
Então, para você, o candidato que pensar assim...
FM:
Está fadado ao fracasso.
DF:
Os dois últimos vereadores que entrevistamos, Rogério Novaes e Eudes Fonseca,
afirmaram que não irão concorrer a um novo mandato de vereador. Você já disse
que não deseja, mas faria a mesma afirmação dos colegas?
FM:
Todos temos uma missão, adoro ser vereador, no entanto acho que virão pessoas
novas com pensamento novo, melhores que eu. Eu não quero concorrer de novo não
por não gostar ou por desejar outro cargo. Eu não vou mais porque acho que
cumpri minha missão. Amo a política, amo ser vereador e incentivo a renovação, incentivo
as pessoas a serem candidatos a vereador. Vamos indicar Niedja para ser uma
candidata?
DF:
Vou repassar sua sugestão a ela...
FM: É
sério, viu?...
Na sexta e penúltima parte Fabiano Marques
fala sobre o quanto é real a crise econômica tão reclamada pelo prefeito
Lourival Simões. Comenta sobre atraso de obras estruturais importantes,
demissões, falta de planejamento...
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