E na última parte da entrevista, Adriana Gomes, pré-candidata à prefeitura de Petrolândia pela Frente Popular, grupo formado pelos partidos PT, PSOL, sindicatos e associações, fala um pouco sobre o projeto político planejado para a cidade.
Alex
Santos: Você como Pré - Candidata para as eleições municipais à Prefeita,
logicamente almeja a vitória. Qual seria sua primeira ação se for eleita?
Adriana
Araújo: Na minha cabeça tem a ideia de ver a situação do lugar,
se tem dívida que recursos realmente existem, e mostrar claramente para a
população, porque essa nova Petrolândia tem 28 anos, praticamente governada por
uma mesma dinastia. (...) meu sonho, Alex, é mostrar tudo ao povo: “olhe
Petrolândia recebe isso..., Petrolândia tá lascada nisso (risos)...o quadro de
funcionário é esse, tem esses nomes aqui que não trabalham, tendo toda essa
situação o que vamos fazer?”, então nossa primeira meta é essa, mostrar a real
situação do município, o que temos que consertar e o dinheiro que temos e o que
vai ser feito, por que nossa ideia primeiro é esse levantamento e realmente
colocar as coisas no lugar e o próximo passo é o orçamento participativo. (...)
é uma pena você ver aqui no município as coisas que vem do governo federal, não
serem divulgadas por conta de questões políticas pessoais, isso é absurdo!
Eu moro em um lugar que é terra de Tacaratu e
o povo vota em Petrolândia, então são nove agrovilas de assentados pelo INCRA e
o Projeto da Reta do Mirim todinho, que são os reassentados do Lago de
Itaparica, onde a gente sofre com isso a 28 anos o povo sofre com isso, o povo
precisa de uma passagem molhada como tem uma situação na agrovila-12, que
quando chove não dá acesso de carro e eu estive lá um dia desses, coisa que a
gente pediu há dez anos, não foi feita aí um prefeito diz: “não faço porque é
território de Tacaratu, não porque vocês votam em Petrolândia” e por que no ano
eleitoral eles não olham isso?
Dividiremos os setores do município todo para
o próprio povo discutir o que a gente tem de recurso e como iríamos usar, não
tem segredo.
Alex
Santos: O grupo Frente Popular de Petrolândia, já está se articulando faz três
anos assim como foi citado na reunião de apresentação da sua pré-candidatura,
gostaríamos de saber se já tem um plano de governo pré-definido?
Adriana
Araújo: Como citei anteriormente desde toda a movimentação que
os agricultores tiveram em 1986, para realizarem esses projetos de
reassentamentos, onde o grande potencial daqui é a agricultura, a gente dá esse
valor e reconhece porque foi na agricultura a luta dos trabalhadores rurais que
fizeram essa cidade do jeito que ela é, foi essa verba de manutenção temporária
que deu toda vida ao comercio que fez o comercio crescer até hoje. No inicio do
município, se não me engano, foram dez anos esperando os lotes irrigados da Chesf,
onde o pessoal se mudou para as agrovilas. Tinham casas e tinha também água nas
casas, só que não tinha água nos lotes para irrigarem as plantações, então o
povo esperou dez anos. Só que nesses dez anos de produção tinha a VMP (Verba de
Manutenção Temporária), que somavam dois salários mínimos, só o projeto da reta
do mirim tinham mais de quinhentas famílias, tinha as famílias do Icó
Mandantes, famílias do Bloco-I, então foi esse dinheiro, esse recurso que
realmente deu sustentação e fez o comércio crescer. Em Petrolândia tem várias
conquistas que precisam ser feitas. Lotes que estão condenados, que eram
irrigados e que precisam de solução. Pessoas que estão com esse problema, todos
esses assentamentos do INCRA, que precisam de muito apoio político junto ao
INCRA e a Chesf. Por que até hoje essas nove agrovilas que foram feitas é
município de Tacaratu, a Chesf também não repassou essa documentação para o
INCRA, então sem esses documentos o INCRA também não pode soltar esses recursos
que o povo precisa. Então pra tudo isso a gente sente muita falta do
envolvimento do gestor municipal, dos próprios vereadores, junto a esses órgãos
federais, então nossa primeira preocupação são essas demandas da agricultura,
porque foram eles que sustentaram o comercio até hoje e que sustentam, nossa
maior fonte de riqueza é a agricultura e você vê que é uma secretaria sem vida,
nunca existiu uma pessoa de referência à frente da secretaria de agricultura
que pudesse dizer que entende da realidade agrícola de Petrolândia, acho um
absurdo uma questão tão primordial no município muito relegada.
Nossa primeira meta no plano de governo é
essa a agricultura, onde vamos entrar de cheio junto com o Sindicato Rural, o
polo sindical, que temos essa grande riqueza. O Polo Sindical em Petrolândia
agrega onze municípios e foi criado por essa luta dos reassentados daquela
época em 1986. Iremos precisar olhar todos esses problemas. A gente sabe
realmente quais são as firmas que estão ali dando assistência técnica, onde não
dão assistência como deveriam dar, então iremos ver todas essas questões,
problemas de agrotóxicos no rio demanda também meio ambiente, iremos olhar a
questão da área rural dos projetos irrigados tem também o pessoal da beira de
rio que chama ali Atalho, Umbuzeirão que é outra realidade também, nossa meta é
essa. Sentimos que desenvolvendo agricultura a riqueza do município só tende a
crescer.
Nós tivemos a tristeza dessa CEASA nunca ter
sido feita, seria um projeto muito bom para o município, mas nunca foi feita para
o escoamento dessa produção. Também vem a questão das estradas, por exemplo no
PA-II, são coisas que a gente vive implorando, mas não são feitas, então essa
atenção pra área rural é de suma importância é um compromisso mesmo.
Ainda têm os assentamentos que foram
construídas no município de Tacaratu, temos que achar uma forma de Tacaratu
passar essas terras para Petrolândia.
Temos também outro objetivo e sonho que é a
educação do campo, acabar esses multi seriados como são hoje, onde um
professor, coitado, ensina três, quatro séries ao mesmo tempo. Um absurdo,
ninguém consegue ensinar e ninguém consegue aprender. Vamos estruturar as nossas
escolas do campo porque, bem ou mal, as das cidades já têm atenção, temos
nossos colegas na área rural e vemos nossas dificuldades.
Melhorar a estrutura da orla para melhorar o
potencial turístico porque a gente não entende até hoje como isso não foi
explorado. Por que aqui não tem um Parque Aquático? Por que aqui a gente não
tem uma orla? Visitei Nova Gloria-BA, no feriado do ano passado de 07 de
setembro, um lugar tão pequeno, mas precisar ver que coisa bonita pra visitar,
os quiosques na beira do rio em frente do rio, aqui fizeram uma distancia tão
grande que você não pode estar na beira do rio. Essa exploração turística para
rio é muito importante e tem como realizarmos isso.
Alex
Santos: Chegando ao final da entrevista Adriana, gostaríamos de lhe agradecer e
de pedir que você faça seus agradecimentos a quem lhe apoiou e suas
considerações finais...
Adriana
Araújo: Só queria deixar esse recado que qualquer pessoa do
nosso estado de direito que vota ele pode ser votado, então a gente com essa
pré-candidatura com o PT e o PSOL, quer deixar isso bem claro para os
petrolandenses é um direito nosso e nós estamos fazendo assim pra ver se muda a
consciência de Petrolândia. Não temos nada contra os que governaram e quem quer
governar, mas dessa vez nos queremos e fazemos questão de colocar um
trabalhador e uma trabalhadora, uma frente realmente popular e que todo mundo
tenha essa compreensão de dar essa chance para nós. Deixem a classe popular
também governar, a gente sabe que é o costume de pessoas com herança de família
governarem, por questões financeiras, porque têm dinheiro, por terem um poder
aquisitivo muito alto, mas nós também temos esse direito e queremos essa chance
de mostrar que é possível. Acreditamos nisso: uma pré-candidatura popular
ligada aos trabalhadores as trabalhadoras e ligada a todos os movimentos
sociais e as classes excluídas do nosso município.
Link para a íntegra da entrevista:
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